Em Foco com Segware: Tecnologia e inovação no DNA

Com a chegada de novos sócios, a Segware planeja expandir e internacionalizar a marca para países como Estados Unidos e México. Nesta entrevista, Luiz Henrique Bonatti, diretor executivo, e Luciano Moraes, diretor financeiro da Segware, falam sobre as novidades que a empresa está preparando para o mercado de segurança em 2018.

Por Fernanda Ferreira

Revista Segurança Eletrônica: Quem é a Segware e o que vocês fazem?

Luiz Henrique Bonatti: A Segware nasceu em 2001, de uma empresa de segurança localizada em Santa Catarina que possuía na época uma carteira com 15 mil clientes e estava entre as maiores do Brasil naquele momento. Essa empresa tinha uma necessidade de produto e não existia um software que a atendesse da maneira que precisava, e por isso começou a desenvolver a solução internamente. O software se tornou uma estrutura interessante e começou a ser comercializado para todo o mercado, dessa forma surgiu a Segware.

Essa empresa de Santa Catarina era da minha família, trabalhei nela há 20 anos e adquiri muita experiência, fui vendedor, instalador, operador e em 2004 assumi a gestão dentro da Segware. Como o nosso DNA era de uma companhia grande, o foco era atender as empresas de forma operacional, trazendo novos produtos e redução de custos. Dessa forma crescemos e desenvolvemos as nossas soluções com o que há de mais moderno hoje no mercado em termos de tecnologia.

O interessante é que a Segware não se limita ao mercado de segurança para desenvolver soluções, tanto eu como nossos engenheiros estamos constantemente em feiras nos Estados Unidos e Europa, para buscarmos o que há de novo e trazer essa tecnologia para o mercado de segurança. Esse é um dos nossos grandes diferenciais, temos a capacidade de analisar tecnologias de áreas diferentes da nossa, entendê-las e aplicá-las no nosso mercado de segurança. É dessa forma que nascem nossos produtos.

Revista Segurança Eletrônica: Quais são as novidades da Segware para o mercado?

Luiz Henrique Bonatti: A Segware está passando por um momento novo, nosso objetivo é crescer e trazer soluções cada vez mais inovadoras para o mercado de segurança. Recentemente nós recebemos os fundadores da Azul Linhas Aéreas, a família Neeleman, como sócios da companhia. É uma grande oportunidade para a Segware crescer no mercado internacional e expandir os seus serviços, o foco dos Neeleman são os Estados Unidos e o Brasil, o que vai de encontro com o nosso propósito de expandirmos no mercado internacional. Também conseguimos trazer como sócio o executivo Luciano Moraes, que conhece muito do mercado de segurança e das empresas de monitoramento. Nós queremos aplicar toda a expertise do Luciano mais a da família Neeleman e reunir isso dentro da Segware, trazendo cada vez mais para as empresas de monitoramento a capacidade de melhorar os seus serviços e produtos junto com uma plataforma totalmente inovadora.

Revista Segurança Eletrônica: Luciano Moraes, quais são os seus desafios nessa nova etapa?

Luciano Moraes: Eu estou muito feliz com esse momento, porque eu atuo há 15 anos com empresas de segurança e de monitoramento de alarmes, então vir para uma empresa de tecnologia é uma oportunidade de trazer uma nova visão, e o maior desafio será entender como levar mais valor para as empresas de monitoramento. A plataforma é uma ferramenta muito completa, mas a nossa ideia é levar mais recursos para as empresas de segurança terem mais controle e gestão para poderem agregar mais valor aos seus clientes. Acho que esse é o nosso maior desafio hoje.

Revista Segurança Eletrônica: Como foi a negociação da parceria, quanto tempo durou, quais foram as etapas para isso acontecer?

Luiz Henrique Bonatti: Nós até brincamos com isso e falamos que levou quase uma década e meia, porque eu já conheço o Luciano há 15 anos. Ele foi nosso cliente e tivemos uma interação entre cliente e fornecedor que culminou em um relacionamento pessoal e de confiança que foi construído ao longo desse tempo. O Luciano esteve na gestão da solução da VigZul nos últimos anos, e isso fez com que nós nos aproximássemos cada vez mais, porque a VigZul vinha demandando para nós várias necessidades na parte da nossa plataforma que ia fazendo com que a ferramenta melhorasse com o tempo. Nos últimos oito meses começamos a conversar sobre uma oportunidade de investimento na Segware, onde ele pudesse trazer todo o seu know how que estava lá na ponta, e também a possibilidade de expansão internacional para o negócio. E foi nesses últimos quatro meses que sentamos e formatamos o modelo, vimos como seria essa participação, e foi quando fechamos a concessão. Mas tudo foi construído ao longo desses 15 anos, o desenvolvimento de um relacionamento com muita segurança e conhecimento.

Revista Segurança Eletrônica: E como foi a parceria com o Daniel Neeleman?

Luciano Moraes: Trabalho com o Daniel desde que cheguei na VigZul como diretor presidente. Nesse período tivemos a oportunidade de falar sobre tudo, como negócio, política, direito, economia, e em uma das nossas conversas ele expressou o desejo de empreender no Brasil e desenvolver soluções no país. Foi quando surgiu essa proximidade com a Segware, ele gostou da questão de não estar limitado ao mercado de segurança, de buscar novas tecnologias pelo mundo, e decidiu apostar na empresa.

