Biomtech se reinventa e muda o modelo de negócio

A Biomtech atua exclusivamente no mercado de reconhecimento facial e recentemente mudou o modelo de atuação, passando de venda de soluções para o modelo SaaS (Software como Serviço). Para falar sobre esse assunto e o momento que a empresa está vivendo atualmente, conversamos com o CEO Ricardo Cadar.

Revista Segurança Eletrônica: Recentemente a Biomtech mudou o seu modelo de negócio. Poderia nos contar sobre essa transformação?

Ricardo Cadar: A Biomtech é uma empresa que está aberta desde 2013 em Belo Horizonte e foi uma das companhias pioneiras em reconhecimento facial no Brasil. Na época, fomos a primeira empresa a lançar uma fechadura de reconhecimento facial. De lá para cá nós fomos evoluindo, não apenas na tecnologia, mas também nos dispositivos que vendemos, e dessa forma o modelo de negócio da empresa se transformou. Antes, a Biomtech era uma empresa de venda de equipamentos e hoje é uma empresa que faz prestação de serviço por meio dos equipamentos que desenvolve. Prestamos serviços em diversas áreas, como condomínios, corporações, saúde, educação e justiça, utilizando nossos próprios equipamentos de reconhecimento facial. Resumindo, somos uma empresa de solução de reconhecimento facial, fabricamos nosso próprio equipamento e utilizamos o nosso próprio produto para poder desenvolver soluções para vários mercados utilizando a nossa tecnologia.

Revista Segurança Eletrônica: Como funciona essas soluções direcionadas para nichos específicos?

Ricardo Cadar: Nós entendemos o que o mercado precisa, quais são seus problemas e propomos uma solução inteligente e completa com equipamentos, softwares e aplicativos que são desenvolvidos por nós. Fazemos todo o desenvolvimento, tanto de aplicativos como de softwares, utilizando os nossos equipamentos próprios também. São soluções para o controle de acesso, podendo ser incorporadas a catracas, por exemplo, e registro de ponto. Tudo isso, com equipamentos que fazem autenticação e verificação por meio de biometria facial. Em tempos de pandemia, temos modelos que fazem aferição de temperatura e identifica se o usuário está ou não de máscara.

Revista Segurança Eletrônica: Como tem sido a atuação da Biomtech nesse cenário de pandemia?

Ricardo Cadar: Tecnologias por aproximação e soluções que evitam o toque já eram uma tendência de mercado. Com a pandemia, tudo isso acelerou e a procura cresceu muito. O contato em objetos de uso comum atualmente é um risco. E, por isso, a tecnologia de reconhecimento facial ganhou notoriedade. Fizemos a implementação da nossa solução, durante a pandemia, em grandes condomínios de Nova Lima, cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Estamos realizando muitas reuniões de negócios e webinários, aumentamos nosso time de vendas e investimos em estratégia de comunicação e mídia para divulgação da Biomtech.

Revista Segurança Eletrônica: Vocês precisaram adaptar as soluções para atender as novas exigências do mercado?

Ricardo Cadar: Sim. Nós lançamos recentemente um equipamento que faz detecção de máscara e de temperatura. Devido à Covid-19, decidimos adaptar a nossa solução de controle de ponto por digital para não ter nenhuma contaminação por superfície e lançamos um novo produto, que é o FaceCheck, mas com reconhecimento facial. Já era uma ideia nossa fazer esse produto, mas lançaríamos no segundo semestre, e acabamos antecipando o lançamento devido a pandemia.

Revista Segurança Eletrônica: Qual é a importância das soluções de segurança para o controle da disseminação dessa doença?

Ricardo Cadar: O reconhecimento facial passou de uma solução que muitas vezes era vista como luxo para uma solução necessária. Se hoje nós temos medo de encostar em qualquer coisa, seja porta, catraca, uma maçaneta, um controle de ponto, o reconhecimento facial veio para ajudar a combater essa disseminação e das próximas que poderão vir. Acredito que esse tipo de tecnologia veio para ficar. O mercado está cada dia maior e a tendência é só crescer com várias soluções que estão sendo dadas por várias empresas do mundo inteiro utilizando a tecnologia de reconhecimento facial.

Revista Segurança Eletrônica: Como é a política comercial de vocês?

Ricardo Cadar: Temos alguns integradores e revendas que são nossos parceiros e que compram os nossos equipamentos e as nossas soluções completas. Também, sempre buscamos fazer parceria com as empresas que querem utilizar as nossas soluções, seja software, aplicativo e hardware, mas que encontram dificuldades de comprar agora. Dessa forma, fazemos um contrato de prestação de serviços. Estamos focando 100% na prestação de serviços e não apenas em vender mais equipamentos. Para os revendedores e distribuidores, o que fazemos é apoiá-los para que eles também ofereçam essa modalidade e, dessa forma, tenham um contrato de prestação de serviço com seu cliente final. Nós também não cobramos pelos equipamentos, fazemos um contrato no modelo de prestação de serviços com eles e assim eles não precisam desembolsar valores nesse momento. Também operamos em um sistema de financiamento para facilitar para esses parceiros.

Revista Segurança Eletrônica: Qual a vantagem desse modelo de negócio?

Ricardo Cadar: Primeiro é fluxo de caixa, ainda mais nesse momento em que a maioria do mercado está reduzindo custo. A segunda vantagem é que toda a parte de manutenção, suporte, upgrade de equipamento e software (durante todo o contrato) está embutida na nossa prestação de serviços, ou seja, nós cuidamos de absolutamente tudo, até mesmo do treinamento para utilização do software.

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