A importância do investimento em capacitação no segmento de segurança eletrônica

Não restam dúvidas de que estamos presenciando um dos ciclos de maior evolução tecnológica da raça humana. Todos os dias surgem novas tecnologias que prometem facilitar nossa relação com o mundo e resolver alguns dos problemas que certamente ajudamos a criar.

Aqui mesmo, nesta publicação, podemos observar vários anúncios de equipamentos, para os mais diversos fins e todos prometendo a mais avançada tecnologia, desenvolvidos por um time dos sonhos de engenheiros e que certamente farão a diferença no mercado.

A indústria tem feito sua parte, investindo pesadamente em pesquisa e desenvolvimento. Tenho observado, principalmente nos últimos 10 anos, que um elo essencial para o processo não tem se desenvolvido com a mesma velocidade das indústrias: as equipes técnicas responsáveis pela instalação e configuração desses equipamentos.
Infelizmente, me parece que a maioria das empresas que atuam no segmento de segurança eletrônica ainda acredita
que investir em treinamentos especializados seja um gasto e não um investimento. Vejo no dia a dia vários exemplos de instalações sem o menor critério técnico, feitas de qualquer jeito, dando a impressão que os únicos critérios utilizados são o do menor esforço e do menor tempo de execução.

Sou “manezinho”, nativo de Florianópolis/SC, e lá usamos a expressão cavalo de padeiro (faz sempre o mesmo trajeto, sozinho, sem a intervenção de um condutor) quando queremos demonstrar algo que está imutável, que não se altera, que faz tudo sempre da mesma forma, “porque foi assim que me ensinaram e não vou mudar”. É assim que muitos dos nossos técnicos pensam, e claro, influenciados pelo pouco ou praticamente nulo investimento dos seus empregadores em formação e qualificação.

Quando falo em qualificação, estou falando não apenas em qualificação técnica, mas também humana, principalmente em relacionamento interpessoal. Já presenciei inúmeros episódios em que os problemas poderiam ter sido evitados ou minimizados se os profissionais estivessem melhor preparados emocionalmente para se relacionar com os clientes. Muitas vezes basta apenas ouvir e estar disposto a entender a essência do que os clientes querem informar.

Acredito que toda empresa de segurança eletrônica deveriadispor de uma sala de formação, um local apropriado com infraestrutura mínima para treinar e principalmente formar novos profissionais. Não basta ter um cantinho com uma mesa velha que chamam de bancada de testes, com apenas um multímetro e um ferro de solda. É preciso tratar a formação de forma séria, afinal, sem a formação adequada, como garantir a eficiência dos equipamentos que são comercializados?

Quando falamos da importância da qualificação de empresas que prestam o serviço de monitoramento o assunto é
ainda mais sério. Já imaginaram o tamanho da redução dos chamados disparos falsos se os equipamentos fossem dimensionados (após uma análise de risco, realizada por um consultor/vendedor verdadeiramente habilitado) e instalados de forma adequada? Os gastos com deslocamentos desnecessários e manutenções constantes certamente cobririam o investimento na qualificação da equipe técnica.

Já visitei várias feiras setoriais, e percebo cada vez mais que apenas os proprietários das empresas estão presentes,
que erro! Eles devem sim continuar participando e visitando essas feiras, porém, deveriam levar consigo pelo menos
dois membros da equipe técnica, para que todos percebam as evoluções do segmento. Não resolve mais chegar na empresa com várias sacolas de catálogos e algumas canetas e bonés, é preciso inserir a equipe técnica neste processo, eles precisam entender que não podem ficar parados no tempo, precisam respirar esse ambiente de inovação.

A falta de qualificação das equipes técnicas acaba atingindo também a indústria, que ao invés de seguir no desenvolvimento de soluções inovadoras, precisa dar sobrevida a tecnologias ultrapassadas. Basta pensarmos no vídeo analógico. Qual foi o fator determinante para não aposentarmos de vez os cabos coaxiais? Exatamente, a falta de capacitação das equipes técnicas em implantar sistemas de vídeo digital. Por isso apareceram os HD-TVI/HD-CVI que temos em nossos mercados hoje.

Felizmente o cenário está mudando, já temos diversos centros de formação com propostas sérias de qualificação
profissional em nosso país. Tenho convicção que em um futuro próximo teremos uma mão de obra mais comprometida com o desenvolvimento de boas práticas de instalação, melhor preparadas para lidar com os mais exigentes clientes e que tenham consciência de que a participação em cursos de certificação e qualificação é o único caminho para atingirmos a excelência na implantação de sistemas de segurança eletrônica.

Notícias Relacionadas

Destaque

Os custos crescentes das violações de dados e o papel da IA na mitigação de riscos

Por Marcos Tabajara, country manager da Appgate no Brasil À medida que o cenário da segurança cibernética continua a evoluir,…

Destaque

Sudeste concentra 85% dos roubos de carga no Brasil no 1º semestre

O Sudeste foi o local de 85% dos roubos de carga no Brasil no 1º semestre deste ano, mostra uma…

Cases

Solução de segurança da VIVOTEK ajudou concessionária a reduzir 90% dos falsos alarmes

A American Veterans Security (AVS), empresa especializada em monitoramento de segurança, tem a missão de oferecer soluções de segurança confiáveis,…