Tendências para o mercado de controle de acesso

Por Silvano Barbosa

O mercado está sempre em evolução. Senão por seus produtos, ao menos em questões como políticas comerciais, agentes diferenciados e modelos de aplicação. Aqui trataremos de produtos. Quais são as tendências para o setor de controle de acesso?

Quando analisamos o que está por vir ou até mesmo o que já está sendo aplicado, encontramos uma maior variedade de novos produtos em leitoras de acesso. As leitoras são o high-front dos sistemas de controle de acesso, a parte inicial, onde são feitos o check-in e check-out dos usuários e visitantes.

O sistema mais tradicional é o RFiD, ainda maior responsável por esse controle no Brasil. A tecnologia mais deflagrada no mercado é de 125MHz, e vem sendo atualizada pelo Mifare, que opera dentro de 13,56MHz, e trás alguns pontos mais seguros ou de maior comodidade.

Mas mesmo esses cartões estão com os dias contados, devido ao avanço da biometria, QRCode e outras novas tecnologias. Acerca de biometria, existem diversos fatores onde precisamos ainda evoluir, mas existem dois aspectos que estão despontando: velocidade da autenticação e biometrias limpas.

O primeiro aspecto diz respeito ao tempo que leva para se autenticar no sistema de controle de acesso usando a biometria; e o segundo, ao fato de que leitoras de digitais são locais de pouca higiene, e isso é quase inevitável, uma vez que é necessário o contato físico com o equipamento para a leitura.

O que temos então como novidade e tendência nesse campo são:

Biometria Facial

A biometria facial está ganhando adeptos e novas empresas estão investindo nessa tecnologia com velocidade acelerada. Em uma rápida pesquisa contei ao menos cinco software houses desenvolvendo aplicações para esse mercado. Detalhe: nenhuma delas era do mercado de segurança eletrônica, mas de software em geral. À frente e já operando dentro do mercado, estão empresas já consolidadas no segmento de segurança eletrônica apostando bastante em análise de imagens, os famosos analíticos, e também em hardware mais completo, como câmeras com esses sistemas já embarcados.

E como medimos a qualidade do sistema? Pela sua assertividade na identificação, tanto pelo positivo real como também pela ausência do falso positivo. Segundo Wilton Hirose, co-founder da Tovtec, “nossos sistemas para biometria facial conseguem com câmeras padrões de mercado, com boa qualidade, gerar uma segurança de 90% de assertividade biométrica facial em 2D”.

Biometria Digital Limpa

Essa é uma questão delicada, pois coletar corretamente uma biometria digital sem a necessidade de encostar o dedo contra o sensor é um diferencial que pode comprometer a qualidade. Para isso, o mercado aposta em leitores com diferentes possibilidades, sem perder a confiança no resultado.

Um destaque nesse requisito são os leitores da linha Morpho Wave, da Idemia. Ricardo Miralha, gerente Regional de Vendas da IDEMIA: “Sabe-se que existe uma balança contínua entre segurança de um lado, e conforto e conveniência do outro lado. Sempre que aumentamos o requisito segurança, diminuímos a conveniência, e vice e versa. Isso até a chegada do Morpho Wave, ele consegue equilibrar essa balança”.

Em alta performance, ela captura as cinco digitais de uma pessoa, e pode identificar no check-in usando todas ou apenas uma das digitais. Outro fator forte desse produto é a velocidade, que está em testes e até disponíveis na internet; é possível verificar mais de 50 pessoas fazendo check-in em apenas um minuto. Nesse caso, a limitação da velocidade da passagem fica a cargo apenas da barreira (catraca, torniquete), e não mais do leitor. Um outro fator positivo é a inclusão de pessoas que normalmente não conseguiriam usar um sistema do tipo, por algum tipo de deficiência física, e também pessoas com mãos molhadas ou sujas, conseguem ser facilmente identificadas nessa leitora, com a mesma agilidade.

Leitoras RFID BLE

A sigla BLE significa Bluetooth Low Energy, basicamente, podemos usar uma leitora com essa tecnologia sem a necessidade de parear com ela. Parear é o processo de conexão bluetooth que “vincula” os dois gadgets. Com essa possibilidade, basta o telefone estar no raio de ação da leitora e que o bluetooth do celular esteja ativado, para que seja feita a autenticação. A operação desse sistema ocorre, em linhas gerais, da seguinte forma: o usuário deve baixar uma aplicação em seu celular, e isso vai gerar uma chave pessoal vinculado ao telefone, e que deverá ser adicionada ao seu registro no sistema de controle de acesso. Ao se aproximar da leitora, o sistema vai “ler” essa chave e proceder com a abertura da porta, de acordo com o nível de acesso ajustado àquele usuário.

