Em Foco: Portas Automáticas em tempos de pandemia

Controle de acesso 100% livre de contato caminha para ser a nova tendência para o mercado de segurança

Por Fernanda Ferreira

Em apenas algumas semanas a prioridade em relação a segurança mudou e a preocupação com a higiene passou a ser o fator número de todas as verticais do mercado por conta da pandemia de coronavírus. Aeroportos, hospitais, mercados, lojas de conveniência, ou seja, os serviços essenciais que permanecem abertos nos países, estão atentos as medidas de segurança que podem minimizar o contágio e a disseminação da doença. Soluções de controle de acesso que não necessitam de contato para realizarem a entrada e saída de pessoas, como portas automáticas, tornaram- se fundamentais para reduzir a propagação do coronavírus. Para falarmos sobre esse assunto, conversamos com José da Fonseca Junior, Diretor Comercial da ARCOMATIC.

Revista Segurança Eletrônica: Como a ARCOMATIC entrou no mercado de portas automáticas?
José da Fonseca Junior: Foi por meio de um convite feito pela DÍTEC-ENTREMATIC, uma vez que eles não tinham uma operação organizada no Brasil. Foi um grande desafio para ARCOMATIC, estávamos muito empolgados com a possibilidade de fazer um trabalho estruturado para atender as demandas do mercado. A motivação era ainda maior, porque conhecíamos o mercado e sabíamos do potencial do produto. Quando começamos, no final de 2014, início de 2015, o Brasil vivia um caos econômico, precisávamos superar algumas barreiras como crescimento, que estava estagnado. Nosso PIB tinha crescido apenas 0,50% em 2014 e estava em queda, tanto que no ano de 2015 amargamos um índice de 3,80% negativo, seguido de um 2017 com 3,60% negativo. Sabíamos que o momento não era o melhor, porém tínhamos uma linha completa de produtos de alto desempenho que nenhum outro player no mercado possuía, também precisávamos reestruturar a marca DÍTEC no Brasil, que estava sem uma representação local desde 2008 (crise imobiliária), tendo apenas algumas revendas que atendiam ao cliente final em projetos.

Nos primeiros dois anos focamos em criar uma reestruturação da nossa rede de integradores (revendas) e capacitação dos nossos parceiros, para que desta forma pudéssemos ofertar ao mercado de forma mais ampla os nossos produtos.

Revista Segurança Eletrônica: Qual foi o foco desta reestruturação?
José da Fonseca Junior: Focamos em descentralização e treinamento. O Brasil é um país com dimensões continentais, precisávamos sair da região Sul e Sudeste e desenvolver novos integradores e revendas em todo o país, e para isso montamos um cronograma de treinamento e começamos a certificar revendas mais próximas dos clientes finais. Hoje temos 68 integradores (revendas) em 18 estados mais o Distrito Federal. Antes do COVID- 19 tínhamos como plano chegar a 100 integradores em 2020, mas tudo indica que ultrapassaremos este número, devido ao aumento da demanda de portas automáticas.

Revista Segurança Eletrônica: Como era a procura por portas automáticas antes do coronavírus?
José da Fonseca Junior: Quem me conhece sabe que sempre falo da importância de automatizar portas pelo fator de higiene. Em meus treinamentos e palestras até cito o exemplo de como a maçaneta do banheiro é, com certeza, um dos lugares mais sujos de qualquer empreendimento, e que em minha opinião deveria ser obrigatoriamente automatizada.

Antes do coronavírus, o ranking de fatores para tomada de decisão quanto a automação de portas figurava na seguinte ordem:

1) Economia: este fator afeta diretamente a economia e sustentabilidade do empreendimento no que se refere ao ar-condicionado.

2) Acessibilidade: tenho o maior orgulho deste ponto, pois permite a inclusão social de PNE’s, principalmente quando integrados a soluções de controle de acesso (há inclusive legislação sobre o assunto).

3) Uso em rotas de fuga de incêndio: depois da trágica madrugada de 27/01/2013 na Boate Kiss, os arquitetos, engenheiros e especialistas da área de segurança encontraram nas portas automáticas uma grande aliada em empreendimentos que exigem rápida evacuação ou em projetos com uso de portas corta fogo com controle automático.

4) Segurança em seus dois sentidos “safety and security”: segurança em SAFETY, onde a porta evita acidentes por movimentos de abertura ou fechamento indevido durante a passagem de usuários; segurança em SECURITY quando integradas a sistemas de controle de acesso e sistemas de monitoramento, conseguimos entregar uma real experiência de segurança ao usuário.

5) Redução de contaminação por contato “higiene”: simplesmente do dia para noite o item que estava em quinta posição em tomada de decisão definitivamente passa a ser a primeira posição. Está comprovado que o contato físico com superfícies contaminadas é o maior fator de contágio do coronavírus, e não adianta empurrar porta com cotovelos, pés ou joelhos, o vírus vai embora com você para casa, na roupa, calçado, cabelo. Para ficar isento de contato, é preciso automatizar.

