Aeroscan recebe terceira rodada de investimento após crescimento e resultados positivos

Empresa planeja investir o capital em parceiros e integradores, além de novas tecnologias

Por Fernanda Ferreira

A Aeroscan recebeu em agosto uma nova captação de investimento realizada pelo fundo Bossanova, venture capital que investe em startups em todo o país, através do Pool CT HUB. A startup já participou em 2020 e 2021 de rodadas de financiamento coletivo que resultaram na captação de mais de R$ 2 milhões em tempo recorde.

Para contar sobre como essa captação será aplicada e o que podemos esperar de novidades para os próximos meses, conversamos com Marco Forjaz, CEO da Aeroscan.

Revista Segurança Eletrônica: Como foi o processo de negociação com a Bossanova?

Marco Forjaz: Já tínhamos em mente uma terceira captação, tendo em vista o nosso crescimento acelerado e entrega dos resultados. Nas duas captações que realizamos via crowdfunding (financiamento coletivo) foram muitas surpresas positivas. Primeiro, rodadas pelo tempo recorde de captação e depois o retorno em curto prazo aos investidores da EqSeed (a plataforma de crowdfunding).

Assim como em muitos setores, não havia dúvidas que o impacto causado pela pandemia e o isolamento social fariam com que o mercado de venture capital, onde investidores aplicam recursos em startups com potencial de crescimento e rentabilidade, ficaria comprometido, além de que o foco dos fundos seria aportar em startups que já faziam parte de seus portfólios.

Em função de tudo isso eu estava seguro que os processos de captação estariam mais morosos, e olhando este cenário de mercado interno e externo e com base em nossa estratégia de crescimento, decidimos antecipar a nossa terceira rodada. Diante desta perspectiva, abrimos conversas com alguns fundos e já imaginávamos que chamar a atenção de um investidor para captar recursos em meio a este cenário não seria nada fácil. A boa notícia é que estávamos no momento certo e com tudo ajustado. Como sempre digo aos “startupeiros”, muitas coisas podem e devem ser feitas antes, então esteja sempre pronto para uma rodada de investimento, independente do seu momento.

Nestas conversas colhemos alguns frutos e tivemos até a oportunidade de seguir conversando com quem realmente desejávamos que fosse o nosso próximo investidor. Aliando os desejos, interesses e forças que potencializaram o nosso negócio, seguimos com a Bossanova através do Pool CT HUB, que apresenta uma sinergia muito forte com as pessoas que o compõem: seu propósito em resolver a dor do cliente e mercado de atuação.

Após a assinatura da carta de intenções, iniciamos o processo de “due diligence”, um procedimento complexo, que visa compreender se os números e estratégias apresentadas refletem na sua realidade de mercado, suas potencialidades e riscos para o futuro a curto, médio e longo prazo. Mais uma vez para a nossa surpresa tivemos a diligência mais rápida dentro do processo do fundo devido a nossa organização e planejamento. Não existe uma fórmula secreta, mas fica aqui mais uma dica aos “startupeiros”: foco e algumas medidas aplicadas ao negócio certamente fazem a diferença, mesmo diante ao cenário adverso que o mercado se encontra.

Revista Segurança Eletrônica: Qual foi o valor do aporte aplicado?

Marco Forjaz: Infelizmente esta é uma pergunta delicada, pois temos um acordo de sigilo, mas o que posso compartilhar é que tivemos dois investimentos dentro desta mesma rodada, sendo uma parte pela Bossanova e a outra pelo Grupo Primo, ambos com o apoio e suporte do Pool CT liderado pelo Adalberto Bem Haja. A rodada foi feita com um valuation 3 vezes maior que a nossa primeira captação em um período de apenas dois anos, e agora estamos nos estruturando para que a próxima seja uma Series A.

Revista Segurança Eletrônica: Como será utilizado esse novo investimento?

Marco Forjaz: O primeiro passo é olhar para dentro de casa e para essa equipe incrível que nos trouxe até aqui. Fazer com que todos se mantenham engajados e alinhados com o nosso futuro, investir nas pessoas e na sua qualificação, afinal são eles que nos fazem crescer.

O segundo é colocar em prática o que mais sabemos fazer: investir em nossos parceiros e integradores através de um canal de vendas estruturado, manter e atualizar nossas tecnologias diante dos clientes, movimentar o mercado através de parcerias estratégicas, como no caso da Ôguen, e entregar sempre com qualidade e excelência.

O terceiro passo já está traçado, mas vamos revelar em uma próxima oportunidade. Por isso fiquem ligados nos nossos canais!

Revista Segurança Eletrônica: Recentemente vocês também investiram em uma nova estrutura para a empresa. O que foi feito?

Marco Forjaz: Isso mesmo, como comentei acima, estamos olhando para dentro de casa com foco no futuro e isso nos trouxe algumas medidas importantes para este momento. Estruturamos algumas áreas já existentes, como a chegada do Léo Szterenzys assumindo como novo Diretor de Operações e o nosso fundador Marcelo Musselli iniciando uma nova jornada dentro da Aeroscan, assumindo a área de Produto e Inovação, para que possamos criar, cultivar, manter e aumentar a nossa oferta de produtos e solução diante ao mercado, além da área de marketing digital e nosso canal de comunicação nas redes sociais.

