Como evitar alarmes falsos no sistema de segurança
Alarmes falsos no sistema de segurança: esse é um problema muito comum e que pode dar muita dor de cabeça.
Se você já foi acordado na sua casa por uma ligação da central de alarmes durante a madrugada que acabou sendo apenas mais um alarme falso, sabe do que estou falando. Isso acontece com MUITA frequência.
E pior: acabamos gastando recursos financeiros sem necessidade.
Além do incômodo desnecessário a integrantes da equipe, durante ou fora do expediente, há várias outras consequências negativas quando um sistema tem um elevado número de alarmes falsos. As principais delas são:
• Os alarmes perdem credibilidade e passam a ser gradativamente ignorados, aumentando o risco de um incidente real não ser verificado em tempo hábil.
• A perda de credibilidade dos alarmes também afeta negativamente o estado de alerta dos operadores, que podem deixar algo passar despercebido.
• A estrutura e os custos das estações de monitoramento são super dimensionadas para absorver uma quantidade maior de ocorrências: alarmes reais + alarmes falsos.
• Os custos da operação também ficam maiores devido ao trabalho de verificação de alarmes falsos e deslocamento de equipes.
• Podem haver gastos indevidos de recursos públicos se alguma força de segurança pública for acionada. Tanto recursos financeiros com o deslocamento de agentes, quanto de tempo, uma vez que uma ocorrência falsa pode estar privando o atendimento a uma ocorrência real.
• As falhas constantes podem ser motivo de atrito com vizinhos e até mesmo gerar multas em determinadas cidades.
A boa notícia é que há formas de minimizar esse transtorno dependendo do tipo de sistema que você utiliza.
Neste artigo vamos explicar passo a passo o que fazer para diminuir os alarmes falsos nos tipos de sistemas mais comuns hoje em dia: sensores infravermelhos, detecção de movimento por vídeo (VMD) e vídeo analítico.
Já adianto: a assertividade do seu sistema estará diretamente relacionada à tecnologia que você escolher para realizar as detecções. Vamos começar pela solução mais simples e que apresenta a menor assertividade até a solução mais moderna e com maior assertividade.
Por isso, recomendo que você leia o texto até o final e compare todas as soluções com o sistema que você possui atualmente. Afinal, é possível que mesmo ajustando todos os parâmetros possíveis, a tecnologia que você está utilizando não seja capaz de entregar a assertividade que você deseja.
Vamos lá?
1. Sensores Infravermelho (IVP e IVA)
Seus sensores infravermelhos são ativos ou passivos? Existem vários tipos de sensores infravermelhos e saber com qual estamos lidando é fundamental para resolver problemas com alarmes falsos.
Os sensores infravermelhos passivos, ou IVP, são os tipos mais comuns e populares. Esses equipamentos não emitem luz infravermelha, somente a captam, ou seja, conseguem identificar o calor emitido pelo corpo humano. Podem ser utilizados desde em sistemas de segurança para detectar intrusões como para acender luzes através do movimento.
Já os sensores infravermelhos ativos, ou IVA, emitem luz infravermelha que será recebida por outro dispositivo. Quando ocorre a interrupção desse sinal entre os dois pontos, o alarme é disparado. Esse tipo de sensor também é chamado de perimetral ou barreira, pois cria uma linha invisível que identifica quando algo a atravessa.
São bastante utilizados para a abertura automática de portões de garagem, para o monitoramento de entradas de acesso restrito e para substituir cercas elétricas quando instalados em cima de muros.
Como acabar com os alarmes falsos? Tenha sensores apropriados para o local
Caso você não tenha conhecimento técnico sobre sensores ou não tenha contado com um especialista confiável da área, é possível que esta seja a razão para os alarmes falsos do seu sistema. Os sensores infravermelhos são fabricados para atender a locais com características específicas e podem funcionar mal se suas orientações de uso não forem seguidas.