Por este motivo, a porta automática torna-se essencial para que consigamos reduzir a propagação do coronavírus ou de qualquer outra doença que possa surgir com fator de contágio como este, ou simplesmente para preservar bons hábitos de higiene.

Revista Segurança Eletrônica: Qual é o desafio que vocês estão enfrentando com esta pandemia?
José da Fonseca Junior: Temos dois grandes desafios na verdade: o primeiro é o de mudar o foco das nossas revendas, pois apenas 30% delas atuavam neste mercado hospitalar, uma vez que estavam acostumadas a vender na ordem que falamos anteriormente e agora estamos em um movimento forte para que neste momento a venda seja por higiene prioritariamente; e o segundo e maior desafio está em atrair e capacitar novos integradores na mesma velocidade do vírus, pois os integradores tem verticais de trabalho, o vírus não.

Revista Segurança Eletrônica: O que você quer dizer com “os integradores tem verticais de trabalho e o vírus não”?
José da Fonseca Junior: Veja bem, temos comprovado que o primeiro caso do COVID-19 surgiu em Wuhan, na China, mas como ele se espalhou para outros países? Por aeroportos e portos (vertical 01). Os indivíduos infectados que chegaram aos seus destinos seguiram com suas vidas normalmente, indo a shoppings centers, bancos, supermercados, postos de combustível com suas lojas de conveniência, farmácias, universidades, lembrando que todos continuaram a trabalhar em fábricas, centros comerciais, órgãos públicos, etc. Todos estes empreendimentos são verticais, e precisamos capacitar os integradores que já atendem estas verticais para que possam apresentar aos seus clientes as melhores soluções, tanto em porta automática como em controle de acesso.

Revista Segurança Eletrônica: A ARCOMATIC disponibilizou no mercado portas hospitalares ideais para a situação de pandemia que o planeta se encontra neste momento. Como ela funciona?
José da Fonseca Junior: Além das portas automáticas para todos os tipos de ambientes residenciais, comerciais e industriais, começamos em 2020 um grande projeto de fabricação de portas herméticas, com acionamento automático ou manual. Podem ser deslizantes ou pivotantes, esta família de produtos é para uso hospitalar. Temos produtos para três aplicações específicas, que podem ser fornecidas em INOX 304 ou HPL (High Pressure Laminate).

• Portas Herméticas, Automáticas ou Manuais: utilizada em salas de cirurgia, leitos de isolamento, salas limpas, salas de higienização em antecâmaras, onde os graus de estanqueidade entre o ambiente limpo e o ambiente exterior precisam ser assegurados pela porta.

• Portas Herméticas com Chumbo, Automáticas ou Manuais: utilizadas em salas de Raios-X e radioterapia. Aplicada principalmente para proteger o profissional de radiologia do tempo de exposição. A preocupação é com a repetição acentuada de exames.

• Portas Semi-Herméticas, Automáticas ou Manuais: Muito utilizadas em CTI’S ou UTI’S, leitos de recuperação e pós-cirurgia, sempre com sistema de controle de acesso para evitar a entrada de não autorizados ao ambiente.

Revista Segurança Eletrônica: A solução atende as exigências de controle de contaminação? Qual o grau de classificação dessas portas?
José da Fonseca Junior: No Brasil não há exigência de regulamentação específica para este tema, porém nossos produtos seguem todas as normativas europeias, como a EN 55014-1, EN 61000-6-3, EN 61000-6-2 EN 16005, EN 60335-1, EN ISO 13849-1, EN ISO 13849-2 e EN 62233, onde asseguram o grau de hermeticidade, fator este que garante o máximo de estanqueidade dos nossos produtos, tornando assim efetivo o controle da propagação. Também seguimos as normativas de montagem e instalação conforme a EN16005.

Revista Segurança Eletrônica: Qual o grande diferencial dos produtos da ARCOMATIC?
José da Fonseca Junior: Além de produtos com tecnologia italiana de alto desempenho, a ARCOMATIC oferece ao mercado a maior linha de automatizadores de portas, operadores de portas e portas hospitalares, por meio de sua ampla rede de integradores (revendas) credenciados. Nossos produtos são ensaiados, testados e certificados para 1 milhão de manobras sem falhas, com uma velocidade de até 1m/s (um metro por segundo), acabamento arredondado e sem pontos para acúmulo de sujeira. Como sua construção é em inox, alumínio e HPL, contribui para facilitar a higienização de rotina.

Revista Segurança Eletrônica: Como é o processo para adquirir a solução?
José da Fonseca Junior: Nossa política comercial é de atender ao cliente final através de nossos integradores credenciados. Quem precisar de mais informações, podem nos contatar pelo nosso site www.arcomatic.com.br e para maiores informações, deixo nosso e-mail: arcomatic@arcomatic.com.br.

Revista Segurança Eletrônica: Quais são os planos da ARCOMATIC para os próximos meses?
José da Fonseca Junior: Estamos alinhados com duas grandes marcas europeias de nosso segmento para começarmos no segundo semestre com itens que complementarão nossa oferta de produtos. Com certeza vai será uma nova oportunidade de grandes negócios para o nosso cliente integrador.

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