Professor deixava alunos nus e os fotografava em escola de elite de São Paulo; evento sobre segurança nas escolas acontece em agosto
Na noite de 11 de junho deste ano, a Polícia Militar de São Paulo atendeu a um chamado sobre uma briga entre vizinhos no Condomínio Doce Lar, em Hortolândia. No local, os policiais encontraram o professor Carlos Veiga Filho, de 61 anos. Ao verificarem sua identidade, descobriram que Veiga era procurado pela Justiça desde abril por suspeita de estupro de vulnerável e produção de pornografia infantil.
Reportagem assinada pela jornalista Gabriela Sá Pessoa, da revista piauí, publicada neste domingo (4), intitulada “Estava na nossa cara. Como não notamos?”, mostra como a prisão de um professor sob suspeita de pedofilia desencadeia lembranças de ex-alunos sobre um “clube secreto” em atividades do Colégio Rio Branco, de São Paulo.
Veiga Filho, professor de história, sociologia e teatro, havia desaparecido de Serra Negra após vender sua casa em outubro. Em abril, ele foi denunciado por abusos cometidos contra alunos menores de 14 anos do Colégio Libere Vivere, onde lecionava desde 2005. O promotor Gustavo Pozzebon relatou que ele utilizava as aulas de teatro para convencer os alunos a ficarem nus sob pretexto de medir a “energia vital” e então fotografava os adolescentes.
Investigação e Repercussão
Ex-alunos do Colégio Rio Branco, onde Veiga atuou entre 1990 e 2003, relataram experiências semelhantes, descrevendo um ritual secreto em que eram fotografados nus. A prisão do professor gerou comoção em Serra Negra e Hortolândia, com relatos de abuso sendo compartilhados em redes sociais e aplicativos de mensagens.
A matéria da piauí conta que João Domingos, 44, que atualmente mora em Londres, não pensava em Veiga há anos até receber uma mensagem da irmã com um vídeo que circulava entre grupos de WhatsApp de antigos colegas de escola. O vídeo era um trecho do programa Brasil Urgente, da Band, com a manchete: “PROFESSOR PRESO POR ABUSOS”. A repórter narrava: “Dava aulas de história, sociologia e teatro”.
Domingos inicialmente teve dificuldade para entender de quem se tratava. “Meu cérebro não absorveu nada”, relatou ele. “E aí veio a foto dele.” A imagem trouxe à tona memórias de 1994, quando ele tinha 14 anos e estava no primeiro ano do Ensino Médio no Colégio Rio Branco, na Unidade da Granja Vianna.
Nas fotos, João aparece menor do que o resto da turma com quem dividiu um chalé em um hotel fazenda. A viagem, sob a responsabilidade de Veiga, era um fim de semana de recreação, e João estava especialmente feliz, pois era sua primeira viagem como parte da monitoria do Rio Branco.
A prisão de Veiga está sendo acompanhada de perto pelas autoridades e ex-alunos, enquanto as investigações continuam a revelar a extensão das acusações contra ele.
O Colégio Rio Branco afirmou desconhecer as denúncias de batismo e abuso durante a monitoria, programa extracurricular criado na década de 1990. A escola e a Fundação de Rotarianos de São Paulo, sua mantenedora, reforçaram seu compromisso com a integridade e segurança dos alunos. O Colégio Libere Vivere, após denúncias recentes, demitiu Veiga e informou as autoridades.
Carlos Veiga Filho, que está preso preventivamente em Sorocaba, nega todas as acusações. Sua defesa alega que ele apenas prestou assistência aos alunos e que é inocente. O pedido de habeas corpus será julgado pelo Tribunal de Justiça, e uma audiência com o professor e testemunhas está marcada para 20 de agosto.
E no dia 14 de agosto, será realizado em São Paulo, o evento sobre Soluções de Segurança para Escolas, com a participação de mais de dezenas empresas de segurança. Se você quiser saber como tornar as escolas mais seguras, participe do evento. A inscrição é gratuita e pode ser feita através do site: www.revistasegurancaeletronica.com.br/escola
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