Instalar um IVP próprio para áreas internas em áreas semi-abertas ou abertas, mesmo que seja em um pelotis ou garagem, pode ocasionar disparos falsos do alarme. Mesmo que menos comuns e mais caros, há hoje no mercado opções de sensores passivos para áreas semi-abertas e abertas. Se você quer monitorar áreas desse tipo, vale a pena investir no equipamento certo.
Verifique a Sensibilidade do Sensor
Se o sensor que você está utilizando é apropriado para a área a ser monitorada, o problema pode estar na sensibilidade do aparelho. Todos os sensores infravermelhos vêm com opção de regulagem desse parâmetro e, se os alarmes falsos começaram logo após a instalação do sensor ou uma manutenção, há uma grande chance de este ser o seu problema.
Você encontrará no manual do produto um explicativo de como realizar o ajuste de sensibilidade, que pode variar de sensor para sensor. Você também pode contratar um profissional de segurança eletrônica para realizar este ajuste que é considerado um trabalho simples.
Mantenha Animais Longe dos Sensores
A detecção de animais está entre uma das mais comuns nos casos de alarme falso. Para ajudar os donos de animais de estimação, hoje já existem sensores infravermelhos com a função PET que podem ser ajustados para não detectá-los no nível do chão.
Já nas empresas, há dois problemas principais envolvendo animais e os sensores: invasão de animais de rua e infestações.
Não é difícil ver um alarme falso causado por um gato de rua que pulou o muro. Na verdade, esse é um alarme falso clássico. Nessa situação, o mais indicado é que a sensibilidade dos sensores seja diminuída para detectar somente corpos maiores. Os sensores PET não são indicados por serem mais caros e por serem um pouco menos confiáveis: é sim possível que uma pessoa se arrastando pelo chão não seja detectada.
Se após o ajuste de sensibilidade o problema persistir, ou se você não quiser aumentar o risco de não detectar algo importante, talvez a solução para seu problema seja utilizar uma tecnologia mais avançada, como o vídeo analítico, que vamos falar daqui a pouco.
Já quando se trata de infestações de insetos ou roedores, além de sofrer com alarmes falsos, você também pode ter seus equipamentos danificados. Vários tipos de insetos entram em sensores, câmeras e etc. para construírem ninhos, e os roedores são famosos por roerem o cabeamento, que prejudica a eficiência de todo o sistema. Neste caso a solução é fazer uma limpeza e dedetização do local.
Cuidado Com Plantas e Objetos Suspensos
Plantas e objetos suspensos também ranqueiam entre os motivos de alarme falso mais comuns. Árvores que se encontram próximos a sensores infravermelhos ativos devem sempre ter seus galhos podados para que não atravessem o sinal da barreira.
Também evite deixar objetos suspensos, plantas e outros objetos que possam se mexer próximos aos sensores infravermelhos passivos.
Evite Correntes de Ar
Objetos não fixos podem se mexer principalmente devido à correntes de ar, que devem ser evitadas ao máximo. Cheque se portas e janelas estão bem fechadas antes de ligar os alarmes para que a passagem de ar não movimente cortinas e outros objetos (ou mesmo sirva de entrada para animais ou intrusores).
Também desligue o ar condicionado e ventiladores que, além de movimentarem outros objetos, também podem causar variações de temperatura que serão captadas pelos sensores infravermelhos e podem causar alarmes falsos.
Evite Fontes de Calor Perto do Sensor
Sensores infravermelhos passivos detectam movimento através de ondas infravermelho do ambiente, ou seja, podem sofrer variação devido à temperatura. Por isso, é importante instalá-los longe de fontes de calor como motores, mesmo que pequenos como bebedouros.
Desvantagens dos Sensores Infravermelhos
Enquanto os sensores infravermelhos ainda são uma solução aceitável para a maioria das residências, o sistema pode deixar muitas lacunas na segurança de empresas. Mesmo com sensores bem calibrados, ainda temos que lidar com a falta de imagens que impede um monitoramento eficiente à distância: só é possível apurar o alarme presencialmente.
