Credenciais móveis no Google Wallet: um novo paradigma na segurança de acesso

Integração com a carteira digital está transformando a segurança e a gestão de acesso na América Latina

Por Fernanda Ferreira

A HID comunicou recentemente sua parceria estratégica com a Deskbee, empresa brasileira especializada em soluções de gestão de espaços corporativos, para o desenvolvimento de credenciais móveis integradas ao Google Wallet. Conversamos com Ricardo Vernizzi, Business Development Director HID, que compartilhou os motivos por trás dessa colaboração, as vantagens das credenciais móveis e as tendências emergentes no setor de segurança física e identidade. Entenda como essa tecnologia está moldando o futuro dos edifícios inteligentes e a gestão administrativa, oferecendo uma solução segura, conveniente e inovadora para o mercado brasileiro e além.

Revista Segurança Eletrônica: Recentemente a HID anunciou uma parceria com a Deskbee para o desenvolvimento de credenciais móveis no Google Wallet. O que motivou essa colaboração?

Ricardo Vernizzi: A colaboração com a Deskbee está associada à nossa missão de oferecer soluções inovadoras que otimizem a segurança e melhorem a experiência dos usuários. A Deskbee, sendo referência em workplace management, compartilha a nossa visão de promover a transformação digital em ambientes corporativos. Ao integrar as nossas credenciais mobile na sua plataforma e possibilitar a sua utilização no Google Wallet, procuramos proporcionar aos usuários maior comodidade e segurança no acesso às instalações, eliminando a necessidade de cartões físicos e adaptando-nos às exigências de um mercado de trabalho cada vez mais dinâmico e conectado.

Revista Segurança Eletrônica: Quais são as principais vantagens das credenciais móveis no Google Wallet em comparação com os tradicionais cartões físicos de acesso?

Ricardo Vernizzi: A integração do HID Mobile Access com o Google Wallet atende à demanda por soluções mais convenientes e seguras para controle de acesso. Na HID, entendemos que tínhamos que estar presentes neste ecossistema porque ele anda de mãos dadas com a nossa proposta de permitir que os usuários utilizem o dispositivo móvel como chave de acesso a instalações físicas, corporativas, residenciais ou qualquer espaço que o necessite.

Esta solução aproveita todo o ecossistema de segurança oferecido pelos dispositivos móveis, por exemplo, se o dispositivo incluir reconhecimento facial ou leitor de impressão digital, esses recursos são integrados para autenticar o usuário, adicionando uma camada extra de segurança e conveniência em comparação aos tradicionais cartões físicos.

Um ponto relevante da nossa solução é que o controle das chaves digitais recai sobre a empresa e não sobre o usuário. Isso significa que as empresas podem gerenciar, emitir ou revogar credenciais em tempo real, garantindo uma gestão de acesso mais robusta e restrita. Ao contrário de um cartão físico, que pode ser perdido ou compartilhado, o smartphone é um dispositivo pessoal e menos suscetível a uso indevido, o que aumenta a segurança e melhora a experiência do usuário ao utilizar um único dispositivo para todas as suas atividades.

Esta solução já está disponível na América Latina, um mercado onde temos visto um forte crescimento em credenciais mobile. Países como Brasil, México, Colômbia, Chile e Argentina lideram a adoção, e com esta integração esperamos impulsionar ainda mais o uso desta tecnologia em toda a região, incluindo mercados emergentes como Peru e Equador.

Revista Segurança Eletrônica: A tecnologia Seos da HID é fundamental para a segurança das credenciais móveis na Google Wallet. Como ela funciona e quais são os principais diferenciais em relação a outras tecnologias de segurança disponíveis no mercado?

Ricardo Vernizzi: A tecnologia Seos da HID é o núcleo de segurança por trás das credenciais móveis na Google Wallet, oferecendo uma solução que combina confiabilidade, privacidade e flexibilidade. O Seos utiliza um Secure Identity Object (SIO) protegido por múltiplas camadas de criptografia avançada, garantindo que a identidade do usuário permaneça inacessível sem autorização, mesmo diante de tentativas de violação.

Diferente de outras tecnologias, o Seos não só garante a proteção de credenciais físicas e móveis, mas também facilita a integração com uma ampla gama de aplicações além do controle de acesso físico, como impressão segura, gestão de controle de ponto, vending machines e autenticações digitais. Seu foco na autenticação mútua e na criptografia moderna posiciona o Seos como a solução mais segura e versátil disponível no mercado, oferecendo tranquilidade às organizações em um ambiente de segurança física e digital totalmente interconectado.

Revista Segurança Eletrônica: Como é a capacidade de privacidade do Android nesse sistema?

