Setor da aviação prioriza segurança para garantir retomada no mundo

A pandemia por Covid-19 impactou em cheio o setor aéreo. A doença que se espalha por meio de um vírus foi a responsável por parar completamente, durante um período, as atividades dos aeroportos no mundo todo. Nunca a segurança, das mais diferentes maneiras, foi tão essencial às pessoas. Para debater esse contexto e a retomada desse mercado, tendo como parâmetro a tecnologia, a NEC reuniu, num painel do evento virtual NEC Visionary Week, o diretor-executivo do aeroporto de Narita (Japão), Hideharu Miamoto, o CEO da Star Alliance, entidade que congrega 26 das maiores aéreas do planeta, Jeffrey Goh, o VP da NEC, Norihiko Ishiguro, e o VP da NEC América, Jason Van Sice.

Segundo Goh, apesar dos voos domésticos já darem sinais de recuperação em níveis pré-pandêmicos em mercados como Estados Unidos e China, com a maior demanda recente por viagens de lazer, o vaivém das regras sanitárias em diferentes países deve fazer com que a retomada do setor não seja uniforme, ao menos no futuro próximo. Ele disse ainda que, apesar de a Covid-19 ter deflagrado a pior crise da história da aviação, o setor tem avançado na busca de respostas para o atual momento. De acordo com o executivo, a Star Alliance segue buscando inovações para melhorar a segurança dos voos, inclusive em relação a riscos sanitários.

Em novembro do ano passado, a entidade anunciou ter implantado nos aeroportos alemães de Frankfurt e Munique um sistema de controle de acesso baseado em tecnologia de reconhecimento facial da japonesa NEC. O sistema permite aos passageiros das empresas membros da Star Alliance acesso total ao aeroporto, do check-in ao portão de embarque, de forma automatizada, ou seja, sem tocar maçanetas, manipular cartões de embarque ou mesmo ter contato com outras pessoas.

Desde o começo de 2021, o número de passageiros que aderiram à solução vem crescendo, apesar do baixo número geral de viajantes. Ele diz ainda que a Star Alliance segue buscando novas adesões. “Esperamos poder anunciar nos próximos meses novos aeroportos, onde a solução de biometria vai estar disponível aos passageiros da Star Alliance”, diz. “Não vamos deixar a crise nos abater, em vez disso, vamos inovar e aprimorar a experiência do passageiro”.

Em prevenção à Covid-19, o Aeroporto Internacional de Narita, nos arredores de Tóquio, por sua vez, implementou em julho um sistema de reconhecimento facial para dar aos passageiros acesso automático, sem toque, apenas com o rosto, da entrada até a aeronave. Chamado Face Express, o novo sistema foi utilizado com sucesso durante os Jogos de Tóquio 2020, permitindo que viajantes fizessem o check-in, a emissão do cartão de embarque, da etiqueta de bagagem, o despacho das malas e o processo de imigração sem contato humano e risco de contaminação.

A novidade esteve disponível aos passageiros da Japan Airlines (JAL) e da All Nippon Airways, que optaram por compartilhar com as companhias suas respectivas identidades. Após o sucesso da iniciativa, no entanto, a administração do aeroporto quer que todas as companhias aéreas operantes no local façam o processamento de passageiros por biometria.

“Queremos expandir a iniciativa para outras companhias”, disse o diretor-executivo do aeroporto, Hideharu Miamoto. “Percebemos que essa tecnologia não só é útil para prevenir infecções, mas também que terá papel importante na retomada das viagens internacionais”, afirmou em sua participação no NEC Visionary Week, evento da empresa japonesa.

Miamoto reconhece, no entanto, que o desafio de automatizar o processamento de passageiros vai muito além de implementar tecnologias para evitar que eles toquem superfícies, entrem em contato com pessoas, tenham a temperatura medida à distância ou que sejam reconhecidos usando máscaras. Para o executivo, será crucial nesse processo um entendimento nunca antes alcançado entre empresas aéreas, entidades e governos para padronizar a gestão de milhares de certificados de vacinação e testes de detecção de covid, antes que os voos internacionais sejam realizados em escala pré-pandêmica.

Miamoto cita, por exemplo, o desafio de criar um padrão internacional para testes de Covid e certificados de vacinação. “Esses testes deveriam seguir padrões da Organização Mundial de Saúde e da Organização da Aviação Civil Internacional [que ainda não existem]”.

Ainda segundo o executivo, o reconhecimento desses certificados também depende de um entendimento multilateral entre governos para que a troca dessas informações seja feita com segurança e respeito à privacidade do viajante.

A fabricante de tecnologias biométricas NEC está se antecipando à essa necessidade. Segundo Norihiko Ishiguro, vice-presidente sênior da empresa, a empresa está trabalhando em soluções de blockchain e cibersegurança para garantir a privacidade do usuário.

Ao olhar para as possibilidades do que ainda está por vir, os executivos da Star Alliance e do aeroporto de Narita vislumbram, ainda, muito potencial para a aplicação da biometria digital no segmento de viagens, como o emprego do reconhecimento facial no processo de check-in dos hotéis, no aluguel de carros e na compra de produtos no Duty Free, isso tudo sem precisar utilizar o passaporte ou o cartão do banco. “O foco é pensar em toda a jornada do viajante, desde o ponto de partida até o destino, de forma segura. Apesar do enorme baque no setor, causado pela pandemia, temos feito pesquisas junto à base de clientes e o panorama é que ainda há uma forte demanda e as pessoas desejam voltar a viajar”, comenta Miamoto.

As palestras do NEC Visionary Week estão disponíveis até 30 de outubro. Inscrições podem ser realizadas em https://event.nec.com/nvw2021en

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