Segurança: o modelo do vizinho nem sempre funcionará bem para você

Por Fernando Koda

É comum empresas e condomínios, por meio de seus responsáveis, optarem por investir em segurança adotando o critério de adquirir equipamentos tendo como exemplo o cenário de um vizinho ou de um colega, que tenha apresentado bons resultados. Mas será que, por ter funcionado no vizinho ou na empresa do colega, também trará um bom resultado ao seu empreendimento? Segurança patrimonial é um assunto que deve ser tratado sempre com seriedade e responsabilidade.

Afinal de contas, estamos falando de um conjunto de recursos e medidas para tratar os riscos de perdas, seja na sua empresa, no seu condomínio residencial ou comercial. E para que os riscos sejam bem tratados, é importante que haja a detecção e identificação de cada um deles para saber como preveni-los.

Cada cenário possui o seu DNA

Um equipamento de segurança que apresente resultados positivos em um condomínio ou na empresa de um vizinho ou colega não necessariamente apresentará um bom resultado no seu empreendimento. É muito importante que um profissional de segurança experiente possa analisar o cenário, detectar e identificar os riscos reais, propondo a melhor solução e custo/benefício.

Guardadas as devidas proporções, se compararmos o serviço deste profissional à profissão de médico, e o risco à doença, você verá a importância de uma avaliação e análise adequadas para que o “remédio” seja eficaz. Nos dois casos, a automedicação pode até atender a necessidade no primeiro momento, mas a tendência é ocorrer o contrário e o risco ser potencializado.

É muito importante que o cenário seja estudado com cautela: integrar o sistema de segurança mantendo o que está funcionando bem e sugerindo melhorias em pontos vulneráveis. A metodologia mais adequada é a de integração do sistema analisando riscos humanos x técnicos x organizacionais e a revisão periódica.

Tratar os riscos técnicos, e não observar a potencialidade dos demais, manterá a vulnerabilidade.

A prevenção é sempre a melhor solução. Vamos utilizar os condomínios como exemplo. A intrusão em um condomínio ocorre na grande maioria pela parte da frente, portões de pedestres e veículos. Com base nessa informação, é correto dizer que instalar uma câmera de segurança nos portões de acesso certamente irá resolver o problema? A resposta é não.

Muitas pessoas acreditam que sim, mas vamos entender melhor este ponto em relação a câmera de segurança.

A câmera filma o que está ocorrendo. Mas e a prevenção?

A menos que a câmera seja monitorada em tempo real por um profissional dedicado e treinado para agir, o equipamento auxiliará em casos investigativos e sua imagem deverá ser de boa qualidade para que os resultados sejam os melhores possíveis, identificando as pessoas, veículos envolvidos em todos os cenários, seja de dia ou à noite, interno ou externo, perto ou a uma distância razoável.

Todos os equipamentos de segurança, cercas eletrificadas, sensores internos e externos (IVA/IVP), biometrias, controles de acessos, cancelas, intercomunicadores, devem ser estudados e planejados com base na prevenção e no cenário real e exclusivo. Porém, é importante dizer que nenhum equipamento, por melhor que seja sua qualidade, apresentará um bom resultado se os demais riscos humanos, organizacionais e a revisão periódica não forem tratados, podendo causar uma falsa sensação de segurança e um investimento equivocado.

Lembre-se que o criminoso dedica grande parte do seu tempo para planejar como irá lhe causar um dano. Mas e você, quanto tempo do seu dia dedica para pensar como irá se prevenir?

Fernando Koda é especialista em segurança patrimonial, com mais de 30 anos de atuação no mercado e está à frente da Implanta Solução em Segurança.