Mundo corporativo VERSUS TI VERSUS Segurança

Por Julio Cesar

Todos os profissionais, antigos e novos, que passaram pelo mercado como um todo conhecem muitos dos adventos, contrapartidas e prós de terem possuído a experiência de estarem em contato com uma empresa que se estrutura com base em tecnologia ou não, assim como empresas que possuem áreas de segurança ou não. Dessa forma, as mais diversas compreensões sobre o posicionamento dessas áreas junto ao mundo corporativo puderam ser observadas. Porém para contextualizar o assunto, uma breve pesquisa precisa ser evidenciada.

Até a Revolução Industrial, em 1776, não existiam empresas formalizadas no mundo. Havia somente pequenos produtores domiciliares que fabricavam tecidos e utensílios domésticos, suprindo as próprias necessidades. Um exemplo dessa época era que grande parte das famílias Inglesas possuía um TEAR, usado para produzir tecido manualmente e quando os motores movidos a vapor foram acoplados aos TEARES, surgiu a indústria têxtil.

Neste meio, Frederick Winston Taylor, iniciou o seu estudo observando o trabalho dos operários. Sua teoria seguiu um caminho “de baixo para cima” e “das partes para o todo”, dando ênfase às tarefas a serem realizadas. Para ele, a administração de algum negócio tinha que ser tratada como ciência e, por isso mesmo, ele criou a “Organização Racional do Trabalho”, a qual pregava o estudo dos tempos e movimentos, objetivando a isenção de movimentos inúteis, para que o operário executasse rápida e simplesmente sua função, dentro de um tempo médio. Esse estudo compreendia a fadiga humana, a divisão do trabalho e a especialização, o desenho de cargos e tarefas, além de uma padronização visando a uniformidades das tarefas.

Taylor estudou os problemas das operações industriais com profundidade e procurou resolvê-los e, através de suas observações e experiências, desenvolveu seu sistema de administração de tarefas que mais tarde, ficou sendo conhecido como “Administração Científica”, que seria um sistema que economizava trabalho, produzindo mais em menos tempo.

ADMINISTRAÇÃO – A história da Administração surgiu há muitos séculos, mais precisamente no ano 5.000 A.C., na Suméria, quando seus antigos habitantes procuravam uma maneira para melhorar a resolução de seus problemas práticos. Depois no Egito, Ptolomeu planejou e dimensionou um sistema econômico que não poderia ter- -se operacionalizado sem uma administração pública sistêmica e organizada. Na China de 500.A.C., a necessidade de se ter um sistema organizado de governo para o império, a Constituição de Chow, com 8 (oito) Regras de Administração Pública de Confúcio, exemplificam a tentativa chinesa de definir regras e princípios de administração. As instituições otomanas, pela forma como eram administrados seus grandes feudos. Os prelados católicos, já na Idade Média, desta cando-se como administradores natos. Já a moderna administração surgiu em resposta as duas consequências provocadas pela Revolução Industrial: o Crescimento acelerado e desorganizado das empresas que passaram a exigir uma administração científica capaz de substituir o empirismo e a improvisação, e a necessidade de maior eficiência e produtividade das empresas, para fazer face à intensa concorrência e competição no mercado.

TI – O desenvolvimento da TI, segundo Peter G. W. Kenn, pode ser dividido em quatro períodos distintos: processamento de dados (década de 1960), sistemas de informações (década de 1970), inovação e vantagem competitiva (década de 1980), integração e reestruturação do negócio (década de 1990).

A SEGURANÇA PRIVADA – A Atividade de segurança privada no Brasil teve início em 1967, com a primeira legislação sobre o assunto surgindo em 1969, autorizando o serviço privado em função do aumento de assaltos a bancos, obrigados à época a recorrer à segurança privada. A demanda por Segurança Privada aumentou ao longo dos anos e esta necessidade deixou de ser exclusiva das instituições financeiras para ser fundamental também a órgãos públicos e empresas particulares.

A SEGURANÇA DO TRABALHO – Em 350 a.C., Aristóteles já estudava as doenças ocupacionais e as formas de evitá-las. Esses são os primeiros registros que demonstram alguma preocupação sobre a saúde dos trabalhadores. Depois disso Hipócrates, o pai da medicina, faz descrições a respeito do envenenamento por chumbo. O marco da segurança do trabalho se deu no ano de 1700 na Itália com a publicação de Bernardino Ramazzini, De morbis Artificium Diatriba. Esta obra descreve doenças relacionadas a 50 profissões e por seu trabalho ele é considerado o Pai da Medicina do Trabalho. Mas somente em 1802 junto a Revolução Industrial na Inglaterra que vemos surgir a primeira lei com foco na proteção do trabalhador. Neste contexto surgiu a Lei das Fábricas ou Factory Act que estabeleceu a carga horária de 12 horas, proibia o trabalho noturno e mudava o olhar médico e o estabelecendo para algo mais político.