Ricardo Vernizzi: Como estamos falando de uma integração com o Google Wallet, a privacidade é exatamente a mesma relacionada aos cartões bancários, ou seja, a única diferença para o HID Mobile Access é a ausência de transações financeiras, de resto a privacidade e a segurança representam o que há de mais avançado no uso de dispositivos móveis.

Revista Segurança Eletrônica: Quais benefícios adicionais essa integração traz para verticais como os edifícios inteligentes, em termos de experiência do usuário e gestão administrativa?

Ricardo Vernizzi: A integração com o Google Wallet traz benefícios significativos tanto para usuários quanto para administradores prediais e edifícios inteligentes. Da perspectiva do usuário, essa tecnologia oferece uma experiência mais fluida e segura ao permitir o acesso por meio de um dispositivo móvel que faz parte do seu dia a dia, o que elimina a necessidade de portar cartões físicos, reduzindo inconvenientes como perdas ou roubos, e permite aproveitar funções avançadas como autenticação biométrica, aumentando a segurança e a personalização.

Para os administradores, esta integração simplifica o gerenciamento de credenciais para permitir sua emissão, revogação ou atualização em tempo real a partir de uma plataforma centralizada. Além disso, ao ser respaldado por Seos, oferece um controle mais robusto sobre as identidades digitais, garantindo que apenas usuários autorizados possam acessar as instalações. Também reduz os custos associados à impressão e reposição de cartões físicos e fomenta práticas sustentáveis ​​ao diminuir o uso de materiais plásticos.

Esta solução não eleva apenas a eficiência operacional, mas também contribui para posicionar edifícios inteligentes como espaços mais modernos, seguros e responsáveis ​​com o meio ambiente.

Revista Segurança Eletrônica: Como o mercado brasileiro tem reagido a essa tecnologia e qual é a estratégia para impulsionar sua adoção no país?

Ricardo Vernizzi: O uso de dispositivos móveis para pagamentos por aproximação por meio do Google Wallet é muito significativo no Brasil, uma vez que a participação de mercado de dispositivos Android é muito alta. Portanto, nossa estratégia para impulsionar a adoção de credenciais HID Mobile Access é baseada na experiência do usuário e sua percepção de segurança ao interagir com seu dispositivo móvel em seu local de trabalho, pivotando sua percepção com pagamentos. Nesse contexto, parcerias como as com a Deskbee são ótimos exemplos, já que sua plataforma de workplace management permite uma abordagem phygital (físico + digital), criando a aderência perfeita entre usuário, dispositivo móvel e local de trabalho.

Revista Segurança Eletrônica: Existe a possibilidade de vermos essa tecnologia de credenciais móveis disponível na Apple Wallet?

Ricardo Vernizzi: Seguramente sim. Na verdade, a integração com o Apple Wallet com as credenciais HID Mobile Access já é uma realidade há alguns anos nos Estados Unidos e mais recentemente disponibilizada em outros países. Muito em breve também será oferecida no mercado brasileiro viabilizando a mesma experiência de uso e segurança em dispositivos iOS.

Revista Segurança Eletrônica: Falando em futuro, quais são as principais tendências que você vê emergindo no setor de segurança física e identidade confiável nos próximos anos?

Ricardo Vernizzi: Nosso entendimento é que em futuro bem próximo a tendência principal será o aprofundamento nas diferentes jornadas, ou seja, baseado nos perfis das diferentes personas que acessam fisicamente as organizações como colaboradores, prestadores, visitantes, etc., cada vez mais o processo de vinculação e uso de uma identidade confiável deverá ser fluido e sem fricção, garantindo os mais elevados níveis de segurança.

Revista Segurança Eletrônica: Como a HID está se preparando para responder a essas tendências e continuar liderando o mercado?

Ricardo Vernizzi: Atuando como uma organização presente em mais de 100 países, estamos sempre atentos às tendências e demandas que surgem nos diferentes mercados e geografias que atuamos. Escutar a voz dos nossos clientes finais e parceiros de negócios é uma realidade absoluta na HID, portanto somamos esses valiosos feedbacks com nossa expertise no desenvolvimento de novas tecnologias e soluções, assim como estudos de mercado e potenciais tecnologias emergentes, o que nos permite seguirmos sempre inovando, disponibilizando ao mercado as soluções mais avançadas e seguras.

Revista Segurança Eletrônica: Para fecharmos, o que o mercado brasileiro pode esperar da HID em 2025?

Ricardo Vernizzi: Será um ano repleto de novidades e muito foco no mercado brasileiro. Seguramente seguiremos com as atividades de expansão e adoção de credenciais móveis em todos os contextos relacionados à gestão de controle de acesso físico através das credenciais HID Mobile Access, assim como nos contextos relacionados com a gestão de presença e ocupação em tempo real através das credenciais HID Identity Positioning. Além disso, estão previstas novidades em nosso portfólio, e como mencionado, com muito foco no mercado brasileiro. Fiquem, atentos!!

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