Também na nossa camada de diretoria, temos Marcello Moreira como CTO e Renato Mugnaini nosso Diretor Comercial e Marketing Estratégico. Além disso, contamos com um Conselho Administrativo e um Conselho Fiscal Consultivo com a participação de dois grandes profissionais, o Eduardo França da S9 e Robson Bessa da UNBLOCK.IT Consultoria, tudo isso alinhado com o processo de Governança Corporativa que estamos implementando.

Revista Segurança Eletrônica: Nesses últimos três anos de realização de projetos e contato com o mercado de segurança, como tem sido a recepção dos clientes com relação a tecnologia de monitoramento com drone?

Marco Forjaz: No começo foi um pouco lento, mas depois de uma sensibilização do cliente final e de nossos integradores, onde trouxemos alguns resultados, em alguns casos financeiros e outros resolvendo a dor do cliente, ou ambos, as coisas começaram a caminhar melhor e hoje colhemos alguns frutos deste trabalho.

Nossa venda acontece através de integradores devidamente inscritos em nosso programa de parceiros e não no cliente final, por isso é um trabalho de parceria que requer muito conhecimento não somente da solução, mas do serviço que entregamos. Queremos que nossos parceiros e integradores se preocupem com o que sabem fazer e garantimos a entrega deste serviço “full service”, com suporte 24 x 7, manutenção preventiva e corretiva, backup, seguro RETA e CASCO, software, treinamento, documentação e regularização periódica junto aos órgãos reguladores.

Agora olhando do lado da tecnologia que faz parte do serviço, outro grande diferencial é o nosso software que hoje entrega não somente a solução de drone, mas também permite integração com os principais VMS’s de mercado, como o D-Guard da Seventh, XProtect da Milestone, Security Center da Genetec, Avigilon, iVMS da Hikvison e o SecurOS. Além de compatibilidade com outros VMS, alguns softwares legados e outras soluções como as minas e radares israelenses da Ôguen.

Estamos a todo momento atualizando as nossas tecnologias e agora com a área de Produto e Inovação, estamos olhando soluções que possam melhorar cada vez mais o monitoramento do perímetro através de drones e a experiência de nossos clientes.

Revista Segurança Eletrônica: Vocês começaram no mercado de segurança efetivamente em 2019, como uma startup. Vocês já consideram que a empresa chegou em um nível de maturidade para ser considerada efetivamente uma organização?

Marco Forjaz: Acredito que sim e que não. Tenho certeza de que estamos bem estruturados e organizados e nos considero uma startup com modelo de organização, mesmo que pequena, sabendo que temos um longo caminho e jornada a seguir, principalmente através do processo de governança que estamos implementando para dar segurança aos nossos acionistas e direcionamento aos nossos gestores, mas sempre preocupados com a escalabilidade do negócio, que seja sustentável, perene e lucrativo.

Diante deste objetivo, já estamos nos organizando internamente para nos tornarmos uma sociedade anônima, que faz parte do nosso plano e compromisso com os nossos investidores para os próximos anos. Então estamos nos preparando para escalar, ser sustentável e lucrativo e assim nos tornarmos uma grande organização do mercado de drone e consequentemente no setor de segurança.

Revista Segurança Eletrônica: Para as pessoas que estão começando como startup, como você enxerga o mercado no atual cenário mundial?

Marco Forjaz: O primeiro passo é que tenha uma solução que atenda a dor do cliente e inicialmente no mercado local com muito foco e precisão, ter os fundadores 100% envolvidos, além de algumas medidas para que o negócio se mantenha de pé e tenha crescimento, mesmo diante da adversidade do mercado atual. O momento é de não se arriscar muito, como diria o nosso amigo Thiago Nigro do Grupo Primo, é hora de colher os frutos baixos com menos esforço e maior resultado e não tentar fazer o impossível para colher frutos altos que demandem muito esforço e resultado a longo prazo.

Revista Segurança Eletrônica: Quais os cuidados que devem ser tomados devido às incertezas econômicas?

Marco Forjaz: O caminho não será fácil, mas se a startup tiver foco, aproveitar o momento da crise para organizar o seu plano de negócio, ter um bom pitch deck e alinhado com algum fundo de investimento em seu propósito, tenho certeza de que terá sucesso na sua jornada e eventual “Seed Money” (investimento para o seu estágio inicial). Como comentei mais acima, deve-se sempre ter o negócio ajustado e organizado para uma eventual entrada de investidor, independente do seu momento. Agora o mais importante de todos, cuide do seu caixa!

Revista Segurança Eletrônica: Quais os planos da Aeroscan para o 4º e último trimestre de 2022 e para o ano de 2023?

Marco Forjaz: Muito foco nas entregas dos projetos já fechados e que estão por acontecer, entregar com responsabilidade e qualidade fortalecendo cada vez mais nossos parceiros e integradores, além de cuidar de todos que já estão conosco.

Para 2023 estamos muito esperançosos com as oportunidades e novidades que estão por vir, tanto de nós como de nossos parceiros estratégicos, então deixo isso para falarmos em outra breve oportunidade, mas tem muita coisa boa para acontecer.

Revista Segurança Eletrônica: Gostaria de deixar um recado final?

Marco Forjaz: Quero deixar registrado o quanto estamos felizes por fazer parte deste mercado, o quanto pudemos aprender com pessoas e núcleos importantes que estão fazendo não somente da Aeroscan, mas todos maiores, como no caso do CT Hub. Acredito muito nas parcerias estratégicas e estamos sempre abertos para receber qualquer parceiro, fornecedor e integrador com o objetivo de somar. Por último, mas não menos importante, tenha foco, pense grande, acredite, faça network e respeite o próximo!

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