Transformação digital na segurança: como inovar os processos de forma efetiva?

Por João Gabriel Barreto

A crise sanitária global causada pela pandemia tomou proporções maiores no Brasil em função do impacto político e econômico, gerando cenários incertos às pessoas e às organizações. Vimos o crescimento da criminalidade como um dos indicadores que reforçou essas mudanças porque, na segurança, a necessidade de adaptação foi instantânea justamente por ser um dos setores considerados essenciais pelas autoridades.

Consequentemente, as novas demandas impulsionaram a transformação digital na área de segurança empresarial. Este movimento, que ocorria num ritmo mais lento, passou a seguir um curso acelerado. Neste sentido, é importante estar atento para que não as ações não se voltem apenas para a criação de uma estrutura amplamente tecnológica, que efetivamente não traz os resultados esperados.

Passamos a perceber inúmeros movimentos de inovação, tais como os softwares de Inteligência Artificial, que analisam sons e imagens; as câmeras térmicas ou com altíssima resolução, que ajudam nos controles de acessos; os novos modelos de biometrias digitais sem contato físico; assim como a utilização de drones com voos autônomos, entre outras iniciativas que ampliam a automação nos processos de segurança.

Porém, é importante salientar que as tecnologias são meios para alcançar a inovação. O mercado de segurança acabou focando na aquisição de equipamentos mais tecnológicos em diversas modalidades comerciais como venda, locação ou comodato, mas não se preocupou em promover a integração necessária para explorar todas as opções de novos sistemas disponibilizados. Consequentemente, um projeto frustrado diante de tanta tecnologia acaba ocasionando na perda de imagem ou na má reputação dos fabricantes, além de falhas operacionais dos profissionais de segurança. Como resultado, há um aumento no custo das empresas contratantes sem conseguir ao menos atingir parte dos resultados esperados. Então, como quebrar este paradigma?

O mercado precisa entender sobre a importância da adesão a soluções integradas com enfoque consultivo, que envolve considerar o diagnóstico de vulnerabilidades, a classificação dos riscos e a priorização do seu tratamento. Para alcançar esse modelo efetivo, é preciso buscar qualificação nos profissionais de segurança, assim como tecnologias customizadas e gestão da operação.

Para a jornada de inovação desenvolver ou otimizar processos gerando receita ou economia, é preciso considerar no planejamento de segurança o equilíbrio entre elementos como informações, tecnologia, pessoas, processos e gestão contínua. Com este processo definido, é possível repensar a estratégia de segurança a partir de um novo prisma que envolve qualificar pessoas e alinhar a aplicação tecnológica ideal aos mais diversos riscos, inclusive com o aproveitamento da infraestrutura para tornar a rotina e os negócios mais seguros.

Tudo isso faz parte da nova Segurança Exponencial, que já chegou. Neste quesito, esteja aberto às inovações, porém, não se esqueça que elas precisam fazer parte de uma análise especialista para que, de fato, funcione sem que se criem estruturas robustas, caras e que, no final do dia, não são efetivas.

João Gabriel Barreto é consultor sênior de Segurança Empresarial na ICTS Security, consultoria e gerenciamento de operações em segurança, de origem israelense.

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