Revista Segurança Eletrônica: O que muda para o mercado de segurança e quais são os planos da Segware para 2018?

Luciano Moraes: Para 2018 nós estamos finalizando uma nova plataforma, que irá levar mais benefícios e menos custo para as empresas prestadoras de serviço. Também estamos desenvolvendo algumas ideias que queremos aplicar para os nossos clientes para que eles tenham muito mais valor, economia e automaticamente maior rentabilidade no seu negócio.

Luiz Henrique Bonatti: O nosso foco foi e sempre será empresa de monitoramento, esses são os nossos clientes. A Segware tem no seu DNA a proposta de construir uma plataforma que gere para os seus clientes maior rentabilidade, o que significa fornecer novos serviços, gerando um faturamento maior e diminuindo os custos operacionais. A nossa ferramenta proporciona isso e cada vez mais estamos investindo nessa linha e essa nova parceria vem para reforçar isso.

Estamos lançando para 2018 a nossa plataforma Cloud, onde toda a nossa solução passa a ser fornecido em nuvem, isso já não é mais novidade no mundo da tecnologia, mas para o mercado de segurança é algo totalmente inovador. Não existe hoje no mundo nenhuma plataforma de monitoramento na nuvem, seremos pioneiros nesse segmento, mas ao mesmo tempo estamos em um mercado de tecnologia em que o Google, Facebook já fazem isso há muito tempo, então é algo extremamente seguro. Nossa plataforma está muito estável, já temos clientes utilizando, e é uma ferramenta que veio para auxiliar as empresas a se preocuparem menos com a parte operacional e de gestão de servidores, backup, TI, e focar mais no core business, que é vender e fazer o serviço.

Revista Segurança Eletrônica: Quais são os principais países da América Latina que a Segware vai atuar neste ano?

Luiz Henrique Bonatti: Os principais países da América Latina em termo de segurança que vamos atuar é México, Colômbia, Argentina, Chile e Peru. De forma secundária, temos os países da América Central que são regiões muito receptivos nessa parte de segurança. Também iremos operar nos Estados Unidos, que é um país 10x maior no mercado do que o Brasil é hoje.

Revista Segurança Eletrônica: Dentro dessa estratégia de sociedade, a parceria que o Luciano tinha com outras empresas parceiras vem para a Segware também?

Luiz Henrique Bonatti: Com certeza, a ideia é agregar essas parcerias e somar com os relacionamentos que nós temos. Nenhuma empresa é uma ilha, nós temos que ter conexões e hoje independente da empresa ser parceira ou ser concorrente – sempre dizemos que concorrente não é inimigo – queremos sempre estar conectados, existe um linear de informações que podemos trocar, a ideia é melhorarmos cada vez mais esses relacionamentos.

Luciano Moraes: Uma vez o David Neeleman foi para um evento nos Estados Unidos onde estavam reunidos os maiores presidentes e acionistas das grandes companhias aéreas. E eu o questionei o motivo de todos estarem juntos durante quatro dias discutindo mercado e negócio, e ele me respondeu que esse era o momento que eles tinham de trocar experiências e um minimizar a dor do outro, e que o fato de serem de empresas diferentes não significava que eram inimigos. É muito melhor concorrer com uma empresa parceira do que com uma empresa que anda só. O bom relacionamento tende sempre a aumentar e vindo de um exemplo de gente grande, que são as companhias aéreas americanas que movimentam bilhões de dólares.

Revista Segurança Eletrônica: Que recado a Segware gostaria de deixar para os nossos leitores?

Luciano Moraes: Eu trabalho com monitoramento desde 2002, comecei como vendedor e hoje estou na condição de empreendedor e diretor de uma empresa de tecnologia, que eu espero poder agregar muito. Acredito que a história que criamos nesse período nos legitima a falar sobre isso. Quando dizemos que queremos agregar valor à plataforma para que as empresas de monitoramento tenham mais valor para passar para os seus clientes, não estamos falando com um olhar de quem chegou agora, mas de quem vive isso há 15 anos. O número de empresas de monitoramento aumentou muito na última década e nenhuma no Brasil conseguiu repassar todos os seus custos operacionais para os seus contratos. É necessário trabalhar e ganhar em escala, e para conseguir isso você precisa de uma boa plataforma. Além disso, conte com a Segware também em discutir ideias, expor dificuldades, que teremos o grande prazer de ajudar.

Luiz Henrique Bonatti: Há 20 anos um serviço de monitoramento custava dois salários mínimos e hoje custa R$100, ou seja, 10% de um salário. Por conta da diminuição do preço, o poder de uma empresa com esse capital diminuiu muito e se essa companhia não estiver bem estruturada, além de não conseguir repassar os custos de inflação e de mercado, com certeza precisa fazer manobras para conseguir se estruturar operacionalmente e se sustentar. Esse conhecimento nós temos e as empresas de monitoramento podem contar conosco. Nosso objetivo é fazer esse mercado crescer.

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