Em Foco com Johnson Controls: tendências do mercado de intrusão

Para falarmos sobre as principais tendências do mercado de intrusão, conversamos com Robert Davis, gerente geral de Produtos de Segurança contra Intrusão da Johnson Controls.

Revista Segurança Eletrônica: Quais são as tendências mais recentes ou emergentes para o mercado de intrusão?

Robert Davis: Temos várias tendências. Acredito que a mais importante seja a integração das soluções de intrusão com as de automação residencial e de inteligência para o lar. Tudo que fazemos, em termos de hardware, é desenvolvido com foco no desejo do consumidor, não apenas por segurança, mas por segurança como a base dos demais recursos e tecnologias. Outro ponto é a interoperabilidade. Quando pensamos na demanda do cliente por integração de soluções de inteligência e automação residencial, podemos atendê-la de várias maneiras. Quanto mais essas ofertas estiverem integradas em uma única plataforma, mais simples fica a vida do cliente, e mais eficiente e econômica fica a solução. Por exemplo, a central QOLSYS IQ2 oferece a funcionalidade básica de segurança, mas pode ser integrada às mais recentes tecnologias de inteligência e automação residencial. Sem dúvida, é algo que ajuda a impulsionar a tendência de automação residencial e de tecnologias inteligentes para o lar.

Revista Segurança Eletrônica: Quais são os principais conceitos com os quais revendedores, integradores e consultores de soluções de segurança devem estar familiarizados quando o assunto é intrusão?

Robert Davis: No caso dos revendedores, é importante que estejam familiarizados com as tendências que citei anteriormente. Os consumidores de hoje estão em busca de soluções diferentes das do passado. Dez anos atrás, ou mesmo cinco anos atrás, os clientes queriam um sistema de segurança que apitasse quando alguém abrisse a porta e que pudesse ser ativado e desativado ao longo do dia. Hoje, os clientes esperam muito mais, como soluções convenientes como uma campainha com vídeo totalmente integrado. Por conta disso, é importante que os consumidores trabalhem em parceria com a empresa de instalação de segurança para que possam tomar decisões informadas. Acredito, inclusive, que o foco do mercado esteja cada vez mais voltado para recursos de inteligência para o lar e de automação residencial. Revendedores e integradores precisam olhar para o futuro e antecipar as tendências e os rumos do mercado. Com tantas novidades no nosso setor e um ritmo tão acelerado de mudança, é fundamental que esses revendedores, integradores ou distribuidores parceiros compreendam os rumos do mercado; se a tendência é a tecnologia baseada na borda ou o uso de dispositivos como pontos de segurança. Tudo isso precisa ser levado em consideração para atender à demanda do consumidor e impulsionar uma proposta de valor convincente para o usuário final.

Revista Segurança Eletrônica: Quando o assunto é a instalação de um sistema de intrusão residencial, quais informações são essenciais para garantir o sucesso do desenvolvimento, da instalação e da implementação desse sistema, além da satisfação do usuário final?

Robert Davis: Acredito firmemente que, a fim de se obter uma instalação residencial bem-sucedida, os profissionais de segurança precisam ouvir seus clientes e suas necessidades antes de fazerem qualquer recomendação. Quando o cliente faz o primeiro contato com um revendedor da área de segurança, ele tem uma série de expectativas. É fundamental focar nessa primeira interação para que se tenha a certeza de compreender quais são os recursos mais importantes para aquele cliente. O profissional precisa entender se o cliente é motivado por um desejo de segurança, proteção, conveniência ou automação.  Soluções customizadas estão ficando cada vez mais populares, já que cada cliente tem suas necessidades individuais e não existe uma solução única que atenda a todas elas. É importante considerar a oferta de recursos de vídeo, assim como funções de interatividade, para melhorar a experiência do cliente e o valor da solução ao longo do tempo.

Revista Segurança Eletrônica: Quando o assunto é a instalação de um sistema de intrusão comercial, quais informações são essenciais para garantir o sucesso do desenvolvimento, da instalação e da implementação desse sistema, além da satisfação do usuário final?

Robert Davis: Para a instalação de um sistema comercial, é importante coletar informações sobre as necessidades de customização desde o início. Mais especificamente, o profissional de segurança deve estar familiarizado com a atividade comercial da empresa, as particularidades quanto à localização e o perfil do usuário. É importante perguntar sobre a eventual necessidade de expansão do sistema. Quantas zonas e partições serão necessárias? O sistema será com ou sem fio? É preciso haver integração com outros componentes de segurança como controle de acesso ou vídeo? Como os usuários irão interagir com o sistema?  Quando falamos com nossos clientes sobre soluções para empresas, a maior preocupação geralmente é em ter um sistema confiável e fácil de usar, devido ao grande número de funcionários que irão interagir com ele, e com capacidade de expansão conforme a necessidade.

