Soluções para segurança pública e infraestruturas críticas

Multinacional sueca está em mais de 2.500 organizações no mundo com uma plataforma que fornece uma visão completa e em tempo real das operações de segurança, permitindo detectar ameaças, avaliar cenários e responder a incidentes de maneira rápida e eficiente

Por Fernanda Ferreira

A Hexagon é líder global em sensores, softwares e soluções autônomas, e fornece tecnologias de última geração visando aumentar a eficiência, produtividade, qualidade e segurança em aplicações industriais, de manufatura, infraestrutura, setor público e mobilidade. Com sede operacional nos Estados Unidos e presente em mais de 50 países, o grupo possui mais de 21 mil colaboradores e opera em toda a América Latina.

Para saber mais sobre a empresa, suas soluções e atuação no mercado, conversamos com Marcus Assis, gerente de vendas e responsável pelos setores de infraestrutura e transportes na Hexagon.

Revista Segurança Eletrônica: Quais são as principais áreas de atuação da Hexagon no Brasil?

Marcus Assis: A Hexagon é um grupo sueco focado em soluções tecnológicas para diversos setores essenciais no mundo como Segurança, Infraestrutura e Geotecnologias, Engenharia Industrial, Manufatura, Agricultura, Mineração entre outros.

Por meio da divisão de Segurança, Infraestrutura e Geotecnologias, fornecemos soluções de software para organizações públicas e privadas, incluindo infraestruturas críticas como: aeroportos, portos, redes de utilities e telecomunicações, rodovias e ferrovias.

Na área governamental, apoiamos as organizações de segurança pública fornecendo sistemas para gestão de operações que integram em um único ambiente: polícia, bombeiros, SAMU, agências de trânsito, Defesa Civil, entre outros órgãos públicos.

Da mesma maneira, organizações de infraestruturas críticas também utilizam nossos sistemas de gerenciamento de informações de segurança física para proteger pessoas, ativos e propriedades, uma vez que operam em áreas quase sempre com grande circulação de pessoas, de extensão territorial ou elevado risco.

Com a plataforma da Hexagon é possível gerenciar toda a infraestrutura de segurança de forma integrada. O nosso papel é dar todas as condições para o processamento e monitoramento dos dados em tempo real, e visibilidade total das informações para que essas empresas consigam antecipar as situações problemáticas, desenvolver planos de contingência e agirem rapidamente em situações de crise , reduzindo o tempo de inatividade de suas operações e os impactos internos e externos, incluindo perdas econômicas, sociais e ambientais.

É um sistema robusto com grande maturidade tecnológica que reflete todo o conhecimento adquirido no setor de segurança pública e privada ao longo de 30 anos. A solução da Hexagon é ideal para a proteção e vigilância de grandes infraestruturas, e a sua implementação é realizada de maneira customizada, considerando os riscos, os procedimentos, as necessidades e os objetivos que cada organização possui.

Revista Segurança Eletrônica: E como vocês atuam junto aos clientes?

Marcus Assis: Primeiro entendemos quais são os ativos da empresa, e então fazemos um trabalho de consultoria, identificando o que existe de legado na planta que conseguimos aproveitar.

Posteriormente, em conjunto com a equipe de segurança, fazendo a especificação funcional, estabelecendo quais são os planos de ação para cada evento, como e o que vamos rastrear, que tipo de resposta deve ser dada em cada situação, qual o meio de comunicação com a equipe, fluxos de trabalho etc.

A nossa solução não é uma tecnologia plug and play. O nosso lado tem um trabalho de conversar com o usuário, de entender suas expectativas, os planos de ação e assim construir todo o projeto. Dentro disso, podemos comercializar a solução tanto como licenciamento perpétuo ou como um serviço.

Os primeiros passos dos nossos projetos é o levantamento de dados, onde buscamos entender e mapear todos os dados que serão integrados, qual o objetivo da solução como um todo entre outras questões.

A Hexagon recentemente lançou uma nova tecnologia que chama-se BLK247, um hardware multissensor com tecnologia LiDAR embarcada que permite monitorar espaços físicos com precisão e confiabilidade, identificando ameaças e automatizando ações. A tecnologia LiDAR emite feixes de luz que, ao incidirem sobre objetos e superfícies, retornam ao dispositivo medindo distâncias e tamanhos com precisão milimétrica, independentemente das condições de iluminação do ambiente. Por meio de um software, também permite estabelecer um perímetro específico em 3D e automatizar alertas caso ocorra uma intrusão. Esse processo é feito em todas as direções, 360 graus, 24×7, ou seja, conseguimos o tempo todo escanear e monitorar áreas de interesse, identificando ameaças, automatizando alertas e reduzindo alarmes falsos.

