Onde está a segurança nos condomínios comerciais?

Por Silvano Barbosa

Há muito tempo os condomínios comerciais vêm aprimorando a segurança de suas dependências. Em verdade, após as indústrias e comércios de maior valor agregado, os condomínios corporativos são os maiores investidores em segurança. Mas, onde de fato está essa segurança? Em termos tecnológicos, o mercado tem muito a oferecer. Há do barato e simples aos produtos inovadores e de alto custo, mas que eliminam grandes custos de instalação, ou seja, uma troca justa.

Quando analisamos os tipos de proteção necessária, podemos dividir de forma simples, nas seguintes camadas: periférica, acesso periférico, acesso secundário, dependências do condomínio, áreas comuns, dependências privadas.

Pensando na primeira camada (controle periférico), algumas decisões como o tipo de segurança e o grau de retorno são muito importantes. Podemos optar por simples cercas elétricas, barreiras de IVA ou por formidáveis sistemas de radar que mapeiam todo o entorno e área de circulação, com precisão e inteligência altíssimas. E devemos ter mais uns dois graus de diferentes produtos entre esses citados.

Pensando no controle de acesso, podemos também ir do básico ao paraíso, dependendo do tipo de barreira a ser escolhido e a inteligência do sistema.

Em geral, nas dependências internas e áreas comuns os sistemas de segurança seguem o padrão das camadas periféricas, para simplificar a administração. Já as áreas privadas, o escritório do condômino ou o galpão, o espaço reservado àquele usuário quando tem segurança, é simples, e não integrada ao condomínio, é tratado de forma independente dos demais, e mesmo aqui, a variação tecnológica e de aplicação pode ser 8 ou 80.

Então, de fato, onde está a segurança nos condomínios corporativos?

No conjunto dessas soluções, desde que projetadas, executadas e mantidas de forma coerente. E é aqui que a maioria se perde.

É muito comum que ao executar a obra, na construção de um condomínio desse tipo seja instalado um sistema simples e prevendo apenas uma ocupação mínima e, ao longo do tempo, com o aumento da ocupação, ele seja trocado por sistemas mais completos e robustos. Isso é da natureza do negócio, e muitas vezes os integradores até buscam já iniciar com sistemas mais adequados, mas por vezes é uma briga inglória.

Porém, um bom trabalho junto ao condomínio pode prover um crescimento adequado e sistêmico com muita coerência e que de fato atenda às necessidades do empreendimento. Mas isso requer dedicação, tempo e bastante jogo de cintura por parte do integrador, e aqueles que dedicam parte de seu a trabalho a isso, por vezes colhem frutos preciosos.

Entretanto, há um equívoco comum, que, mesmo conseguindo implantar sistemas mais capazes e adequados, colocam tudo a perder: os procedimentos. E nesse aspecto, onde a mão de obra e o fator humano é fundamental, a coisa toda fica em risco.

Automatizar procedimentos ao máximo dificulta ações danosas, mas há um momento em que a interação com os operadores locais é vital. Ao tratar cadastros no controle de acesso, executar rondas, documentar situações, tratar alarmes e, por fim, tratar com os próprios condôminos, muitas vezes mais atrapalha que ajuda. Essa é a parte do trabalho que menos gostamos, pois exige ir além da tecnologia e tratar de conscientização, educação, resiliência, uma paciência sem fim em muitos casos.

Além disso, há a necessidade de documentar detalhadamente o que está acontecendo, não só para efeito de histórico, mas também para proteção do próprio integrador ou operador local. E é aqui que ainda temos um longo caminho a evoluir.

Algumas empresas se destacam mais por esse aspecto, outras ignoram por completo, deixando os empreendimentos vulneráveis ou recorrendo a terceiros, como consultores, e tudo bem se for assim, pois não podemos fazer tudo a maioria das vezes, mas é preciso ter essa consciência. Não importa o tipo, qualidade ou valor dos produtos aplicados em um local, obviamente eles vão retornar aquilo que lhes é possível, mas se tudo isso não estiver sendo operado e gerenciado dentro de um universo coerente e consciente, podemos colocar tudo a perder.

A maioria das vezes, treinamentos bem executados e recorrentes resolvem tudo. A tecnologia consegue entregar cada vez mais simplicidade, assertividade e segurança, mas quando analisamos cases corporativos, ainda é comum ver o fator humano comprometendo toda a estrutura.

Silvano Barbosa é Pré-vendas, Treinamento e Suporte para todo o Brasil na empresa CDVI. Atua desde 1995 nos ramos de TI, datacom, telecom, segurança eletrônica e sistemas prediais. É especialista em treinamento e na formação de treinadores e qualquer outro profissional que deseja compartilhar e repercutir conhecimentos, técnicos ou não.

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