Tecnologia termográfica para triagem na linha de frente contra COVID-19

Por Macson Guedes

À medida que a pandemia do novo coronavírus continua a se desenvolver, com serviços essenciais permanecendo abertos e os governos considerando planos para reabrir economias, as empresas buscam tecnologias para ajudar a retardar a propagação do vírus e manter funcionários e clientes seguros. O uso de câmeras termográficas para medir a temperatura corporal de indivíduos em centros de transporte e pontos de acesso lotados está em uso frequente desde a pandemia da SARS, em 2003, principalmente no leste da Ásia. Agora, com a COVID-19, uma crise global que afeta a vida como a conhecíamos, houve uma aceitação exponencial da necessidade dessas câmeras para apoiar as operações do governo e todos os setores, com foco nos serviços essenciais.

Desde o início da crise, as câmeras termográficas tornaram-se mais amplamente usadas para triagem do que nunca. Sua capacidade de ler a temperatura corporal com precisão de +/- 0,5 graus Celsius, sob condições típicas de triagem, rapidamente a tornou uma ferramenta preferida para a detecção na linha de frente. A OMS é uma organização que está usando essa tecnologia durante a crise. Para trabalhadores essenciais na preparação de alimentos, armazéns, postos de fronteira, centros de trânsito e, ainda, o setor de saúde – a triagem tornou-se um primeiro passo crucial na identificação de pessoas com temperatura corporal elevada.

Detecção no estágio inicial

A importância de ser capaz de detectar sinais precoces da doença não pode ser subestimada nos tempos atuais. As câmeras termográficas são excelentes ferramentas para detectar variações de temperatura nas superfícies, incluindo a corporal, a uma distância recomendada pelas autoridades de saúde pública, conhecida coloquialmente como “distanciamento social”. Os procedimentos de triagem implementados nos aeroportos e em outros ambientes públicos podem ser o primeiro passo para detectar uma pessoa que está com a temperatura corporal elevada. A Emirates Airlines tem utilizado o aparelho para verificar passageiros que viajaram para os EUA nas últimas semanas.

Para aqueles cuja temperatura corporal é indicada como mais alta do que o esperado se comparado a outros indivíduos que tiveram sua temperatura medida, uma triagem secundária deve ser administrada usando equipamento de triagem aprovado por médicos, como termômetros orais. Embora exames termográficos possam ajudar a detectar temperaturas corporais mais altas do que o normal, os portadores do vírus podem ser assintomáticos e não ter uma temperatura corporal aumentada; portanto, é recomendado como um componente de um programa mais amplo de segurança. A triagem médica adicional é de suma importância, pois as câmeras térmicas da FLIR não são capazes de detectar ou diagnosticar vírus, febres ou outras condições médicas.

Precisão na triagem

Para medir a temperatura corporal, é importante usar câmeras de maior resolução e estabilidade, como câmeras específicas da série A, série T ou série E da FLIR. Esses modelos incluem um modo de triagem na câmera, que é um algoritmo, que permite aos operadores rastrear temperaturas corporais elevadas em cada indivíduo em relação às pessoas previamente rastreadas em um ambiente. Isso permite que o algoritmo tenha uma linha de base dinâmica e leve em consideração as alterações normais da temperatura corporal ao longo do dia. Essas ferramentas de linha de frente são críticas para as empresas que operam com os funcionários freqüentemente trabalhando juntos.

À temperatura ambiente, essas câmeras estabilizadas têm precisão de +/- 0,5 graus C e podem ler a temperatura corporal quase instantaneamente. A precisão das leituras da temperatura corporal dependerá de vários fatores, como: o modo com que a câmera está sendo usada; sensibilidade do plano focal; configurações da câmera; e distância dos alvos, o que significa que a câmera deve estar próxima o suficiente do objeto para detectar vários pixels de temperatura próximos ao ducto lacrimal – o local que reflete com mais precisão a temperatura corporal central de uma pessoa e é menos impactado pelos efeitos ambientais.

Para muitos setores e clientes que confiam nessa ferramenta como um indicador precoce, a triagem individual da equipe ou do público é o primeiro estágio crucial, visto que os resultados da temperatura podem ser compartilhados quase instantaneamente. Com o tempo, à medida que vemos a necessidade de triagens em maior escala, o aumento da produção e a manutenção da precisão serão o elemento mais crucial que as equipes de P&D se concentrarão no desenvolvimento de futuras soluções baseadas em imagens termográficas.

Tecnologia de privacidade e saúde

À medida que avançamos para um mundo em que mais dispositivos de tecnologia serão implantados para monitorar nossa saúde, uma das maiores perguntas dos consumidores será a privacidade. Enquanto a noção de triagem de temperatura, quando gerenciada por um empregador, é mais comumente aceita, quando ela começa a fazer parte da esfera pública – questões de privacidade serão levantadas.

A resposta é simples; câmeras de imagem termográfica não possuem capacidade de reconhecimento facial. Essas câmeras não podem gravar uma imagem fotográfica reconhecível da pessoa cuja temperatura corporal é medida – não é possível determinar a cor dos olhos, cabelos, roupas ou o tom de pele do indivíduo.

À medida que a frase “novo normal” tem aparecido cada vez mais, estamos vendo a mudança da triagem da temperatura corporal sendo usada por empresas essenciais para continuar suas operações e para outras organizações que consideram modos de reabrir. Não há dúvida de que a mudança nos afetará e precisaremos procurar novas maneiras de nos adaptarmos, a curto e a longo prazo. Por exemplo, no curto prazo, pode ser uma prática padrão exigida que os passageiros das companhias aéreas tenham sua temperatura monitorada em um aeroporto. Por enquanto, enquanto os testes gerais para COVID-19 continuam sendo o ponto crucial discutido em todo o mundo, a tecnologia termográfica será uma ferramenta eficaz de triagem quando combinada com testes médicos para ajudar a monitorar e detectar sinais relacionados à doença, algo importante para evitar futuros surtos.

Macson Guedes, Diretor Geral e de Vendas da FLIR Systems na América Latina

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