Índia quer construir maior plataforma de identificação facial do mundo

A Índia anunciou a iniciativa de criar uma plataforma própria de reconhecimento facial que, após a sua conclusão, deve se tornar a maior do mundo. A ideia do governo do país é reunir todos os dados de forças policiais e de segurança para facilitar o combate a crimes, a localização de suspeitos e, também, de crianças desaparecidas em uma das nações mais populosas do planeta.

O projeto está sendo desenvolvido sob a liderança das autoridades de Nova Deli, capital da Índia, que já usa a tecnologia de reconhecimento facial desde 2018, principalmente, na realização de grandes eventos. A plataforma da cidade será a base do sistema nacional, que reunirá informações dos 29 estados indianos, bem como dos outros sete territórios que fazem parte da união. A iniciativa também deve envolver empresas privadas, que já apresentaram propostas que estão sendo avaliadas pelo governo.

Outros projetos pilotos do país também fazem parte dos trabalhos. É o caso, por exemplo, de um sistema criado pela própria polícia de Nova Deli, que comparou o banco de dados de crianças desaparecidas com fotos dos menores abrigados em orfanatos do país. O resultado foi a localização de mais de 10,5 mil menores, que puderam retornar às famílias após terem sido vítimas de tráfico de pessoas ou escravidão.

O escopo do sistema é ambicioso, já que a ideia é não apenas reunir bancos de dados oficiais, como também imagens de câmeras de segurança de locais públicos, informações de imigração e até mesmo fotografias publicadas em jornais, bem como vídeos da imprensa relacionados a crimes. Retratos falados, representações artísticas de delitos e outras informações desse tipo também fariam parte da plataforma que, em uma segunda etapa, também seria capaz de prever padrões de comportamento e traçar similaridades entre crimes, como forma de agilizar investigações.

Com tudo funcionando, o objetivo é montar um sistema de notificação que indicaria à polícia sobre a aparição de um indivíduo procurado. Policiais também estariam nas ruas usando celulares com acesso ao serviço, obtendo identificações em tempo real de suspeitos e facilitando o acesso a fichas criminais para averiguação, reduzindo a burocracia e, também, a lotação nas delegacias.

Estamos falando, afinal de contas, de um dos países mais populosos do mundo e, também, com uma das maiores taxas globais de criminalidade. Na Índia, dados mais recentes mostram uma taxa de 709 delitos para cada 100 mil habitantes, quase o dobro da média global, que é de 379. O país também é um dos menores em quantidade de policiais em relação à população, com 144 oficiais para cada 100 mil cidadãos.

Segundo os dados oficiais do governo, pelo menos 80 empresas demonstraram interesse em trabalhar na parceria para criação do sistema biométrico, mas a administração não deu um prazo para análise das propostas. Os trabalhos estariam acontecendo desde julho, com reuniões prévias e contatos com os responsáveis por projetos piloto, até a etapa atual, em que as propostas foram coletadas e estão sendo verificadas.

O principal desafio, afirma o governo, está na integração de tantos bancos de dados, que funcionam em plataformas diferentes. Além disso, a administração quer garantir que o sistema final não esteja em mãos estrangeiras, obrigando os interessados a terem ,pelo menos, um parceiro local, bem como experiência na implementação de plataformas de reconhecimento facial de grande porte. Entre os nomes participantes estariam Accenture, IBM e HPE.

Apesar de a análise não ter prazo para terminar, o governo indiano mostra uma ambição clara quanto à implementação do projeto, que deve estar rodando oito meses após a assinatura do contrato. Impossível, afirmam especialistas ouvidos pela imprensa local, que indicam um prazo de 12 meses a 18 meses para um funcionamento adequado. Isso, claro, sem falar nas preocupações relacionadas à segurança do banco de dados e mau uso das informações, elementos aos quais o governo diz estar atento, mas sem comentar demais.

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