Por que o setor de tecnologia para segurança se mantém aquecido?

Os altos índices de criminalidade e assaltos a residências, empresas e condomínios no Brasil têm mantido o setor de tecnologia de segurança e monitoramento aquecido. A busca é de inovações como portaria remota, controles de acesso eletrônicos e biométricos, aplicativos, central de monitoramento a distância, entre outros.

O mercado está otimista. Em 2018, foi registrado pela Associação Brasileira de Sistemas Eletrônicos de Segurança (ABESE) — que reúne fabricantes, distribuidores e prestadores de serviços de segurança eletrônica — que o setor cresceu 8% e viu seu faturamento superar os R$ 6 bilhões. Neste ano, os negócios continuam num ritmo bom, e para o fim do ano, certamente estes números serão maiores.

Para se ter uma ideia, a portaria remota tem crescido no Brasil cerca de 150% ao ano, também de acordo com a ABESE, fato que contribui para o potencial dessa tecnologia ser cada vez mais utilizada e desenvolvida no país. Muitos síndicos — insatisfeitos com as portarias e equipamentos tradicionais que não foram suficientes para inibir assaltos — pesquisam sobre o assunto e buscas tecnológicas que acabem com a fragilidade da segurança. A opção mais procurada tem sido a portaria remota, por seus inúmeros benefícios para o condomínio —que vão além dos financeiros. A visão de quem adquire essa modernidade é de que o barato pode sair muito caro!

O serviço de portaria e sistemas de vigilância se modernizaram, e ter muitas câmeras e listas imensas com nomes cadastrados não são mais medidas suficientes quando há apenas um porteiro responsável por todas as demandas do local. Nesse caso, uma central de monitoramento focada exclusivamente nessa função é a garantia de que há mais atenção no espaço como um todo e não em um ambiente por vez.

Com isso, o porteiro convencional agora sai de cena para estar em uma central muito bem equipada e com vigilância 24 horas, já que a portaria remota é a automação e a gestão dos processos e acessos do condomínio remotamente, controlando todo o ambiente. Para a implantação, é feita uma análise do que o condomínio tem, do que ele necessita e de onde precisa se adaptar.

Mas é necessário cuidado para não confundir os serviços, pois portaria remota é diferente do sistema conhecido como portaria eletrônica ou virtual, em que os acessos ao condomínio são feitos por um interfone externo, com o número do apartamento ou casa que o visitante disca e é autorizado pelo morador a entrar. Esse outro modelo fragiliza a segurança, pois o morador não é especializado no assunto, além de correr o risco de uma criança atender e liberar a entrada de estranhos.

Muitos dos assaltos a condomínios acontecem com a entrada de bandidos disfarçados de moradores, prestadores de serviços ou visitantes. Por isso é fundamental redobrar os cuidados, visto que os visitantes, em sua maioria, são desconhecidos. É por esse motivo que o uso desse sistema operacional de portaria remota eleva a segurança dos moradores. O nível de segurança é aumentado quando o usuário usa esse programa porque o próprio morador faz as inserções e inclusões das solicitações no sistema.

Já com o uso da biometria, cerca de 95% dos acessos aos condomínios são realizados eletronicamente, o que diminui em 22 vezes a probabilidade de a portaria ser enganada por alguém mal-intencionado. É o mesmo sistema que funciona nos bancos quando, para fazer alguma transação ou saque, é necessária sua biometria, ou seja, somente você pode realizar o procedimento. Não é à toa que os bancos passaram a utilizar essa tecnologia, que minimiza os riscos de erros humanos.

Quando opta pela portaria remota, síndicos, moradores e funcionários envolvidos no prédio devem passar por um treinamento; na primeira semana da implantação da nova tecnologia, é possível contar com um técnico responsável, sendo feito, logo no primeiro dia, o cadastramento da biometria e foto de cada um dos moradores. Nesse primeiro encontro, já é passado como funciona o sistema, manual e guia.

Toda essa tecnologia também acaba provocando uma redução dos custos com questões de segurança, pois o sistema integrado, alarmes, câmeras e outros dispositivos permitem que quaisquer ocorrências de problemas em equipamentos sejam resolvidas rapidamente, sem a necessidade de contratar empresas terceirizadas, além, é claro, da manutenção mais em conta por estarem dentro de um mesmo plano de contrato. Mesmo assim, é preciso entender que a portaria remota tem um custo inicial mais alto que outros modelos de portaria, porém com mais eficiência em segurança, e a redução de custos chega a médio prazo. É um investimento em preventiva de uma forma eficiente.

Claro que no começo de qualquer processo é mais complicado, pois você sai da zona de conforto e tem que se adaptar, mas tudo para garantir os benefícios. Enfim, é necessário conhecer e saber usar as tecnologias a nosso favor, minimizando falhas e sempre pensando na segurança em primeiro lugar.

Walter Uvo, especialista em tecnologia de condomínios da MinhaPortaria.com.

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