Audiomonitoramento: o que as câmeras não veem

Apesar das crescentes evoluções nos equipamentos de CFTV, ainda há eventos que o seu parque de câmeras pode não conseguir detectar. Então, é interessante associar outras estratégias tecnológicas para tornar sua proteção completa, e o audiomonitoramento é uma dessas opções eficazes. São diversos os casos que criminosos utilizam estratégias para burlar as câmeras, de modo que elas não gravem as imagens do local onde deveriam.

Se essas mesmas câmeras tivessem microfones com analíticos de áudio acoplados, o cenário seria diferente. O audiomonitoramento inteligente utiliza softwares que filtram ruídos no ambiente e detectam automaticamente situações específicas. Essa tecnologia utiliza conceitos de engenharia de áudio, machine learning e inteligência artificial para categorizar diferentes eventos de risco. Ou seja, na situação hipotética do assalto, mesmo com as câmeras desviadas, o analítico de áudio detectaria um disparo de arma ou quebra de vidro e ativaria a câmera.

Convidamos Ivo Frazão, gerente de produto da startup Áudio Alerta, para uma entrevista sobre esse tema e os impactos na área de segurança patrimonial. Confira nosso bate-papo a seguir.

Segurança Eletrônica: Como o audiomonitoramento pode ajudar na tarefa de segurança patrimonial?
Ivo Frazão: A tecnologia de análise inteligente de áudio é uma grande aliada dos sistemas de videomonitoramento. Ao associar as duas, é possível acoplar microfones com programas de audiomonitoramento em câmeras de segurança e, então, quando um ruído é detectado, a lente da câmera é direcionada automaticamente para o local de origem daquele som.

Além disso, alertas são gerados na tela da equipe de monitoramento e os operadores podem tomar as providências necessárias. Com isso, situações de perigo são identificadas com maior agilidade e precisão e ainda é possível armazenar o áudio da cena quando o alerta é gerado, servindo como prova legal para as autoridades investigarem posteriormente, o que auxilia na identificação de suspeitos.

Alguns dos eventos detectados pelo sistema desenvolvido pela Áudio Alerta são: disparo de arma de fogo (diferenciando 4 tipos diferentes de calibres), batida de carro, explosões e vidro estilhaçando.

Segurança Eletrônica: Essa solução pode ser aplicada em ambientes públicos e privados?
Ivo Frazão: Sim. Em ambientes internos, é possível, realizar a liberação de acesso em uma empresa através da análise de áudio, pois características psicoacústicas da fala possibilitam identificar um indivíduo e ainda verificar se há alguma tensão na voz indicando uma situação de perigo.

Além disso, em galpões de fábricas, o software consegue detectar um veículo adentrando o local em horário proibido, por exemplo. A grande vantagem do audiomonitoramento é possuir custo menor em comparação a analíticos de vídeo inteligente e não necessitar das mesmas exigências para o funcionamento perfeito, como iluminação e ângulo de visão.

Já nos ambientes públicos, a maior dificuldade é filtrar satisfatoriamente o ruído da cena com o menor número de microfones possível. Apesar do desafio, já existem cidades com projetos de audiomonitoramento em vias públicas.

Segurança Eletrônica: Quais lugares no mundo já utilizam essa estratégia?
Ivo Frazão: O Estado de Pernambuco é pioneiro no Brasil em aplicar essa tecnologia para a segurança pública. O Áudio Alerta foi responsável por implantar, juntamente com a Avantia Tecnologia e Segurança, 10 pontos de captura de áudio integrados a câmeras de segurança na região Metropolitana do Recife.

Todos os pontos estão posicionados em locais com alto fluxo de pessoas e/ou grande ocorrência de evento de risco à população. Os equipamentos são monitorados pela central da CIODS (Centro Integrado de Operações de Defesa Social).

A Áudio Alerta também esteve presente no Porto Maravilha, projeto desenvolvido como legado das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. Neste caso, foram instaladas 2 câmeras na região portuária da cidade, que recebeu o Boulervard Olímpico, onde transitaram mais de 4 milhões de pessoas durante os Jogos, capazes de identificar eventos sonoros a uma distância de 170 metros.

Outro exemplo é a startup Audio Analytic, com sedes em Palo Alto (Califórnia – EUA) e Cambridge (Inglaterra), que desenvolve dispositivos próprios para reconhecimento de sons (vidro quebrado, choro de bebê, latido de cachorro, alarme de incêndio, entre outros). O software funciona como um assistente doméstico que alerta o usuário remotamente caso algum evento ocorra e ainda pode ser integrado com diversos objetos inteligentes, como lâmpadas, câmeras e smartphones.

Segurança Eletrônica: O que esperar para o futuro do audiomonitoramento?
Ivo Frazão: Um dos maiores desafios é refinar o uso da Inteligência Artificial para que o sistema se torne cada vez mais autônomo. Em algumas situações, o alerta gerado pelo audiomonitoramento precisa ser confirmado com auxílio de câmeras de videomonitoramento.

No futuro, esperamos que os analíticos de áudio identifiquem automaticamente falas violentas em diversos contextos, alertando as autoridades. Isso também contribuirá para a aplicação dos softwares em diferentes setores da economia, como a área da saúde, tornando o monitoramento de pacientes mais prático e seguro.

Inscrições para o Security Talks 2017

Ivo Frazão falará sobre audiomonitoramento no Security Talks 2017, que acontece dia 26 de outubro, no Hotel Pestana, São Paulo e contará com 10 especialistas debatendo temas diversos sobre tecnologia de segurança.

O evento é uma importante oportunidade entrar em contato com gerentes de grandes empresas no cenário nacional e conhecer soluções inovadoras, que se mostram cada dia mais eficazes em relação à proteção de bens e pessoas.

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