Operação cumpre 10 mandados de internação de menores em 5 estados contra violência em escolas
A Polícia Civil cumpriu mandados de internação provisória de 10 adolescentes, além de buscas e quebras de sigilo, em uma operação contra violência nas escolas. Segundo o delegado-geral, Ulisses Gabriel, além de dez adolescentes entre 13 e 17 anos, uma criança de 11 anos foi identificada. Menores de 12 anos não podem ser apreendidas, de acordo com a lei.
“São crimes de ameaça, incitação e apologia ao crime e associação criminosa. Mas como são adolescentes é ato infracional”, disse.
Além disso, dois adultos foram identificados, segundo o promotor de Justiça e coordenador-geral do Gaeco em Santa Catarina, Marcio Cota.
As ordens de internação são cumpridas nos seguintes locais:
PE – Recife;
SC – Blumenau;
PR – Curitiba e Guaíra;
RJ – Barra Mansa, Duque de Caxias, São Gonçalo;
SP – São Paulo (Capital), Itapira, São José dos Campos, Salto.
As investigações tiveram início após o ataque na creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, no Vale do Itajaí, em 5 de abril. Quatro crianças morreram e outras cinco ficaram feridas. O assassino foi detido.
Os menores são investigados pela suposta prática de atos infracionais equiparados aos delitos de ameaça, incitação ao crime, apologia ao crime ou criminoso, associação criminosa, além de crimes previstos no Estatuto do Desarmamento.
As ordens judiciais da operação foram deferidas pela Vara da Infância e Juventude da Comarca de Blumenau, segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
A operação foi batizada de Escola Segura e é comandada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Em Santa Catarina, a operação é coordenada pela Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC) e pelo Grupo de Investigação de Crimes Cibernéticos do MPSC (CyberGaeco).
Segundo o Ministério da Justiça, as investigações identificaram a ligação de grupos neonazistas com alvos da operação – em 6 de abril, o titular da pasta, Flávio Dino, determinou a investigação de células que fazem apologia ao nazismo.
“A Polícia Federal tem uma operação só para investigar grupos neonazistas e que não segue a urgência necessária dos trabalhos da Escola Segura. É prioridade do Ministério. As polícias irão aproveitar o conteúdo dessa operação para aprofundar as investigações”, disse ao g1 Estela Aranha, do Ministério da Justiça.
Apreensões
Segundo fontes da Polícia Civil do Rio de Janeiro, os três adolescentes alvos de mandado de apreensão nesta manhã já foram alvos da polícia fluminense neste ano. O trio – que é investigado por conversas no submundo da internet – é conhecido dos investigadores e estava sendo monitorado há meses.
Em Duque de Caxias e São Gonçalo são cumpridos mandados de busca e apreensão. De acordo com a Polícia Civil, os alvos são pessoas que trocavam mensagem por rede social.
Já em Curitiba, um adolescente de 16 anos foi apreendido. No estado, um outro mandado foi expedido para cumprimento contra um adolescente em Guaíra, no Oeste.
Em São José dos Campos, a apreensão de um adolescente aconteceu no bairro Frei Galvão, na Zona Leste. Ele apreendido foi levado à sede da Delegacia de Investigações Criminais (Deic) para o registro do cumprimento de mandado.
Na cidade de Itapira (SP), uma adolescente de 15 anos na zona rural foi apreendida.
A menina de 11 anos e os pais dela ficaram na delegacia de Salto (SP) por mais de quatro horas. A família prestou depoimento à Polícia Civil de Santa Catarina.
Ministro se pronuncia
Nas redes sociais, o ministro da Justiça e Segurança Pública afirmou que a operação dá continuidade a uma série de ações feitas pelo governo federal desde o ataque em Blumenau. Flávio Dino também falou sobre a busca por maior eficácia no combate à violência nas escolas.
“Operação Escola Segura cumprindo mandados hoje em 5 Estados. Agradeço às polícias civis que estão atuando em rede com o Ministério da Justiça, para que tenhamos maior eficácia nas ações preventivas e repressivas”, escreveu.
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