Porque as empresas de segurança devem se unir às startups?

Por Diogo Vinícius

O crescimento do setor de tecnologia no Brasil é da ordem de mais de 20% ao ano, apesar da prolongada turbulência macroeconômica. Mesmo com a recessão do país, os investimentos com tecnologia estão crescendo e o empreendedorismo florescendo.

Muitos setores tradicionais da nossa economia, como a construção civil, bancos, educação, saúde e agronegócio, estão se dando conta de que é preciso acompanhar essa nova onda de inovação que as startups, empresas de tecnologia com rápido crescimento, estão trazendo aos seus respectivos mercados.

Recentemente alguns dos maiores players da construção civil, como Gerdau, Tigre, Vedacit e Intercement, investiram em um grupo de startups focados em trazer inovação para o setor.

No setor financeiro o movimento é o mesmo. Grandes bancos como Itaú, Bradesco e Banco Votorantim já se uniram às Fintechs, startups voltadas para o setor financeiro, através de programas como o CUBO e o InovaBRA.

Outro grande setor da economia que entrou de cabeça na parceria e investimento com startups foi o agronegócio, através das Agtechs. Grandes empresas do setor, como a Monsanto e a BASF já investem em startups.

Também encontramos fundos especializados em startups nos setores de educação (Edtechs) e saúde (Healthtechs).

Mas e a segurança? O que os grandes players do mercado de segurança nacional estão fazendo para acompanhar esse movimento, já identificado por outros setores tradicionais do mercado?

A segurança é a segunda maior preocupação entre os brasileiros, esse mercado movimentou mais de R$ 50 bilhões de reais em 2015 e com fortes indicadores de crescimento para os próximos anos. Porém, não há um movimento tão forte no sentido de buscar parceria com startups, como nos outros setores tradicionais da nossa economia.

Esse tipo de parceria traz benefícios mútuos. É bom para as startups, que vendem seus serviços e produtos e constroem seus cases de sucesso com os grandes players do mercado e é bom para as grandes empresas, que consomem o que há de mais moderno e inovador e, em muitos casos, viram sócios da startup, adquirindo uma fatia da companhia.

A aquisição de equity de startups, aliás, foi a forma mais barata e rápida que essas empresas tradicionais encontraram para inovar. Afinal, quanto custa manter um setor de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) em uma grande empresa. Quanto tempo leva para uma empresa, que não tem no seu escopo desenvolver produtos tecnológicos e inovadores, botar um novo produto no mercado?

É quase uma questão de sobrevivência.

Parcerias desse tipo trarão a possibilidade de geração de valor entre as empresas tradicionais e as Sectechs, startups focadas em resolver dores do mercado de segurança, seja segurança patrimonial, gestão de riscos, cyber security ou outros problemas sob o guarda-chuva da proteção de bens.

Eu acredito firmemente que nunca tivemos um período tão propício para investimento em startups, especialmente na área de segurança. Há uma oportunidade ímpar para inovar e reinventar velhas indústrias, como se estivessem recomeçando.

A união entre empresas tradicionais do mercado de segurança e empreendedores inovadores de sucesso nessas arenas de tecnologia trarão uma contribuição sem precedentes para o crescimento mais amplo e, acima de tudo sustentável, para o mercado de segurança do Brasil.

Diogo Vinícius é CEO da FindMe Tecnologia, diretor do comitê de startups da ABSEG, presidente da SecTech Brasil e advogado com pós-graduação em Direito Constitucional pela Universidade de Fortaleza – UNIFOR.

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