SentinelX ganha protagonismo na segurança pública com sistema usado em São Paulo

Plataforma por trás do Smart Sampa já ajudou a capturar mais de 1.200 criminosos com uso de reconhecimento facial e gestão integrada de ocorrências


A segurança pública vive um processo acelerado de avanço tecnológico, e a SentinelX é uma das empresas brasileiras responsáveis por essa mudança. Por trás do Smart Sampa, programa da Prefeitura de São Paulo que tem mais de 20 mil câmeras instaladas e integra milhares à atuação das forças de segurança, está a tecnologia da empresa, que vai muito além do simples monitoramento.

Em entrevista à Revista Segurança Eletrônica, Cristian Aquino, CEO da SentinelX, detalha como a plataforma opera desde a captação de eventos por inteligência artificial até o despacho da viatura mais próxima. Com foco em integração total, cloud computing e reconhecimento facial em larga escala, a solução já ajudou a capturar criminosos procurados, inclusive membros do PCC e foragidos de outros estados.


Revista Segurança Eletrônica: Como surgiu essa nova etapa no seu caminho empreendedor?

Cristian Aquino: Identificamos um mercado com forte demanda por soluções voltadas à segurança pública, especialmente com foco em reconhecimento facial e sistemas de despacho para órgãos como a Secretaria de Segurança. Desenvolvemos uma plataforma na qual a câmera representa apenas 5% do todo, o restante está centrado em gestão, inteligência e distribuição.

Hoje, toda a Guarda Civil Metropolitana de São Paulo opera com nossa tecnologia. Quando uma câmera detecta, por exemplo, uma pessoa procurada ou desaparecida, ou um veículo com placa suspeita, esse evento chega à nossa plataforma. A partir daí, controlamos todo o fluxo: identificamos a viatura mais próxima, avaliamos o armamento disponível e gerenciamos a resposta, inclusive para ocorrências relatadas manualmente, como uma briga. Tudo passa por nosso sistema.


Revista Segurança Eletrônica: A SentinelX oferece apenas a plataforma ou também a central de monitoramento?

Cristian Aquino: A SentinelX é responsável pela plataforma usada no Smart Sampa. Toda a inteligência e o software são nossos. Já a infraestrutura, como monitores, computadores e telões, é fornecida pelo consórcio vencedor do edital.


Revista Segurança Eletrônica: Quais são os diferenciais do software desenvolvido por vocês?

Cristian Aquino: O grande diferencial é operar no núcleo da segurança pública. Atuamos em toda a engrenagem: da câmera ao reconhecimento, passando pelo despacho da viatura, possível prisão, elaboração do relatório e assinatura digital. Tudo em nuvem, de forma escalável e integrada.

Tradicionalmente, as soluções são fragmentadas, uma empresa cuida das câmeras, outra do reconhecimento facial, outra do data center. Com isso, o sistema perde eficiência. Nós unificamos tudo em um único ecossistema: SentinelX. Já ajudamos a capturar mais de 1.200 pessoas com o apoio da nossa inteligência artificial.


Revista Segurança Eletrônica: Pode citar algum caso de destaque?

Cristian Aquino: Há muitos. Já ajudamos a capturar desde membros do PCC até estupradores. Tivemos o caso de uma pessoa que estava simplesmente passeando com um cachorro na calçada e, ao ser identificada pela nossa plataforma, a guarda agiu rapidamente e efetuou a abordagem e constatamos um mandado de prisão em aberto. Também localizamos foragidos de outros estados que estavam em São Paulo. Tudo graças ao cruzamento de dados em tempo real e integração entre Governo de Estado e Prefeitura.


Revista Segurança Eletrônica: Na segurança pública, a resposta é imediata. Isso difere da segurança privada?

Cristian Aquino: Exato. Nosso conceito é “falar com quem resolve”. As informações críticas não podem ficar com empresas privadas. A resposta precisa ser ágil, hoje temos uma média de seis minutos entre a detecção e a chegada da viatura. Nosso sistema só mostra alertas com mais de 90% de similaridade facial. Ao despachar uma ocorrência, a plataforma envia foto e vídeo para a viatura, além de detalhes como roupa e características físicas. É uma operação sincronizada que não comporta atrasos.


Revista Segurança Eletrônica: Você já viajou para estudar soluções internacionais. Como isso influenciou o projeto?

Cristian Aquino: Tive a sorte de encontrar pessoas pelo caminho com a mesma visão e a mesma vontade de fazer algo de fato diferente, a SentinelX quer ser a principal plataforma de segurança pública da América Latina. Existem poucas empresas capazes de entregar esse tipo de solução de forma escalável. Em seis meses, ajudamos a prender mais de 1.200 pessoas. Isso é impacto social concreto.

O reconhecimento facial é o que realmente transforma a segurança pública. Leitor de placas, por exemplo, tem limitações: o criminoso usa carro de outra pessoa ou com placa clonada. Mas o rosto…não tem como esconder. Uma vez na rua, ele será detectado.


Revista Segurança Eletrônica: O sistema já chegou a outras cidades além de São Paulo?

Cristian Aquino: Sim, temos mais de 48 projetos em andamento, com cidades e estados interessados. O modelo criado pela Secretaria de Segurança Urbana de São Paulo chamou a atenção nacional. Muitas prefeituras perceberam que só a câmera com reconhecimento facial não basta. É preciso ter toda a engrenagem: viatura, despacho, comunicação em tempo real. Nós já desenvolvemos somente esse ano mais de 400 customizações a pedido da secretaria, são os desafios que eles têm no dia a dia e nosso papel é ajudar com a tecnologia.


Revista Segurança Eletrônica: A SentinelX planeja algum investimento para esse ano em tecnologia?

Cristian Aquino: Sim, nós vamos investir mais de 40 milhões em desenvolvimento de novas tecnologias e inteligência artificial, com foco em segurança pública e alinhado com nossos investidores.


Revista Segurança Eletrônica: Qual mensagem você gostaria de deixar ao nosso leitor?

Cristian Aquino: Se você é Prefeito, Secretário de Segurança ou representa uma empresa privada, visite o Smart Sampa para entender como estamos ajudando a transformar a segurança no país. Entre em contato com a SentinelX. Estamos abertos para mostrar como a tecnologia pode salvar vidas e tornar nossas cidades mais seguras.

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