Relatório do Senado dos EUA revela falhas de segurança na invasão do Capitólio

Uma investigação do Senado dos EUA sobre a invasão do Capitólio em janeiro revelou graves erros do Governo e das autoridades de segurança, incluindo falhas dos serviços de informações e falta de treino dos agentes no local.

O relatório do Senado, divulgado esta terça-feira, faz um retrato pormenorizado dos acontecimentos à volta da invasão do Capitólio, a 6 de janeiro, por parte de milhares de apoiantes do ex-Presidente Donald Trump, que tentavam travar a validação da contagem de votos das eleições presidenciais que deram a vitória ao democrata Joe Biden.

O documento inclui pormenores sobre as causas de ferimentos em polícias que procuraram travar a multidão e recomenda mudanças imediatas no sistema de segurança da sede do Congresso dos EUA, nomeadamente fornecendo mais autoridade à polícia do Capitólio.

O relatório não investiga as raízes do ataque, incluindo o papel de Trump no apelo aos seus apoiantes para “lutarem com tudo” para anular a derrota nas eleições, lançando acusações não fundamentadas de fraude eleitoral.

O texto também nunca se refere à invasão do Capitólio como uma insurreição, contrariando a terminologia usada pelo Congresso no processo de destituição que levou Trump a um julgamento no Senado, do qual foi absolvido.

“Este relatório é importante na medida em que nos permite fazer algumas melhorias imediatas na situação de segurança aqui no Capitólio”, disse o senador Gary Peters, presidente do Comité de Segurança Interna e Assuntos Governamentais, que conduziu a investigação.

Em maio, a Câmara de Representantes aprovou legislação para criar uma comissão que seguiria o modelo do painel que investigou o ataque terrorista de 11 de setembro de 2001, mas o Senado não reuniu os 60 votos necessários para a sua aprovação, pelo que este relatório teve um figurino mais simples, embora igualmente bipartidário.

O relatório divulgado esta terça-feira relata como a chegada de militares da Guarda Nacional foi atrasada por algumas horas, em 06 de janeiro, por causa de problemas burocráticos.

Os relatores revelam que o Pentágono demorou muito tempo a planear uma missão de proteção do Capitólio, tornando a ação dos militares tardia e pouco eficaz.

Os senadores criticam fortemente o Conselho de Polícia do Capitólio, um painel de três membros que inclui os chefes de segurança da Câmara de Representantes e do Senado, recomendando que os seus elementos passem a “rever regularmente as políticas e procedimentos de segurança”.

Dois dos três membros desse conselho, os sargentos de armas da Câmara e do Senado, foram expulsos dias após o ataque.

O relatório recomenda ainda a criação de uma unidade de informações consolidada dentro da Polícia do Capitólio, depois de detetar falhas generalizadas de várias agências que não previram o ataque, apesar de ele ter sido planeado publicamente nas redes sociais.

Os senadores também criticam o FBI e o Departamento de Segurança Interna por minimizarem as ameaças que circulavam nessas redes sociais.

Em resposta ao relatório, a Polícia do Capitólio reconheceu a necessidade de melhorias, algumas das quais disse já estarem a ser desenvolvidas.

Durante o ataque, diz o relatório, a ação da Polícia do Capitólio ficou fortemente comprometida por várias falhas: má informação, planeamento deficiente, equipamento defeituoso e falta de liderança.

“Fiquei horrorizado porque nenhum subchefe ou superior estava nas comunicações de rádio”, disse um oficial ao comité do Senado, num comunicado anónimo.

A chefe da Polícia do Capitólio em exercício, Yogananda Pittman, disse aos senadores que a falta de comunicação resultou de os comandantes em serviço estarem ocupados a tentar travar os manifestantes, em vez de coordenarem as operações por rádio.

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