Shoppings e estádios apostam em monitoramento em tempo real

As tecnologias de segurança para ambientes com grande movimentação de pessoas, como shoppings e estádios de futebol, têm evoluído nos últimos anos. Além de permitirem o acompanhamento visual de tudo o que acontece no ambiente, os equipamentos de hoje identificam informações importantes e ações suspeitas em tempo real. Um exemplo é a análise de placas de carros parados em grandes estacionamentos. Já existem sistemas de vigilância no mercado capazes de identificar veículos roubados e, automaticamente, avisar as autoridades responsáveis sobre a ocorrência.

A tecnologia predominante nesses sistemas de segurança é a IP, que utiliza infraestrutura de redes para comunicação desses equipamentos. Ela é capaz de trafegar dados, voz e vídeo utilizando fibra óptica, cabeamento de rede ou até mesmo enlaces de radiofrequência. Quando integrada a softwares de análise de vídeo, essa conexão abre um mundo novo de possibilidades para o mercado de segurança.

Existem duas possibilidades de utilizar o vídeo analítico em seu sistema de segurança: por software de monitoramento (VMS) ou diretamente processado pelas câmeras IP (tecnologia embarcada). Para funcionar corretamente, o sistema de análise inteligente de vídeo precisa de câmeras com alta definição de imagens, instalação dentro das exigências predefinidas e um dimensionamento de tráfego de rede adequado, por isso a tecnologia IP é a mais indicada.

Além da análise das placas de carros de estacionamentos, os sistemas inteligentes oferecem outras utilidades. Com uso de VMS é possível, por exemplo, programá-los para identificar objetos abandonados em ambientes de alta circulação – medida recomendada quando há riscos de bombas – e para identificar brigas em multidões, o que auxilia no trabalho da polícia na proteção dentro de estádios de futebol.

Existem também opções de configuração mais simples, como identificar objetos abandonados em saídas de emergência, linhas virtuais para monitoramento de perímetros ou até mesmo a possibilidade de a própria câmera speed dome perseguir uma pessoa automaticamente sem uso de mesa controladora, com a função autotracking. Essas últimas aplicações citadas são possíveis nas próprias câmeras IP, sem uso de VMS.

Outras funcionalidades são a contagem de pessoas em filas, de veículos e até mesmo a análise de comportamento de quem circula por um determinado espaço. “Em um shopping, por exemplo, o comum é alguém estacionar o carro e seguir direto para as entradas. Agora, se uma pessoa fica circulando muito entre os carros, ela pode estar perdida – e precisar de ajuda – ou pode estar planejando o roubo de um carro. O sistema emite um alerta, e a equipe de segurança fica pronta para agir”, explicou Renan Antoniolli, engenheiro da área de soluções da Intelbras.

Ele ressalta o quanto esse tipo de tecnologia pode impactar a segurança de grandes espaços. Um projeto de vigilância de um shopping exige a instalação, em média, de 350 câmeras para que não exista ponto cego. “Só que é humanamente impossível que um grupo pequeno de operadores consiga acompanhar tudo em tempo real. Em uma tela de vigilância, normalmente, aparecem 64 imagens de câmeras simultâneas. Imagine o esforço para verificar tudo. Por isso, é cada vez mais comum a instalação de equipamentos com inteligência de vídeo”, afirmou Antoniolli.

Hoje, esses aparelhos já estão disponíveis no mercado e podem ser adquiridos por empresas de qualquer tamanho. “Alguns anos atrás, os engenheiros falavam que o futuro do mercado de segurança era promissor com o uso da tecnologia IP. Agora, nós não falamos mais isso, porque essas soluções já são realidade no presente.

Inteligência de mercado

Os novos sistemas inteligentes de vigilância também podem ajudar no gerenciamento das empresas. Em shoppings, por exemplo, os equipamentos podem identificar o comportamento dos consumidores com exatidão. É possível avaliar em quais corredores circulam mais pessoas, em quais vitrines elas mais param e, dessa forma, o shopping pode apresentar esses dados quando for negociar o espaço com os lojistas.

Essa inteligência é valiosa para o planejamento das empresas. “Os sistemas podem indicar se as pessoas estão parando dois ou dez segundos em frente a uma loja, o que é excelente para avaliar mudanças feitas na vitrine”, explicou Antoniolli. “Também é possível contar o número de pessoas que entram na loja e cruzar esses dados com os dados de vendas concluídas. Assim, o empresário conhece sua taxa exata de conversão”, disse. As possibilidades são muitas e devem aumentar ainda mais com o desenvolvimento constante de novas tecnologias.

Fonte: Exame

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