O que o incidente no Palácio da Alvorada nos ensina sobre sistemas de segurança
No dia 28 de junho um fato colocou em xeque a segurança das autoridades políticas do Brasil. Por volta das 19h, um veículo se aproximou do portão principal do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, em Brasília. No momento em que um guarda da presidência iria realizar o processo de identificação, o veículo avançou contra o portão, derrubando-o e seguindo rumo ao palácio. Um guarda da presidência, que é soldado do exército, chegou a efetuar ao menos seis disparos de escopeta contra o veículo, que ainda percorreu cerca de 630 metros e parou somente rampa da garagem privativa do palácio.
O motorista acelerou e ultrapassou a grade que dá acesso ao palácio após receber orientação para reduzir a velocidade e se identificar
Foram realizados disparos de arma de fogo de advertência e, em seguida, contra o veículo que parou na área interna do Palácio
O condutor desceu do veículo e adentrou no palácio e só foi detido no terceiro andar, e para surpresa dos guardas que o detiveram, era um adolescente de quinze anos com problemas psicológicos que pegou o carro escondido dos pais.
O invasor era um adolescente de 15 anos com problemas psicológicos
O presidente Michel Temer não mora no palácio, pois quando assumiu a presidência, decidiu continuar morando no Palácio do Jaburú, residência oficial da vice-presidência, mas ele utiliza o Palácio da Alvorada para reuniões e jantares de trabalho.
Este fato nos traz a tona à correta utilização dos sistemas e processos de segurança. O Palácio da Alvorada possui nos seus acessos, 24 Pilares Retráteis de Aço (Bollards) fornecidos pela FAAC (proprietária da Rossi Portões), que foram instalados em 2013. O modelo instalado no palácio é o J275HA-800mm para uso contínuo e tem a capacidade de parar um veículo de passeio a 70Km/h. Na ocasião os pilares estavam abaixados, pois só são erguidos diariamente as 22h. A FAAC recomenda que os seus pilares sejam mantidos erguidos e só sejam abaixados durante a passagem de veículos.
Bollards da FAAC utilizados no palácio
O professor Newton de Oliveira, especialista em segurança da Universidade Mackenzie, ressaltou ser imprescindível melhorar o esquema de segurança na região. “As barreiras automáticas devem estar em todo o percurso, com a possibilidade de serem acionadas a qualquer momento”, frisou.
Após o incidente, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) reforçou a segurança no local e agora mantem os pilares erguidos.
Por Francisco Mário Alves de Souza, Coordenador de Treinamentos Rossi
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