Após a Primeira Guerra Mundial em 1919, foi criada a Organização Internacional do Trabalho (OIT), sendo um marco mundial na busca pelo trabalho justo. A organização busca a paz universal baseada na justiça social, ou seja, justiça para os trabalhadores.

Dentro do âmbito empresarial, com o passar do tempo, as mentes gestoras começaram a compreender então os benefícios de uma correta administração corporativa, seja dos insumos, estoques, tempo, trabalho ou pessoas, para que houvesse processos, procedimentos, padrões e definições que fizessem sentido para as demandas dos clientes externos e para a produção.

Porém, como tudo na vida, a administração corporativa não estava 100% alinhada ao negócio e ao crescimento gradual ou exponencial do mesmo. Pensando dessa forma é que foi entendido que incrementar tecnologias de informação nas empresas, expandiria e agilizaria processos, aumentaria a eficiência na produção e na comunicação, mas ainda assim era algo novo, custoso e que não possuía um entendimento completo para que seu emprego no uso corporativo fosse visto como necessidade. Era visto então como um mal necessário. Aumentaria a produção, mas possuía um alto gasto como contrapartida, pois seria o emprego de máquinas, sistemas e pessoal qualificado.

Da mesma forma, mais tarde, quando o mundo corporativo começou a ver a tecnologia em favor da segurança emergir e se fazer presente nas empresas a fim de inibir ações criminosas que pudessem lesar o patrimônio ou então no emprego de conferir, auditar e supervisionar processos críticos que poderiam ocasionar acidentes de trabalho ou que não poderiam falhar sem pronta resposta, a TI das empresas precisou inserir as tecnologias de segurança em suas atividades, independentemente de ser uma área agregada a TI ou fazer parte dela. Sendo assim, dá mesma forma que TI sofria com o preconceito de ser o mal necessário, a área de segurança sofria com o preconceito de ser um gasto adicional desnecessário.

A TI sofria cortes de verbas por ser acusada de querer o mundo perfeito, sendo que a atividade poderia ser feita com qualquer pczinho que pudesse acessar a rede, da mesma forma que segurança tecnológica sofria cortes maiores e mais incisivos porque qualquer sensor, câmera ou sirenes baratas dariam conta do recado. E assim foi por muito tempo.

Com os avanços tecnológicos, as novas mentes gestoras que foram surgindo, as novas técnicas de administração de recursos, perdas e proteção ao patrimônio (inclui-se proteção à vida), adaptações do mercado as novas modalidades e estruturação de dados em informações além de as necessidades de adaptação a novas modalidades de crimes, fizeram com que essas ideias fossem convergindo para uma realidade fatídica sobre o porquê de existirem essas áreas dentro das corporações.

A TI, por sua vez, traz a transformação dos dados em informações que apoiam fortemente as decisões corporativas, além de atuar em absolutamente todas as frentes melhorando a comunicação, produção, automação, processos, métodos de trabalho, superando todas as barreiras e fronteiras, e por isso passou a ser vista e compreendida como base fundamental da estratégia do negócio. Entende-se então que sem um TI sólida, as empresas podem não possuem pilares fundamentais de posicionamento de mercado.

Já a segurança, faz tecnologia trabalhar em prol da empresa assumindo a responsabilidade de usar essa tecnologia na proteção do patrimônio, na manutenção de processos, preservação e apoio a vida humana, não apenas identificando situações que necessitem de uma reação, mas antecipando outras tantas, permitindo pró-atividade, prevenções e a tomada atitudes imediatas ao fato, sejam ações automáticas ou manuais, porém assertivas. Dessa forma, compreende-se então que a segurança passa a ser o investimento necessário da corporação.

Portanto, caso você, empresário, presidentes, CEO, diretor ou gestor que não visualiza essas áreas sob esse aspecto, o conselho uma revisão de processos, pois há garantias de que muitas e grandes melhorias podem ser feitas em sua produção, pessoal, retornos financeiros e processos alinhando essas áreas ao seu business. Caso você já tenha essa visão, perfeito, siga nesse alinhamento estratégico o tanto quanto for possível, pois está construindo ou fortalecendo e edificando cada vez os pilares que o consolidam como A EMPRESA e não como mais uma empresa.

Na busca pelo diferencial, pela inovação e pelo atendimento, a TI como estratégia do negócio e a segurança como investimento essencial, serão fortes aliados no seu crescimento.

Julio Cesar é Líder de Treinamentos do CT Segurança.

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