Revista Segurança Eletrônica: A plataforma da Hexagon consegue se integrar com outros softwares do mercado?

Marcus Assis: Sim. A nossa plataforma integra sistemas, sensores e quaisquer equipamentos, incluindo os dispositivos VMS do mercado, disponibilizando todos os dados em tempo real em um único ambiente. Um dos nossos principais diferenciais é a capacidade da plataforma de otimizar os sistemas de segurança, preservando a infraestrutura pré-existente. Dessa forma, reduzimos os custos das empresas com a substituição e as atualizações dos seus ativos de segurança.

Trabalhamos muito com o conceito de anomalias, de crise. O videomonitoramento e alguns controles que existem hoje geralmente são muito reativos, muitas vezes os seguranças usam o videomonitoramento para ver o que aconteceu depois do evento já ter ocorrido. Por meio do nosso software, quando um alarme é disparado em decorrência de uma intrusão, imediatamente ele exibe imagens da câmera que está monitorando o local. Ainda que uma pessoa tenha forçado determinada porta, e ao olhar as imagens o operador não tenha identificado a presença de ninguém, é possível configurar no sistema um pré-alarme, que consultará o VMS e exibirá imagens dos segundos que antecedem o disparo do alarme, permitindo ao operador analisar e verificar se a intrusão ocorreu de fato.

Revista Segurança Eletrônica: Então podemos dizer que a plataforma trabalha de maneira preventiva e inteligente?

Marcus Assis: A nossa ferramenta realiza a detecção, avaliação e a resposta de incidentes.

Para a detecção, fornecemos o multissensor BKL247 que citei anteriormente, que possui uma inteligência robusta e tecnologia inovadora para videomonitoramento autônomo 3D. Contudo, nossa plataforma integra com qualquer outro dispositivo utilizado para essa finalidade.

Para a avaliação, que envolve toda a integração de múltiplas fontes de dados, centralizamos tudo o que o operador precisa monitorar em uma única interface intuitiva. Hoje há centrais que possuem um sistema para o VMS, um sistema para comunicação, outro para o controle de acesso, outro para alarme, então, imagine quantas pessoas e telas precisam ser visualmente monitoradas e o tamanho do trabalho que isso dá. Ao centralizar todas as informações de maneira visualmente organizada, simplificamos a visualização dos dados e permitimos que o acompanhamento de toda a infraestrutura de segurança seja realizado por um quadro reduzido de profissionais por meio de poucos monitores.

O desdobramento disso tudo é a resposta. A resposta é a ponta do processo. Nossa plataforma automatiza todos os fluxos de trabalho e procedimentos operacionais padrão, identifica a geolocalização das equipes que devem ser acionadas e, então, quando uma notificação é recebida, os operadores podem acionar de forma imediata os profissionais que estão mais próximos do local, inclusive, acionar as organizações externas de segurança pública, se for o caso.

Além disso, como tudo está integrado no mesmo banco de dados, nossa exclusiva Inteligência Artificial assistiva monitora todos os eventos automaticamente para identificar conexões entre eles que possam ajudar a resolver a situação ou mesmo conter a escalada de uma situação de crise. Esse recurso tem por objetivo eliminar pontos cegos operacionais e alertar equipes de supervisão sobre eventos que podem não ser facilmente identificados por meio de pessoas.

Revista Segurança Eletrônica: Quais são os diferenciais da Hexagon?

Marcus Assis: Quando falamos de diferenciais costumo listar os 4 P’s de segurança da Hexagon.

Prova – Temos provas de que a nossa solução funciona. Apoiamos organizações públicas e privadas em mais em todo o mundo.

Plataforma – Temos uma plataforma robusta, desenvolvida há mais de 30 anos, implementada em diversos ambientes críticos e atendendo diversos eventos, e que continua em constante desenvolvimento. A Hexagon investe cerca de 13% da receita em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), e isso se reflete em benefícios para os clientes que utilizam as nossas tecnologias. Esse investimento, ajuda a manter as nossas soluções adequadas aos sistemas operacionais dos nossos clientes, a promover novas integrações e acompanhar tendências.

Parcerias – Temos diversos parceiros no Brasil e na América Latina que reconhecem a nossa tecnologia como a melhor do mercado para gestão integrada de operações de segurança.

Pessoas – Temos um time comercial e técnico que entendem a necessidade e dialogam com nossos clientes. Todo o processo de vendas é consultivo e personalizado. Essa vasta experiência de mercado nos trouxe o conhecimento sobre as melhores práticas em diversos lugares do mundo, e por isso somos um parceiro confiável dos nossos clientes.

