São Paulo recebeu o maior evento sobre soluções de segurança para escolas já realizado no país

Mais de 50 empresas especializadas em segurança e proteção demonstraram para os participantes como as soluções podem colaborar com a segurança dos alunos, professores e a comunidade como um todo

Por Fernanda Ferreira

Nos últimos sete meses o Brasil viveu momentos de terror nas escolas de todo o país. Entre setembro de 2022 a abril de 2023 foram realizados cinco ataques fatais contra crianças e adultos. Ao considerar os casos dos últimos 12 anos, pelo menos 52 pessoas morreram em atentados em instituições brasileiras.

Com o propósito de levantar um debate sobre o assunto e apresentar soluções de segurança para as escolas, gestores e profissionais da área, a Revista Segurança Eletrônica realizou a toque emergencial no dia 11 de maio, em Alphaville, São Paulo, o evento Escola + Segura, com a presença de 50 empresas especialistas em soluções de segurança e mais de 650 participantes, como escolas, universidades, creches, profissionais do setor, prefeituras e autoridades.

“Nosso objetivo foi reunir e discutir com as pessoas e escolas estratégias para aumentar a segurança nas instituições educacionais de todo o Brasil. As empresas tiveram a oportunidade de mostrar na prática como os equipamentos funcionam e de que forma eles podem ajudar na proteção das crianças e dos profissionais de educação”, explicou Christian Visval, organizador do evento.

Durante o evento foram realizados painéis de discussões mediados com maestria por Josué Correia Paes da CONSEG – Conselho Comunitário de Segurança.

O primeiro painel levou o tema “Como Humanizar a Segurança nas Escolas”, e teve a participação das instituições Saint Paul, Castanheiras, USP e Unicap no debate. Já o painel “Ações Preventivas Casos Práticos” contou com diversos especialistas do segmento público e privado que debateram o assunto, entre eles o vereador de São Paulo, Coronel Salles, coautor do projeto aprovado em primeiro turno pela Câmara, que autoriza escolas da rede pública da capital a contratarem serviços especializados de segurança. Juliana Martins, coordenadora institucional do Fórum Brasileiro de Segurança Pública; Prof. Claudinho Silva, ouvidor das Polícias de SP; Major Marcos de Godoy, gerente de segurança do Instituto Presbiteriano Mackenzie e o Capitão PM Maciel, do Programa Vizinhança Solidária da Polícia Militar de SP também estiveram presentes e colaboraram com os debates.

Os participantes ainda tiveram a oportunidade de conferir o relato do executivo Jason de Souza, vice-presidente da Hawha Vision para a América Latina, que compartilhou a sua experiência como pai de um adolescente que estava presente no atentado que ocorreu em 2018, no colégio Stoneman Douglas, na Flórida, Estados Unidos.

No dia 14 de fevereiro de 2018 um ex-aluno da instituição invadiu a escola armado com um rifle AR-15 e disparou contra estudantes e professores. Ao todo 17 pessoas morreram e outras 17 ficaram feridas. Esse foi o quinto tiroteio mais mortal da história recente dos EUA. Após a fatalidade, a comunidade em que Jason vivia se reuniu para lamentar e avaliar como aquele massacre havia acontecido e quais soluções de segurança poderiam ter limitado a perda de vidas.

“Quando falamos de segurança, não é apenas tecnologia. A escola em que meu filho estudava tinha câmeras e vigilantes, mas o guarda que estava na escola no dia do atentado, por exemplo, congelou e não conseguiu reagir, ele não estava mentalmente preparado para aquela situação. A escola não tinha um plano de como executar uma ação caso uma ocorrência como essa acontecesse. Por isso acredito que a solução não é apenas o sistema de segurança, mas como esse sistema está conectado com as pessoas. Lamentavelmente é necessário que as pessoas envolvidas na escola, como alunos e professores, ensaiem e pratiquem situações de pânico, é isso que a comunidade em que moro está fazendo desde o atentado”, falou Jason. “Como pai, é muito difícil falar com um filho sobre eventos como esse, porque queremos acreditar que isso nunca vai acontecer conosco, mas hoje falamos abertamente com meus filhos, com a comunidade, e fazemos a cada três meses demonstrações práticas na escola, com exercícios sobre como trancar a porta, por exemplo. Também foi implantado detectores de metais, controles de acesso, melhores práticas de gerenciamento de visitantes, entre outras ações, mas o principal foi a parte de treinamento”, completou.

O evento Escola + Segura já tem a 2ª edição confirmada para o dia 09 de maio de 2024.

Assista ao relato completo de Jason de Souza:

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