Segurança eletrônica não é só tecnologia

Por Marco Antônio Barbosa

Quando falamos de segurança eletrônica, a primeira coisa que surge em nossa mente são os debates sobre a evolução tecnológica.

Com a internet cada vez mais rápida, novos produtos ou novas câmeras de vigilância surgem como a solução para evitar roubos e assaltos.

Mas o que fica fora dessa equação é que a criminalidade também evolui e se apropria dessa mesma tecnologia para burlar a segurança. Então, como evitar o pior?

As quadrilhas especializadas em assaltos a agências bancárias, por exemplo, ficaram famosas nos últimos anos após ações cinematográficas em que dominam toda a cidade.

Em 2021, cidades do interior paulista como Mococa, Araçatuba e Jarinu tiveram madrugadas assustadoras.

Mas esses criminosos miravam quantias de até R$ 160 milhões e arrecadaram menos de 10% desse montante.

O que impediu o sucesso dos criminosos não foi somente a tecnologia, mas a inteligência por trás dela. Sistemas de segurança robustos e integrados, que unem diversos produtos com funções diferentes, são o principal fator para o sucesso de empresas na luta contra o crime.

Outro exemplo aconteceu em 2018, quando um grupo de criminosos invadiu o Aeroporto de Viracopos, arrombando um portão no fundo da pista, e levou 5 milhões de dólares que seriam transportados em um voo.

Em um caso como esse, apenas uma barreira no portão não evitaria o crime. Mas se essa cerca estivesse integrada a um sistema de vigilância e a outras tecnologias, a chance de a ação dos criminosos ser bem-sucedida seria reduzida consideravelmente.

Os sistemas funcionam como um exército em uma guerra. Cada batalhão tem uma função e, com isso, cada batalha é uma pequena vitória dentro do todo.

Na segurança privada, cada equipamento criado pode evitar uma ação planejada pelos criminosos, dificultando a invasão ou diminuindo os valores saqueados.

Seguindo a mesma analogia, esses sistemas, assim como demonstrações de poderio bélico, podem assustar o inimigo. O criminoso busca falhas na segurança ou facilidades para conseguir o que busca sem muitas baixas.

A conta é simples: não vale a pena investir tempo, dinheiro e comparsas para um roubo com uma alta chance de dar errado.

Mesmo em uma ação em que se invade uma cidade, o risco é calculado e muito estudado. Se a chance ou o preço a pagar for muito alto, os assaltantes vão buscar um alvo mais vulnerável.

Ou seja, um sistema integrado de segurança que foi desenvolvido por uma consultoria de especialistas vale muito mais que novas tecnologias avulsas.

Uma câmera, uma cancela ou até mesmo produtos antiterrorismo usados isoladamente representam somente uma falsa impressão de segurança. Cada um tem uma função importante, mas deixa outros pontos descobertos.

Por esses motivos, na hora de planejar a segurança de uma empresa, comércio, condomínio ou de uma residência, é muito importante buscar empresas especializadas que não queiram simplesmente vender milagres.

Economizar na inteligência e na personalização por trás da sua estratégia pode trazer grandes gastos e perdas no futuro.

Marco Antônio Barbosa é especialista em segurança e diretor da CAME do Brasil. Possui mestrado em administração de empresas, MBA em finanças e diversas pós-graduações nas áreas de marketing e negócios.

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