Esquema de Segurança da Oktoberfest Blumenau

Monitoramento com drones, reconhecimento facial, LPR e inteligência artificial marcam esquema de segurança da Oktoberfest em Blumenau; 36ª edição do evento reuniu milhares de pessoas e contou com tecnologias de ponta

Por Fernanda Ferreira

Reduzir o índice de crimes e proporcionar maior segurança para os visitantes tem sido uma das prioridades da Oktoberfest de Blumenau, em Santa Catarina. A 2ª maior festa popular alemã do mundo chegou à sua 36ª edição neste ano com diversos aliados para auxiliar a segurança pública no monitoramento e prevenção de ocorrências dentro e fora do evento. Drones, câmeras de vigilância, reconhecimento facial e leitor de placa de veículos fazem parte do efetivo tecnológico do evento que ocorreu no Parque Vila Germânica entre os dias 9 e 27 de outubro.

Ao todo, foram utilizadas 120 câmeras de monitoramento, sendo oito com tecnologia de reconhecimento facial da Digifort e Real Networks, instaladas em torno da região do evento, terminais urbanos e na área central da cidade, onde ocorreu a maior concentração de público, isto tudo com a finalidade de identificação de pessoas com mandados de prisão ativos. Vinte câmeras de leitura de placas de automóveis também foram instaladas nos principais acessos da cidade e nas vias de maior movimentação. Em toda área externa do evento, câmeras de monitoramento do Programa Bem-Te-Vi da Polícia Militar localizadas em pontos estratégicos foram equipadas com o recurso, tanto para identificar pessoas procuradas pela polícia como para impedir a entrada de quem já se envolveu em algum tipo de crime dentro da festa.

Segundo Jose Larrucea, vice-presidente para a América Latina da Real Networks, a solução de reconhecimento facial da companhia agrega camadas de inteligência artificial na análise de vídeo em tempo real. “Estamos utilizando no evento a solução americana SAFR, altamente avaliada pelo NIST (National Institute of Standards and Technology) e pela Universidade de Massachusetts, como a melhor, mais rápida e mais enxuta solução de software de reconhecimento facial para vídeo ao vivo na categoria “Faces in the Wild”. A solução é altamente precisa (99,87%), inclusive para as principais etnias. Estamos totalmente integrados ao software de monitoramento do Digifort, dessa forma conseguimos melhorar a segurança da cidade por meio da gestão de uma watchlist (lista de observação), com pessoas de interesse, suspeitos ou ameaças”, explicou Larrucea. “Vale ressaltar que no caso da SAFR da Real Networks, temos cinco princípios que salvaguardam a privacidade e o respeito das pessoas, assim como a preocupação pelo bom uso dessas tecnologias para o bem da comunidade. Hoje o mercado em geral oferece muitas opções de reconhecimento facial, porém é fundamental ter o interesse das pessoas e dos clientes que as usam como foco principal para que esta tecnologia gere uma contribuição tangível melhorando a vida das pessoas”, completou o executivo.

Todas as imagens foram monitoradas pela polícia em um posto de atendimento da PM e também no interior de um micro-ônibus alocado no evento por meio do VMS do Digifort. De modo conjunto, os equipamentos de gravação no entorno do evento funcionaram com a solução de leitura de placas de veículos (LPR) da empresa, permitindo o monitoramento do trânsito local e verificando diversas ilegalidades em tempo real, tais como carros com registro de roubo ou furto.

Toda a implementação dessas tecnologias ficou a cargo da integradora Coringa, empresa parceira do estado de Santa Catarina no Programa Bem-Te-Vi. “Nós fizemos todo o projeto e implantação do Bem-Te-Vi, desde as salas de monitoramento até as câmeras nas ruas, e agora somos os responsáveis por realizar a manutenção dessas câmeras. Por termos esse relacionamento com os órgãos da Polícia Militar, da Guarda Municipal e também da Secretaria de Segurança Pública, eles nos procuraram para fazer parte da implementação do projeto de segurança da Oktoberfest; nos colocamos à disposição, até porque nós temos esse compromisso com o estado de trazer novas tecnologias para que possam ser testadas”, explicou Fabrício de Melo Carniel, diretor Técnico e Comercial da Coringa Sistemas Inteligentes de Segurança.

Monitoramento aéreo

A Polícia Militar também contou com apoio aéreo para realizar o monitoramento da Oktoberfest. Ao todo, nove drones sobrevoaram o entorno do Parque Vila Germânica realizando rondas por meio do sistema de gerenciamento de operações de drones da startup AeroGuard. “Com a nossa plataforma a Polícia Militar conseguiu fazer rondas automáticas, dividindo o patrulhamento da área em turnos de quatro drones. Também foi possível operar, gerenciar e receber os dados em tempo real da frota a partir da central de comando. Além disso, as aeronaves não tripuladas, equipadas com câmeras que permitem a utilização da tecnologia de inteligência artificial, foram conectadas ao software Digifort, dessa forma foi possível fazer as leituras de placas e o reconhecimento facial com as imagens aéreas”, disse Guilherme Gimenez Prado, CEO da AeroGuard.

Já os policiais que realizaram o patrulhamento em terra, foram equipados com tablets e smartphones para acesso ao PMSC Mobile (aplicativo para gerenciamento de ocorrências) e câmeras acopladas aos coletes, registrando em áudio e vídeo a relação do policial com o cidadão.

Segurança preventiva

Para o Coronel Julio Cesar Pozo da Fonseca, diretor de Tecnologia e Informação da Polícia Militar de Santa Catarina, a intenção ao implantar um sistema robusto de segurança no evento é para dissuadir qualquer intenção do indivíduo de cometer um ato ilícito. “Utilizamos tecnologias que são tendências do mercado de segurança eletrônica e que vem ao encontro da potencialização da nossa capacidade de policiamento. Essas soluções fazem com que a nossa atividade seja muito mais eficiente, uma vez que nos permite reconhecer com clareza e previamente os indícios de uma anormalidade, seja pessoa ou veículo”, explicou o coronel. “Criamos uma cerca para que o mínimo possível de pessoas com intenção de cometer um ato criminoso ou que venham de alguma forma criar algum tipo de consternação dentro do evento não se sintam tranquilas para fazer isso”, completou.

Integração e parceria público privado

A Digifort forneceu à Polícia Militar de Santa Catarina todas as licenças necessárias para a utilização do software de monitoramento das câmeras, LPR, reconhecimento facial e drones, tudo unificado em uma única ferramenta para colaborar com a segurança do evento.

“Nosso objetivo foi trazer para o evento e para a cidade de Blumenau uma maior segurança através de tecnologias de ponta. Com os recursos de segurança eletrônica que aplicamos, conseguimos fazer com que diferentes tecnologias se integrassem e, dessa forma, alcançar a redução no índice de criminalidade no evento”, falou Carlos Eduardo Bonilha, CEO Digifort. “Acredito que nós empresários precisamos fazer a nossa parte e contribuir com o governo, que não tem recursos suficientes para fazer o que todos nós fizemos nesse grande evento”, finalizou Bonilha.

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