Se a segurança privada é essencial para as corporações, por que ainda trabalhamos sem mapear riscos?
Por Antonio de Barros Mello Neves
Nessa última semana estive conversando com alguns colegas do Setor de Segurança Privada a respeito da aplicação e importância da Análise de Riscos e Planos de Segurança nas corporações. Foi unânime que as duas ferramentas DEVEM ser aplicadas na estratégia da Gestão de Segurança Corporativa, entretanto, infelizmente devido a alguns fatores, na prática, não são aplicadas e/ou atualizadas periodicamente como deveriam.
Mais indignante ainda, foi identificar que poucas empresas fazem a gestão de incidentes e/ou ocorrências de forma estrutural, ou seja, o habitual é juntar as informações em e-mails, planilhas, ou até mesmo em anotações com a própria equipe de segurança e havendo trocas de pessoas, perde-se o histórico.
Diante a esse cenário, como pode se estabelecer qualquer nível de gestão se não há históricos, não há análises de riscos, não há planos de segurança e tão pouco contingenciamento para a continuidade do negócio?
Para alguns profissionais o contexto acima pode até parecer fábula, mas infelizmente, em locais em que o time de segurança é conduzido por pessoas despreparadas, essa é a realidade.
Em outras situações, ainda que tenham especialistas em segurança na gestão da área, o planejamento é prejudicado pela falta de estrutura e alta demanda operacional e, assim, vai se conduzindo o setor de segurança como se fosse laboratório de experimentos, acreditando na tentativa, apostando no acerto e tirando a média dos erros, para justificar aumentar ou diminuir as medidas de proteção.
Vamos clarificar que somente através da ANÁLISE DE RISCOS é que serão mapeadas as ameaças e capturadas as fortalezas que irá compor o PLANO DE SEGURANÇA. Esse é o documento formal para discussão do Plano Orçamentário e de Investimentos do setor de Segurança Corporativa.
A dúvida que se apresenta pela ausência da aplicação de tais ferramentas é: “Como alcançar atenção da alta administração para obtenção de concorridos recursos, se a área não se posiciona com a mesma linguagem e profissionalismo dos outros setores?”
Muito avançamos nos últimos anos com a profissionalização do nosso setor, mas fato é, que ano após ano a área tem demonstrado decréscimo tanto em posições de trabalho como em faturamento em algumas atividades.
Temos afirmado que o Setor de Segurança Corporativa está diretamente ligado à continuidade dos negócios e que por mais que nossa área não gere lucros, resta evidente clareza que EVITAMOS O PREJUIZO e por essa razão, a segurança deve ser tratada como ciência!
Ciência da proteção de vidas, da prevenção de perdas, do cuidado com bens, patrimônios e reputação.
SEGURANÇA É DEVER DE TODOS NÓS!!!
Antonio de Barros Mello Neves, Sr Country Security Manager na HEINEKEN Brasil, Vice Presidente ASIS International Chapter SP BR, Diretor da ABSEG (Associação Brasileira de Profissionais de Segurança), membro OSAC, apresentador do Programa Tacada de Mestre do CT Segurança.
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