Meu Condomínio está seguro, doutor?

Por Percival Barboza

Nós, consultores para segurança, conhecemos muitas técnicas e muitas abordagens para dar esta resposta. Todas válidas. Eu, por exemplo, certamente devido a minha formação como arquiteto, olho a segurança através da arquitetura, de como o edifício foi projetado e construído e a partir disto, analisar vulnerabilidades e o que pode ser aplicado em tecnologias e métodos, recursos complementares que realizam funções de segurança que a arquitetura por si não poderia.

Tecnologias e métodos dependem muito do meio onde são aplicados (arquitetura) e das pessoas e regras envolvidas (métodos). Olhe para o seu smartphone e pense o que seria do Facebook (tecnologia/software) sem a rede e o próprio aparelho (arquitetura/meio), e sem você para postar, curtir ou compartilhar (métodos/regras). Este conjunto de recursos, caso harmonizado, faz o sucesso do Facebook – como fará o sucesso da segurança do seu condomínio – ou você trocará de aparelho.

Entretanto, este sucesso depende do seu desejo de comunicar- se instantaneamente, no caso das redes sociais ou do desejo pela segurança de seu condomínio e de seus moradores.

Uma condição adequada para resolver problemas é você achar que tem problemas para serem resolvidos. No dia a dia, nos acostumamos a rotinas e com o tempo, deixamos de notar que temos problemas, a não ser que um evento grave nos chame novamente a atenção. É como colocar a tranca depois da porta arrombada.

Quando faço vistorias de segurança em condomínios verifico uma série de detalhes, tecnicamente, em todas as áreas críticas, mas alguns deles chamam minha atenção de início e sempre revelam a necessidade de aprofundamento, tanto na verificação como depois, na proposição de melhorias.

Minha intenção nesse artigo é passar um pouco desta experiência e com isto te ajudar a descobrir os sintomas, enquanto você passeia pelo seu condomínio e olha.

Dê uma volta pelo seu condomínio, olhe e pergunte-se:

A portaria está posicionada antes ou depois das grades da rua ou do portão de entrada?

• A posição da portaria permite que o porteiro se relacione com o público sem abrir o portão, nas diversas situações com as quais ele deve lidar todos os dias?

• De sua posição na cabine da portaria, o porteiro tem uma boa visão direta da rua e dos acessos?

É comum haverem outras pessoas, não relacionadas aos serviços na cabine com o porteiro?

A porta de acesso à portaria está sempre aberta e/ou destrancada? É uma porta razoavelmente resistente?

A bancada de trabalho do porteiro parece organizada?

• Os controles dos sistemas de segurança e comunicação na bancada do porteiro parecem instalados de forma a permitir manuseio eficiente?

• A portaria tem vidros escuros e mesmo assim, do lado de fora, você consegue identificar o porteiro do turno? Também caso esteja de carro?

• Os registros dos dados de identificação e acesso de terceiros ao prédio são manuais?

• Estes registros são feitos pela mesma pessoa que abre o portão?

Este tipo de abordagem, andar, olhar e perguntar, pode ser estendida para outras áreas críticas do seu condomínio, como perímetro, acesso a garagens, halls de entrada, e isto deve mesmo ser feito por você.

São questões relativamente simples, cujas respostas podem lhe dar uma ideia sobre a condição de segurança do seu condomínio. Você conhecerá os sintomas.

Caso suas respostas lhe tragam uma sensação de segurança, muito bom, parabéns. Caso contrário, você estará preparado para chamar um especialista e teremos muita satisfação em responder à pergunta inicial, título deste artigo.

Percival Campos Barboza é arquiteto e consultor para segurança.

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