Revista Segurança Eletrônica: Poderia citar alguns clientes e cases?

Marcus Assis: Estamos em 2.500 organizações no mundo, apoiando mais de 450 centrais integradas de operações de segurança pública. Estamos presentes em 14 estados brasileiros como, por exemplo, no centro integrado do Rio de Janeiro e do Ceará, nos quais apoiamos as operações da Polícia e dos Bombeiros.

Para se ter uma ideia, em torno 1 em cada 9 pessoas no mundo são protegidas com as nossas soluções. São mais de 1 bilhão de pessoas que dependem diretamente ou indiretamente das soluções da Hexagon, seja no mercado privado ou público.

Atualmente estamos implementando a nossa plataforma de segurança e vigilância de infraestruturas críticas no Bancolombia, o maior banco da Colômbia, fornecendo tecnologias que também servem grandes organizações em setores como energia, mineração, ferroviário, rodoviário e aeroportuário como, por exemplo, o Aeroporto Internacional de Baltimore e o Metropolitan National Washigton Aeroport Autorit.

Para concluir, ajudamos a proteger o maior túnel ferroviário do mundo, o Gotthard Base Tunnel, na Suíça, no qual atuamos na gestão dos seus ativos de segurança.

Revista Segurança Eletrônica: Como funciona o investimento em P&D da empresa e que novidades planejam para esse ano?

Marcus Assis: Temos mais de 4 mil patentes ativas dentro do nosso portfólio e investimos cerca de 13% da nossa receita em P&D (aproximadamente €566 milhões), o qual é revertido em novas soluções, inteligência, tecnologia e inovação.

Para este ano, prevemos investimentos na aquisição de empresas para complementar nosso portfólio e, além disso, vamos promover durante o mês de junho o HxGN LIVE, uma conferência mundial de tecnologia que será realizado presencialmente em Las Vegas, e também será transmitido on-line. Neste evento, apresentamos ao mercado as novidades das nossas plataformas e portfólios.

Revista Segurança Eletrônica: Como você enxerga o cenário de infraestruturas críticas no Brasil e quais são as tendências?

Marcus Assis: A preocupação com a segurança de infraestruturas críticas sempre existiu, obviamente em intensidades diferentes de empresa para empresa. A exemplo disso, sempre houve uma preocupação muito grande com a segurança das usinas nucleares mas, de modo geral, antes não existia planos nacionais pensando na gestão destas instalações, as quais sempre estiveram sob o controle de empresas responsáveis pela gestão desses ativos. Essa visão nacional é algo novo e a tendência é o que já está ocorrendo, que é ter uma regulamentação mais crítica das operações. Isso já aconteceu com o setor de mineração após as tragédias em Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais. O governo reagiu e agora existe regulação específica para inspeções, para categorizar as barragens, identificar quais são as áreas mais críticas etc.

Não é apenas uma iniciativa do Brasil, o mundo inteiro está se preocupando mais com isso, e por diversas razões. Podemos nos colocar no lugar da Ucrânia e da Rússia, onde um conflito entre nações pode ter como alvo infraestruturas críticas de qualquer natureza. No entanto, infraestruturas críticas podem ser alvos de um ato deliberado. A maioria das empresas do setor elétrico do Brasil fazem parte de uma holding multinacional, seja chinesa, italiana, espanhola, entre outras. O que está sendo feito nestes países, de alguma forma refletem ou refletirão no Brasil, o que exige uma melhor governança por parte de todos os envolvidos.

Para ajudar essas organizações, a Hexagon oferece uma nova plataforma dedicada ao setor de infraestrutura crítica que fornece apoio, controle, previsibilidade e resposta rápida em situações críticas.

Revista Segurança Eletrônica: 2022 é um ano de eleições presidenciais. Qual seria a sua mensagem de alerta para os gestores públicos em relação ao que precisa ser mudado com urgência no Brasil?

Marcus Assis: A segurança pública e de infraestruturas críticas é um tema presente e necessário, e parte do trabalho da Hexagon é difundir isso, divulgar casos de sucesso e replicá-los no Brasil, e promover a cultura de segurança que é algo que precisamos instituir no país.

Tem uma frase de Robin Sincler, um dos maiores especialistas globais em gestão de risco e governança no mundo, que traduz bem essa perspectiva: “segurança é sempre excessiva até que seja insuficiente”, ou seja, o investimento em segurança para muitos é sempre visto como desnecessário, mas em momentos de crise, tornam-se essenciais.

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