Morar em condomínios sempre foi sinônimo de segurança para muitos paulistanos, mas essa percepção tem mudado. O que antes era considerado um ambiente protegido vem se tornando alvo de criminosos de diferentes perfis — de quadrilhas especializadas a invasores oportunistas, passando por golpes disfarçados de entregas ou prestadores de serviço.
Nos últimos anos, casos de furtos, roubos e invasões a condomínios ganharam destaque em diversas regiões de São Paulo, chamando a atenção de síndicos, administradoras e moradores para a necessidade de repensar os protocolos de segurança.
O crime contra o patrimônio está em constante adaptação saindo de modelos que hoje são visto como mais arriscados pelos criminosos, como assaltos em bancos ou carros-fortes, com maior segurança. Na busca de novos alvos, os condomínios com fragilidades de segurança viraram alvos.
Os métodos de invasão variam bastante: há casos em que os criminosos se passam por visitantes, entregadores ou prestadores de serviço, além das entradas forçadas por portões de garagem, locais geralmente menos monitorados.
Gestão profissional e planejamento: a base da segurança condominial
Para Gabriel Borba, CEO da GB Serviços e especialista em segurança condominial, o primeiro passo para reduzir riscos é encarar a segurança como investimento, e não como gasto.
“O que percebemos é que, quando a segurança é tratada apenas como custo, a tendência é cortar investimento. Isso fragiliza todo o processo. Segurança precisa ser prioridade absoluta na gestão condominial”, afirma.
Borba explica que uma segurança eficiente se apoia em três pilares:
• Pessoas: profissionais bem treinados e supervisionados;
• Tecnologia: sistemas de monitoramento e controle modernos;
• Processos claros: protocolos definidos e seguidos à risca.
“Câmeras, leitores faciais e portarias virtuais são importantes, mas sem um processo bem desenhado, nada funciona plenamente. É o bom e velho protocolo que salva”, destaca o especialista.
6 passos para reforçar a segurança do seu condomínio
• Profissionalizar a gestão e a sindicância: Síndicos experientes garantem uma visão estratégica e capacidade de investimento em segurança.
• Documentar os processos: Definir etapas, responsabilidades e revisar rotinas constantemente.
• Combinar tecnologia e presença física: “A tecnologia ajuda, mas é o olhar humano que reage e inibe o crime”, ressalta Borba.
• Implantar barreiras físicas: Clausuras, portões duplos e bloqueios de acesso dificultam invasões.
• Promover cultura de segurança: Moradores devem entender seu papel, evitando atitudes de risco como permitir o “efeito carona”.
Redobrar atenção com entregas: Controlar acessos e acompanhar entregadores sempre que possível.
Erros que colocam tudo a perder
Borba aponta falhas comuns que comprometem a segurança: portarias terceirizadas sem supervisão, cortes em treinamentos ou sistemas, falta de comunicação entre gestão e moradores, ausência de protocolos formais e tolerância a comportamentos de risco.
“Segurança é atitude coletiva. Quando cada um faz a sua parte, o condomínio se fortalece. O retorno é para todos — valorização do imóvel, tranquilidade e proteção”, afirma.
Prevenir é sempre o melhor investimento
Com gestão profissional, protocolos sólidos e uso estratégico da tecnologia, os condomínios podem se tornar ambientes realmente seguros, reduzindo as chances de invasões e garantindo mais tranquilidade aos moradores. “Não espere o crime acontecer para agir. Segurança eficiente se constrói antes da crise, não depois”, finaliza Borba.