Mesmo com a utilização de um CFTV em conjunto com os sensores, ainda é necessário um operador de CFTV e/ou vigilante para acompanhar as filmagens, analisar as imagens, apurar o que disparou o alarme e avaliar se trata-se de uma alarme falso ou não.
Tudo isso, além de tornar a segurança patrimonial da empresa mais cara, diminui o tempo e efetividade de resposta da equipe de segurança. E, na segurança, tempo de resposta é fundamental.
2. Detecção de Movimento Por Vídeo (VMD)
Uma solução para a falta de imagens dos sistemas de sensores infravermelho são os CFTV com Detecção de Movimento Por Vídeo, ou VMD. Como o nome sugere, a detecção de movimento é feita através de imagens de vídeo, mais especificamente, através da variação de pixels, como você pode ver abaixo:
A grande vantagem dessa tecnologia é que a detecção de movimento sempre estará atrelada à imagens, gerando mais rapidez no tempo de resposta da segurança.
Como acabar com os alarmes falsos? Controle Movimentos no Ambiente
Apesar de detecções com VMD serem feitas via imagem, ainda se trata de detecção de movimento, por isso todas as orientação para eliminar alarmes falsos em sistemas de sensores infravermelho referente ao controle de movimentos no ambiente são válidas para os VMDs também. Mantenha animais longe dos sensores, evite correntes de ar e tome cuidado com plantas e objetos suspensos no local.
Mascare Áreas no Sistema
Normalmente sistemas de detecção de movimento por vídeo acompanham um VMS onde é possível realizar algumas configurações. Umas das mais importantes e que pode ajudar muito eliminar alarmes falsos é a função de mascaramento.
O mascaramento nada mais é que delimitar no sistema áreas/pixels da imagem que devem ser ignorados. Esse recurso deve ser utilizado somente um locais estratégicos onde haverá movimento mesmo sem a presença humana. Por exemplo, na imagem aparece uma janela de onde é possível ver uma árvore ou a movimentação de carros na rua, é possível solicitar que o sistema desconsidere as alterações de pixel que ocorrerão na área da janela.
Desvantagens da Detecção de Movimento por Vídeo
É comum pessoas que utilizam sistemas de detecção de movimento por vídeo acreditarem se tratar de tecnologias de inteligência artificial como o vídeo analítico. É bom esclarecer: por mais que a detecção de movimento seja feita via imagem, os VMDs ainda são apenas detectores de movimento.
Ou seja, se for captado o movimento de uma pessoa, um animal, uma árvore ou uma cortina, o sistema não saberá identificar a diferença entre eles e irá disparar o alarme. Na prática, os VMDs apresentam tantos alarmes falsos quanto um sistema de sensores infravermelhos. A diferença está na comodidade em se ter as imagens de forma mais fácil e rápida para análise da situação.
Então, se seu objetivo é realmente diminuir o número de alarmes falsos em sua empresa, a tecnologia a seguir pode ser a solução para você.
3. Vídeo Analítico
Diferente dos outros sistemas que já falamos, o vídeo analítico não se baseia na detecção de movimentos. É uma tecnologia de inteligência artificial e visão computacional que permite que as câmeras identifiquem e distinguam diferentes elementos nas imagens.
Ou seja, quando informamos ao sistema como um ser humano se parece, ele é capaz de detectar sempre que uma pessoa aparecer nas imagens, independente de qualquer outro movimento que também esteja acontecendo. O importante aqui é o elemento em si e não o movimento.
Veja essa comparação entre a detecção de movimento por vídeo e a detecção de pessoa com vídeo analítico:
Esse tipo de detecção pode ser feita com inúmeros elementos: automóveis, armas, produtos, etc. Se as câmeras são os olhos do CFTV, o vídeo analítico pode ser considerado o cérebro.