Revista Segurança Eletrônica: Quais são os componentes indispensáveis para criar um sistema de intrusão abrangente?

Robert Davis: Os componentes indispensáveis mudam de cliente para cliente, mas, na minha opinião, alguns componentes acabam sendo universais. Primeiro, incluir uma interface simples que permita aos usuários verificar os níveis de atividade a qualquer momento é fundamental. Isso permite o monitoramento mais consistente de possíveis ameaças, o que aumenta o nível de proteção do sistema. Serviços interativos como esse são uma parte importante do sistema. Eles são a base de um sistema abrangente que integra segurança, automação e interoperabilidade com outras funções.  Quanto maior a habilidade de interação remota do sistema com, por exemplo, um smartphone, maior o seu valor. Os consumidores têm o mundo na ponta dos dedos graças aos seus dispositivos, então faz todo sentido que os sistemas de segurança sejam acessados dessa forma. Telas touchscreen aprimoradas com serviços interativos permitem que os usuários controlem e interajam com o sistema remotamente, economizando tempo e, à medida que o vídeo se torna mais acessível, dinheiro. Serviços interativos, vídeo, segurança de vida e proteção são as principais ofertas que o revendedor deve ter à disposição dos seus clientes.

Revista Segurança Eletrônica: Qual é o papel da IA/AM na intrusão?

Robert Davis: Inteligência artificial e aprendizado de máquina (“machine learning”) são elementos fundamentais para o futuro da intrusão. Já existem vários produtos e serviços no mercado de intrusão que usam aprendizado de máquina e aprendizagem profunda (“deep learning”) para ajudar a aumentar o engajamento com o sistema. À medida que as empresas confiarem cada vez mais em softwares para oferecer recursos de intrusão, automação residencial e inteligência para o lar, essas ofertas devem seguir aumentando. Tenho plena convicção de que, com o tempo, a segurança terá menos a ver com hardware físico e mais com software. O uso de IA/AM para essa desmaterialização faz todo sentido. Ao aprender os padrões e comportamentos de uma família e o funcionamento diário da casa, o sistema se torna mais intuitivo e os clientes se sentem mais seguros, obtendo mais valor do sistema como um todo.

Revista Segurança Eletrônica: Intrusão verificada por vídeo parece ser o assunto do momento no setor para minimizar a ocorrência de alarmes falsos, garantir uma resposta mais rápida da polícia e evitar que o usuário final tenha que pagar multas em certas regiões. O que você opina em relação esse tópico?

Robert Davis: No setor de segurança, temos um alto índice de alarmes falsos e que afeta negativamente todas as pessoas envolvidas.  A verificação por vídeo é uma solução efetiva para a proteção de um local como um todo, mas também ajuda as equipes acionadas a terem mais informações sobre eventos específicos ou a verificarem se realmente se trata de um alarme falso. Já vimos um aumento na verificação por vídeo em uma série de configurações, e acredito que essa tendência seguirá crescendo até se tornar um componente essencial de todo sistema de segurança do futuro.

Revista Segurança Eletrônica: Como você acha que o mercado de intrusão estará daqui a cinco anos?

Robert Davis: Quando pensamos nos rumos do mercado de intrusão, normalmente olhamos para períodos mais curtos, de dois a três anos. Acredito que nos próximos três anos o mercado seguirá crescendo, impulsionado por empresas novas, provedores de baixo custo e soluções pontuais. As empresas que conseguirem atender às necessidades dos clientes nessas áreas de crescimento serão bem-sucedidas. Talvez haja menos confiança no modelo convencional composto por uma central de segurança e seus periféricos, e as empresas que fizerem o investimento certo em tecnologias de próxima geração, como software como serviço (SaaS), aprendizado de máquina e IA, terão mais chances de sucesso. Medidas de segurança virtual serão importantes, e a capacidade de proteção da privacidade e dos dados do consumidor terá que ser integrada às soluções que oferecemos.

Revista Segurança Eletrônica: O que mais você gostaria que os leitores soubessem sobre a unidade de negócios de intrusão da Johnson Controls Security Products?

Robert Davis: A unidade de negócios de intrusão da Johnson Controls está crescendo e se desenvolvendo de olho no futuro. Somos, antes de mais nada, fabricantes de hardware, mas estamos focados no desenvolvimento das nossas ofertas de produtos, na organização das equipes para atender às necessidades do futuro e na preparação para competir com os novos participantes do mercado, principalmente as grandes empresas de tecnologia. Passamos bastante tempo aperfeiçoando a nossa abordagem, revendo a ordem de prioridade das nossas atividades de pesquisa e desenvolvimento e elaborando ofertas para os novos mercados. Estou satisfeito com as equipes que estamos formando e com as capacidades que estamos desenvolvendo para conseguir atender, desde hoje, às mudanças nas necessidades do mercado.

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