Segurança de alta precisão por trás da maior usina solar flutuante do Brasil

Sistema perimetral combina detecção por radar, câmeras, análise de IA e dissuasão sonora para mitigar riscos e assegurar o fornecimento de energia a 60 mil famílias


A Usina Solar Flutuante Araucária, um complexo de 10,5 mil painéis fotovoltaicos que se estende pela Represa Billings, em São Paulo, é um marco duplo para o setor elétrico brasileiro. Além de ser a maior do país em operação, com 7 MWp de potência, capaz de abastecer 60 mil residências, a planta é um laboratório de soluções para um dos maiores desafios desse segmento: como proteger ativos de alto valor, instalados em locais remotos e de acesso complexo, contra ameaças que vêm tanto da água quanto da terra.

O empreendimento, desenvolvido pela EMAE em parceria com a KWP Energia, demandou um sistema de segurança perimetral que fosse tão inovador quanto a própria usina. Para assumir esse desafio, a Aeon Security, empresa especializada em soluções para proteção de infraestruturas críticas, foi contratada para projetar e implementar o sistema de segurança da UFF Araucária, que precisou superar obstáculos como a movimentação das plataformas flutuantes, a umidade excessiva, a vastidão do espelho d’água e a necessidade de diferenciar, com exatidão, uma ameaça real de um falso alarme, como aves ou ondulações na água.

“A segurança da usina flutuante precisava cobrir invasores que viessem de barco e também da infraestrutura de solo. Nos deparamos com a solução da Aeon, que trazia sistemas de CFTV e radar com inteligência artificial, capaz de identificar e separar o que seria um invasor do que seria um pássaro”, afirmou Anderson Jucá, diretor de operações da KWP Energia.

O coração do sistema é a integração de tecnologias de três fabricantes, orquestradas pela arquitetura da Aeon. A primeira camada de detecção é feita pelo radar Magos SR-1000, fornecido pela Ôguen. Seu alto alcance permite varrer mais de 500 mil metros quadrados com um único sensor.

“Ele tem a capacidade de trabalhar 24 horas em qualquer condição de luz e clima, inclusive com neblina. A grande vantagem é alertar sobre tentativas de invasão ainda longe do perímetro, o que evita elementos surpresa”, explicou Hen Harel, CEO da Ôguen.

Ao detectar um alvo – seja pessoa, veículo ou embarcação –, o radar envia as coordenadas para uma câmera PTZ de longo alcance da Axis Communications. O modelo escolhido possui grau de proteção IP66/IP68 (à prova de água e poeira) e até um limpador de para-brisas integrado para garantir a claridade da imagem em ambientes inóspitos.

A cena capturada pela câmera é então analisada em tempo real pelo software de inteligência artificial Mass-AI, da Magos. É esta etapa que confere precisão ao sistema: a IA classifica o alvo, descartando automaticamente eventos irrelevantes, como a passagem de animais ou o balanço da água. Somente após essa validação, um alarme é gerado, garantindo que o disparo ocorra apenas diante de situações reais de risco.

A dissuasão sonora é acionada simultaneamente por cornetas IP, também da Axis, que emitem alertas sonoros de até 120 dB ao vivo. “É um áudio bastante potente, que faz uma dissuasão importante naquele momento, impedindo a invasão do ambiente”, falou Sergio Fukushima, Gerente de Desenvolvimento de Negócios da Axis.

A eficácia do sistema já foi comprovada em campo. Anderson Jucá relatou um episódio em que um barco de pescador se aproximou indevidamente da usina. “O radar operou assertivamente, direcionando a câmera PTZ e acionando a corneta com uma mensagem de afugentamento. Vimos em tempo real a atuação preventiva, essencial por se tratar de uma área com tensão elétrica”, explicou.

Além da proteção física, a solução trouxe um benefício operacional tangível: a facilitação na contratação do seguro para a operação da usina, um processo que costuma ser complexo para empreendimentos novos e de alto risco.

Para Hugo de Castro, Diretor Técnico da Aeon Security, o diferencial foi a personalização. “Cada usina possui suas particularidades. Na Araucária, consideramos fatores como a movimentação das plataformas, a influência da umidade e a logística de manutenção. Desenvolvemos uma arquitetura completamente personalizada para o máximo desempenho com o menor impacto operacional”, afirmou.

A experiência da Aeon em projetos solares de grande escala foi determinante para o sucesso da implementação. A empresa já atua em diversas usinas fotovoltaicas pelo país, especialmente no segmento de geração distribuída, onde a proteção eficiente e o baixo custo operacional são elementos chave.

Protegendo o futuro da energia solar flutuante

Com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) projetando um potencial de mais de 1,5 GW em usinas flutuantes até 2028, casos como o da UFF Araucária tornam-se uma referência crítica. Para que esse crescimento ocorra de forma segura e sustentável, será fundamental contar com soluções de segurança que acompanhem o nível de inovação e complexidade dos novos empreendimentos.

Neste cenário, a Aeon Security reforça seu compromisso com a proteção de infraestruturas críticas e se posiciona como referência nacional em segurança inteligente e avançada para o setor solar, especialmente em projetos de alta complexidade, como as usinas flutuante.

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