Fica claro por que o vídeo analítico possui uma assertividade muita maior que as outras opções e, logo, muito menos alarmes falsos. Com um sistema inteligente de análise das imagens, seu CFTV ficará focado somente no que realmente representa algum risco para sua segurança.
Como acabar com os alarmes falsos? Pergunte Sobre o Dataset e Algoritmo
Apesar da sua grande assertividade, é possível sim que o vídeo analítico tenha alarmes falsos, mas não é uma situação comum. Na hora de adquirir o sistema, alguns cuidados são importantes para evitar essa situação.
A tecnologia de vídeo analítico aprende baseada em dois elementos: o dataset e o algoritmo. Basicamente, o dataset é um banco de imagens dos elementos que queremos que o sistema identifique nas gravações. Quanto maior o número de imagens de pessoas o vídeo analítico tiver acesso, por exemplo, mais ele será treinado para identificá-las com precisão depois.
Já o algoritmo é o cérebro de toda a tecnologia. Ele é o código que consegue aprender a identificar os elementos do dataset nas imagens. Quanto mais desenvolvido e assertivo o algoritmo é, maior a performance e menos alarmes falsos.
Normalmente, esses dados são extremamente sigilosos, mas é muito importante que você pesquise o quanto as empresas que desenvolvem essa tecnologia investem neste dois elementos. Esse é indicador que você estará adquirindo uma solução de alta performance de verdade.
Fique Atento à Resolução das Câmeras
Para conseguir identificar elementos com precisão, é preciso uma qualidade mínima da imagem. Apesar de as câmeras IP serem as mais indicadas, um bom sistema de vídeo analítico terá um desempenho ótimo mesmo com câmeras baratas de mercado. Soluções como o SmartVision, funcionam até mesmo com câmeras analógicas.
Mesmo câmeras de alta resolução podem estar configuradas para uma resolução de imagem mais baixa, então verifique se este não é o motivo dos alarmes falsos.
Cheque a Luminosidade do Local
Se a resolução das câmeras estiverem satisfatória, o problema pode ser a luminosidade do local. Assim como o olho humano, as câmeras com análise inteligente necessitam de luz para a captar as imagens. Neste caso, pode ser necessário a utilização de iluminação artificial no local. Mas, ao contrário do olho humano, podemos utilizar recursos tecnológicos como câmeras infravermelho a nosso favor. Veja como acontece a detecção em imagens captadas por esses tipos de câmeras:
Verifique a Configuração do ROI
Para que o vídeo analítico atue de forma mais assertiva e sem gastar processamento desnecessário, normalmente são criados os ROIs, Region of Interest ou Região de Interesse. São áreas delimitadas na imagem onde o sistema realizará as detecções.
Essas áreas devem ser criadas em locais estratégicos de acordo a sua necessidade de segurança: a área de entrada no recinto, área de passagem, uma área restrita ou mesmo ao redor de muros.
Verifique se seus ROIs estão bem posicionados e se não estão captando pessoas que passam em locais onde não representam perigo, por exemplo.
Concluindo
Os sensores infravermelhos são a opção tecnológica mais antiga, barata e mais passível de alarmes falsos em nossa lista. Porém, principalmente devido a seu preço acessível, ainda são uma boa alternativa para residências e microestabelecimentos.
A detecção de movimento por vídeo, traz mais velocidade de resposta para a equipe de segurança por ser uma solução com imagem. Porém, ainda se trata de um sistema de detecção de movimento e pode apresentar o mesmo nível de alarmes falsos registrados pelos sensores infravermelhos.
O vídeo analítico é a única dentre essas tecnologias que não se baseia em detecção de movimento, mas em reconhecimento de elementos específicos na imagem. Por esse motivo é também a solução com maior assertividade e menor número de alarmes falsos, indicada principalmente para o uso em pequenas a grandes empresas.
Fonte. SVA Tech
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