Precisamos pensar na segurança escolar por diversas camadas

Por Marco Antônio Barbosa

Crimes contra alunos dentro das escolas cresceram muito neste primeiro trimestre do ano e nós acompanhamos os casos com muita dor. Crianças indefesas, em seu momento de aprendizado e diversão, são atacadas brutalmente por uma violência que se expande e deixa a nossa sociedade alarmada.

Professores, que exercem a mais nobre e difícil das profissões, se veem com mais uma tarefa a desempenhar: a de segurança. As redes sociais estão inundadas de novas ameaças que, por mais fake news que possam parecer, deixam a todos assustados, sem saber como defender os filhos.

Como lidar com uma situação complexa como esta, afim de coibir e antever novos casos?

Precisamos pensar na segurança escolar por diversas camadas. A primeira de todas é remediar. É necessário reforçar os sistemas de gestão de acesso a estes espaços, por mais prisional que isso possa soar. Cercas elétricas, câmeras, catracas com reconhecimento facial, portões automáticos com gestão à distância, são algumas das tecnologias disponíveis. É a medida mais eficaz para impedir essa crescente onda de violência.

Dificultar a entrada pode, em primeiro momento, parecer transformar o ambiente. Entretanto, esse controle de acesso ajuda a manter a paz interna necessária para o desenvolvimento de nossas crianças e do trabalho dos professores.

O segundo ponto é antever esses crimes. As escolas e os pais, juntamente com os governantes e polícias, precisam de um canal de diálogo rápido para lidar com ameaças vindas das redes sociais. Esse tipo de ação violenta, na maioria dos casos, é praticada por alunos ou ex-alunos que sofreram com bullyings ou traumas dentro do colégio. Os rastros desses transtornos são deixados em comportamentos com colegas ou em casa, e também chegam às plataformas digitais, por meio de posts e mensagens. Essas pistas precisam ser rastreadas e tratadas na hora, seja com ajuda psicológica ou com a lei.

É importante não “espetacularizarmos” crimes como estes. Compartilhar fotos e notícias podem gerar mais violência. Precisamos tratar de suas raízes com o rigor necessário para que não se torne uma epidemia, que gere mais medo. Um ciclo que só prejudica a nossa já tão sofrida educação.

Em uma terceira camada é preciso discutir políticas públicas e também de ensino para que a violência seja menos incentivada no ambiente escolar. Esse é um trabalho de longo prazo, que passa pelo entendimento de como cuidar das nossas crianças para que não sejam adolescentes ou adultos violentos no futuro.

É um problema que já existe em outros países do mundo, como o Estados Unidos, e que não possui uma resolução simples. É preciso estratégia de segurança de curto, médio e longo prazo para que as escolas voltem a ser um local de aprendizado e não de medo.

Marco Antônio Barbosa é especialista em segurança e diretor da CAME do Brasil. Possui mestrado em administração de empresas, MBA em finanças e diversas pós-graduações nas áreas de marketing e negócios.

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