Cidades Inteligentes: conceito, oportunidades e desafios

O conceito de Smart City (Cidade Inteligente) tem ganhado cada vez mais espaço no Brasil e no mundo. Conversamos com o executivo Jefferson Timo, responsável por projetos de Cidades da Hikvision Brasil, que compartilhou a importância desse conceito no país e como a Hikvision tem atuado nesse mercado

Por Fernanda Ferreira

Revista Segurança Eletrônica: Poderia nos explicar o que é uma Smart City?

Jefferson Timo: Smart City é um conceito abrangente que envolve muitas tecnologias e disciplinas. No nosso segmento, a Hikvision atua com o conceito de Smart City na área de segurança pública, levando aplicações, integrações e unindo a ação do poder público e da população a esse sistema.

Revista Segurança Eletrônica: Quais são os serviços que uma Cidade Inteligente oferece e que não estão disponíveis em cidades “normais”?

Jefferson Timo: Hoje o Brasil passa por um processo de busca e desenho de uma Cidade Inteligente. No momento, as certificações necessárias para implementar as ferramentas de Smart City ainda não se encontram em nenhuma cidade do Brasil, porque envolvem múltiplos conceitos, desde segurança, energia, reciclagem, integração, IoTs, etc. Estamos otimistas com o potencial desse mercado no Brasil nos próximos anos e acompanhamos de perto os projetos pilotos que estão em desenvolvimento.

Revista Segurança Eletrônica: Quais são os principais elementos de infraestrutura que uma Cidade Inteligente precisa ter para ser considerada “Smart”?

Jefferson Timo: Podemos pensar em quatro níveis distintos. O primeiro seria a infraestrutura, que é muito importante. Muitas cidades não possuem sequer a infra necessária, seja de fibra óptica ou rádio. O segundo item seriam os sensores, a exemplo de vídeo monitoramento e câmeras instaladas em pontos estratégicos de cobertura. As aplicações são o terceiro nível, por meio do reconhecimento facial, leitura de placas veiculares e controles comportamentais. O quarto item é a inteligência artificial, que integra o sistema todo sem a interferência da ação humana.

Revista Segurança Eletrônica: Do seu ponto de vista, por qual motivo o Brasil precisa de Cidades Inteligentes?

Jefferson Timo: É uma tendência que vem crescendo em outros países. As aplicações facilitam muito mais a segurança e isso, ao meu ver, gera a satisfação de viver em uma cidade com mais qualidade de vida. Além do ponto de vista econômico, porque acaba atraindo investidores e, em última análise, ajuda a tranquilizar a população e otimizar a oferta dos serviços públicos que hoje são feitos ainda de forma bem básica em algumas regiões.

Revista Segurança Eletrônica: Como esse novo conceito de Cidade Segura e Inteligente tem sido aplicado no Brasil?

Jefferson Timo: Estamos passando por uma fase inicial aqui no Brasil. Temos alguns municípios nos procurando para a implementação apenas de videomonitoramento; outras, por sua vez, já buscam aplicações mais proativas. Neste último caso, é possível fazer reconhecimento facial de uma pessoa que está sendo procurada pela Justiça, por exemplo, ou uma carga roubada que pode ser encontrada com maior facilidade pelas autoridades.

Revista Segurança Eletrônica: Como a Hikvision está se movimentando para suprir esse novo mercado no país?

Jefferson Timo: Estudamos cada caso, implementando tanto o monitoramento quanto algumas aplicações. No Estado do Ceará, a Hikvision levou a leitura de placas de veículos. Sem dúvida, o poder público executivo tem manifestado interesse em buscar esse investimento em tecnologia, porque reconhece a eficiência destas novas soluções.

Revista Segurança Eletrônica: Quais são as soluções que a Hikvision possui na área de Cidades?

Jefferson Timo: A Hikvision é líder mundial em segurança eletrônica. As câmeras estão em nosso portfólio desde o início e estamos focando em aplicações para cidades, como o poste inteligente, onde você consegue fazer uma comunicação com o centro de controle e videomonitoramento da polícia local, aumentando a segurança e reduzindo a violência. Temos uma tecnologia de reconhecimento facial madura, leitura de placas de veículos em funcionamento há dois anos, além de scanners de carro e toda a parte de mobilidade para viaturas policiais no contexto de Cidades Inteligentes.

Revista Segurança Eletrônica: Quais são os principais obstáculos para tornar uma cidade mais segura?

Jefferson Timo: Hoje a nossa grande dificuldade é a infraestrutura pública. A tecnologia da Hikvision é bem difundida, mas a infra ainda é o maior desafio. É bem verdade que observamos um avanço nos últimos cinco anos, mais ainda há muito a melhorar.

Revista Segurança Eletrônica: Que tipo de desafios de segurança estão sendo enfrentados com o uso de redes em nuvem nesses projetos? Quais medidas podem ser tomadas para resolvê- los?

Jefferson Timo: Atualmente, o reconhecimento facial já ocorre com a base de dados na nuvem, podendo ser compartilhado, por exemplo, por diferentes órgãos públicos, tais como Polícia Militar, Policia Civil, Ministério Público, etc. Esta questão é uma tendência que aos poucos está sendo implementada e, para a área de segurança, o potencial de efetivá-la é muito amplo, se tivermos as condições necessárias.

Revista Segurança Eletrônica: O que podemos esperar da Hikvision na área de Cidades em 2019? Temos novidades?

Jefferson Timo: Nosso objetivo é trazer inovações com inteligência artificial, análise forense e, inclusive, renovar o parque instalado, transformando as câmeras tradicionais “de um olho só” em sensores inteligentes.

Revista Segurança Eletrônica: Gostaria de deixar um recado final para os nossos leitores?

Jefferson Timo: Smart City é um conceito recente no Brasil que começa a se materializar. O poder público brasileiro precisa pensar na sua infraestrutura para poder investir melhor na tecnologia que a Hikvision oferece, isso é fundamental. Tendo isso em plenas condições, podemos entender a necessidade de cada município, estudar, implementar o projeto e fazer as aplicações necessárias para combater o crime.

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