Nessa linha, analisamos as leitoras BLE da STID, que tem se destacado pela versatilidade e custo. Ela disponibiliza um APP, que gera a chave e alguns níveis de comodidade: pode-se operar passando o celular em cima da leitora, ou com o celular no bolso, passando a mão por cima da leitora, ou ainda dar dois “tapinhas” no celular ou mesmo através de um botão no APP.

Quais as grandes vantagens de utilizar uma leitora com BLE embarcado:

Primeiro – a não necessidade de um cartão convencional, mas manter a possibilidade do seu uso na mesma leitora.

Segundo – celulares são quase extensão do nosso corpo hoje, e é muito mais fácil manter controle sobre ele, em casos como perda e roubo. Porém a vantagem mais clara para mim é o uso desse dispositivo em substituição aos TAGs Veiculares ou LPR. Esse tipo de autenticação causa um número grande de problemas, carros com diferentes laminações de vidro que dificultam o uso do TAG, etc. E o mais grave é que isso faz com que o sistema autentique apenas o veículo, não quem está dentro. Como as leitoras BLE podem atuar em distâncias maiores que cartões RFID convencionais devido à tecnologia Bluetooth, será possível autenticar o usuário dentro do veículo, sem precisar abrir a janela ou tomar chuva. E ainda, caso vá ser utilizada a modalidade RFID para cartões, a leitora pode ficar do lado de dentro de uma porta, isolada de vandalismo, desde que no alcance do sinal. E mais, podemos atuar de forma a autenticar todos os moradores que estão dentro do veículo. Isso sim, ajuda muito em tempos de portarias prediais, remotas ou não.

De acordo com Claudio Darius, diretor da Distribuidora Seletron e que revende essa linha de produtos da STID no Brasil, a segurança digital dele é outro diferencial: “Sistemas de cibersegurança são importantíssimos para garantir a idoneidade do processo e a garantia do não vazamento de informações. Nesse sentido a STid atende 100% esse quesito, pois é uma das empresas europeias mais premiadas devido à alta segurança dos seus produtos e sistemas. Outro aspecto muito importante é a garantia life time dos leitores, bem como a alta resistência dos mesmos, suportando água, fogo, choque e pressão mecânica, mantendo todas as funcionalidades necessárias”.

Controladores de Acesso Autônomas

Existem dois conceitos diferentes aqui. Uma coisa é uma controladora inteligente, que mesmo com o servidor offline pode operar da melhor forma. Outra, e aqui se destaca, são controladoras que possuem todo um sistema em um único hardware. Não um controle de acesso simples, mas um complexo, de alta performance e abrangência. Temos diversos dispositivos stand- -alone, mas são de pequena capacidade de usuários ou de recursos limitados. A CDVI possui duas linhas de sistemas de controle de acesso, o que analisamos aqui é a linha Atrium. Os diferenciais desse produto são: alta disponibilidade e autonomia, não utiliza servidor, e mesmo assim tem altos índices de configuração e personalização do funcionamento. Mais de 10.000 usuários por controladora, recursos de I/O em grande número, inteligência de programações compatível com os melhores sistemas de controle de acesso do mundo. É possível programar a controladora de formas diferentes, com funções diferentes, de acordo com agendas, ou respeitando condicionais de um único usuário, e ainda pode se interconectar de forma colaborativa com outras iguais para formar uma rede e atender até 500 portas.

“O grande trunfo da linha Atrium da CDVI é pegar o que há de melhor em controle de acesso, aliado ao DNA dos produtos da CDVI, que são robustez e altíssima disponibilidade, e embarcar em um produto acessível, que pode atender um dentista, uma loja de conveniência, ou uma cadeia de lojas de shopping, com a mesma facilidade, inclusive incorporando o controle dos elevadores de um prédio de forma simples”, explicou Fabiano Farah, gerente Regional de Vendas da CDVI.

Isso é possível porque essa controladora possui um banco de dados de alta capacidade operacional, operando dentro dela mesmo, sem a necessidade de servidores ou outros. “É possível configurar e monitorar a Atrium de um celular, tablet ou computador, de forma simples e intuitiva, e não há a necessidade de compra wde licenças, o software é gratuito, e pode ser acessado também via navegador de internet convencional”, resumiu Farah.

Analisando essas quatro linhas de produto, podemos ter certeza de que muitas inovações vão surgir ainda dentro de sistemas de controle de acesso. Cada qual com a sua aplicabilidade, seu campo de atuação, mas é fácil ver o quanto o mercado está focado em trazer novidades que privilegiem a segurança e a comodidade do usuário, tornando os sistemas fáceis e a operação resguardada.

Silvano Barbosa é Pré-vendas, Treinamento e Suporte para todo o Brasil na empresa CDVI. 

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