Doria usará imagem de câmeras para multar motos nas marginais de São Paulo

O prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) anunciou que decidiu adotar o videomonitoramento como forma de fiscalização de trânsito, algo inédito na cidade de São Paulo. A atitude deve-se a alta taxa de acidentes e mortes com motocicletas na Marginal Tietê e Pinheiros, que desde a mudança dos limites de velocidade (passou de 70 km/h para 90 km/h na pista expressa), já foram registradas cinco mortes, todas de motocicletas. Além disso, oito em cada dez acidentes com vítimas nessas vias envolveram motos.

Segundo Sérgio Avelleda, Secretário Municipal de Transportes, esse tipo de ação já ocorre em rodovias estaduais de São Paulo, mas será inédito nas vias urbanas da capital paulista.

Com a nova forma de autuação, os agentes de trânsito poderão multar sem a necessidade de realizar um flagrante dos infratores nas vias, tudo será baseado nas imagens captadas pelas câmeras da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Porém, para colocar o projeto em prática, alguns ajustes precisarão ser feitos, como trocar a tecnologia das atuais câmeras de monitoramento da CET, que de acordo com o secretário Avelleda são equipamentos de baixa resolução.

A gestão Doria pretende aplicar as multas em motos utilizando um tipo de videomonitoramento visto pelo prefeito durante a sua viagem a Seul, na Coréia do Sul, com lente de aproximação das imagens nas vias. Atualmente, as marginais contam com radares fixos, que são considerados pouco efetivos, pois os veículos passam entre os sensores e ainda escondem as placas para “fugir da foto”.

Flagrante Remoto
O uso de câmeras para multar enfrentou polêmica quando implementado nas rodovias estaduais. Parte dos críticos questionava a falta de um flagrante presencial. O impasse foi resolvido com a aprovação de resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) dando aval a esse tipo de fiscalização. A lei exige, porém, que haja sinalização sobre essas multas por câmeras.

Fonte: Folha de S. Paulo
Foto: Cesar Ogata/ Secom