Como prevenir interrupções de energia em seu projeto
Não é de hoje que o Brasil sofre com a falta de planejamento e qualidade de energia elétrica. Desde a industrialização, em meados de 1945, a infraestrutura de energia elétrica vem sempre a reboque, puxada pelo desenvolvimento da indústria, comércio e serviços. A falta de planejamento e visualização de futuro resultaram na situação atual. São centenas de empresas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, que deveriam trabalhar em conjunto, a fim de assegurar a qualidade e evitar perturbações excessivas no fornecimento de energia.
Podemos dividir os problemas que chegam ao consumidor em dois grandes blocos de interrupções no fornecimento: as interrupções de longa e de curta duração.
As interrupções de longa duração geralmente são ocasionadas por falhas:
– Na unidade de geração elétrica (hidroelétricas, termoelétricas, etc);
– Em alguma instalação da rede de transmissão (empresas responsáveis por “levar” a energia da usina até a unidade de distribuição);
– Na rede das distribuidoras de energia (Eletropaulo, CPFL e outras).
As interrupções de curta duração (menores do que três minutos) de forma geral, são ocasionadas pelas distribuidoras e não são computadas pela Agência Reguladora de Energia – Aneel (DEC e FEC). Isso significa dizer que as interrupções de curta duração, apesar de também serem prejudiciais ao consumidor, são desconsideradas da apuração dos indicadores de continuidade exigidos pela Aneel.
As curtas interrupções no fornecimento de energia, representam cerca de 95% das reclamações das distribuidoras e essas falhas são as maiores causas de problemas nos equipamentos conectados à energia elétrica.
Podemos analisar dados de distribuidoras de localidades bem diferentes. De acordo com as estatísticas fornecidas pela Aneel, no ano de 2017, a distribuidora CERTEJA responsável pela distribuição de energia em 19 municípios do Rio Grande do Sul, recebeu 98% de reclamações associadas à interrupção de energia elétrica e 63% por danos elétricos. Já a ELETROPAULO, responsável pelo fornecimento de energia para 24 municípios incluindo a capital paulista, chega com números extremamente parecidos, com 90% de reclamações por interrupção de energia elétrica, o que representa mais de 2,3 milhões de reclamantes e 17% (45 mil) por danos elétricos.
As duas situações acima, indicam uma baixíssima qualidade no fornecimento de energia elétrica no Brasil. Dados obtidos pela Aneel, indicam que em 2015 tivemos mais de 18 horas em interrupções no fornecimento de energia, sem levar em conta as interrupções de menos de 3 minutos. Em países como a Alemanha, por exemplo, a estatística registra 16 minutos e no Reino Unido, 55 minutos, conforme Conselho de Reguladores de Energia da Europa.
O maior problema das interrupções de energia ocorre quando a energia volta. Quando acontece uma interrupção elétrica, a tensão fornecida chega a zero Volts, porém quando a energia retorna, ela pode voltar cerca de 60% acima da tensão nominal. Esses 60% são responsáveis pela súbita queima de equipamentos.
Em alguns setores como segurança eletrônica, portarias virtuais, interfonias, elevadores, entre outros, os reflexos econômicos da baixa qualidade de distribuição de energia são profundos. Nesses setores, uma interrupção de energia e a consequente queima dos equipamentos podem ocasionar prejuízos importantes, como a paralização do monitoramento eletrônico, altos custos com manutenção (reparo ou substituição de equipamentos), logística de SLA (Acordo de Nível de Serviço), bem como eventuais invasões e problemas ligados à falta de segurança.
Para solucionar essa situação, é necessário aplicar soluções com o conceito de ação pró-ativa. A PROTECLICK, por exemplo, conta com um sistema smart capaz de desconectar os equipamentos da energia elétrica no momento de baixas acentuadas de energia (não somente quando chega a zero volts) e efetuam o religamento automático somente após a estabilização do fornecimento de energia elétrica, garantindo a proteção total dos equipamentos.
Fusíveis, disjuntores e outros semelhantes montados no “quadro de força” são reativos (reagem a um problema já instalado), servindo para a proteção das instalações prediais, elétricas e de pessoas, contra grandes curtos-circuitos, incêndios e choques.
Dessa forma, PROTECLICK protege realmente os equipamentos das interrupções de energia, evitando danos e prejuízos aos condomínios, empresas e residências. No caso de indústrias e empresas de tecnologia, a utilização das soluções de proteção PROTECLICK é imprescindível, pois evitam a interrupção da produção por queima de máquinas, perda de dados e o acionamento de geradores.
O mais importante de tudo isso, já que não podemos alterar a qualidade da energia, é nos prevenir, minimizando custos e prejuízos causados pelas constantes interrupções no fornecimento de energia elétrica.
Por Eng. Eduardo Poças Leitão, diretor da PROTECLICK e especialista em processos nucleares, com atuação na construção de peças para usinas nucleares, geração de energia e manutenção.