Segurança privada deve se reinventar com a pandemia

Das 487 empresas que têm segurança privada em seu nome de fantasia, razão social ou objeto, no Rio Grande do Norte, apenas 38 são fiscalizadas pela Polícia Federal, como manda o figurino. As demais caminham como Deus quer, apostando num segmento que deveria ser extremamente lucrativo, tendo em vista as altíssimas taxas de furtos qualificados, furtos simples e roubos, mas não é.

Na pandemia do novo coronavírus, quando muitos negócios simplesmente fecharam as portas por meses, não só o segmento de segurança privada no RN sentiu o golpe, como apressou o passo para se reinventar. O novo caminho aponta para um lado previsível num setor que, calcula-se, fature por ano alguma coisa como R$ 300 milhões só no Rio Grande do Norte.

A maior parte desses recursos é oriunda de bancos, órgãos públicos, grandes redes varejistas e atacadistas, já que a participação de pessoas físicas se concentra exclusivamente ao redor da segurança eletrônica, hoje claramente mais acessível até para médias e grandes empresas.

Para Ricardo Roland, empresário desse setor há 30 anos, a crise sanitária do coronavírus, épica sob todos os pontos de vista, deve apressar a pequena revolução que se opera neste momento no ramo da segurança privada. “Até porque câmeras de segurança e monitoramento eletrônico representam para o cliente abatimento real no valor do seguro contra sinistros, como furtos e roubos”, disse o empresário.

Regida por lei ordinária, as empresas de segurança privada contemplam uma série de custos que não compensam a operação e ficaram ainda mais onerosos durante a pandemia. “Para se ter uma ideia, tenho aqui mais de dois anos em licenças de vigilantes requeridas por suspeita de coronavírus. Quando não é do trabalhador, é de alguém da família, o que justifica o pedido de 14 dias de ausência”, afirmou um empresário do setor que pediu para não se identificar.

Com 200 horas de aulas preparatórias, claramente insuficientes para quem porta uma arma, cada vigilante custa em média ao empresário ao redor de R$ 4,9 por mês. Este ano, com a pandemia, vários empresários do setor ouvidos nesta segunda-feira 28 pelo Agora RN, perceberam uma queda de faturamento entre 15% a 20%.

Eles deixaram claro que só não alteram completamente seu modelo de negócio para o monitoramento eletrônico porque isso redundaria em resolver passivos trabalhistas antigos. Ou seja, sairia mais caro o molho do que o peixe.

Alexander Amorim, gerente de uma empresa de segurança privada que existe há 17 anos, afirma que o segmento é impactado pelo menos duas vezes por ano com novidades na área que barateiam os serviços, promovendo uma política de preços mais acessível aos consumidores. “Neste negócio, tudo se deriva do risco e é a partir dele que os valores cobrados são mais ou menos valorizados”, afirmou.

Seja como for, já há quem ache que um bom seguro compensa a perda causada por um roubo, diante da monumental ineficiência da segurança pública no Brasil. Essa discussão, inclusive, já chegou faz tempo na seara da segurança predial, cujas portarias 24 horas vem sendo gradativamente substituídas por portões e sistemas de monitoramento remotos, capazes de baratear pela metade o valor dos condomínios.

É o caso do morador de um prédio em Lagoa Nova, que praticamente paga o mesmo valor de aluguel e condomínio por conta de uma guarita ocupada 24 horas por dia, sete dias por semana. “A única tranquilidade é a segurança de receber encomendas e contas; fora disso, é um custo exorbitante, já que ladrão que quiser fazer arrastão aqui tem muitas maneiras de conseguir”, disse ele que pede para não se identificar.

Na opinião de Ricardo Roland, o personagem inicial desta matéria, o coronavírus só apressou um processo para o qual as empresas de segurança privada já caminham. “Adicionar inteligência e tecnologia no setor já fazia muito sentido bem antes da pandemia; com ela, porém, a coisa deve andar muito mais rápido”, pontuou.

Fonte: Agora RN

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