Monitoramento inteligente pode ajudar a segurança pública
A segurança pública é um assunto delicado nos dias de hoje no Brasil. O tema foi um dos principais debatidos pelos políticos durante a campanha de 2018. Com promessas de dias melhores, o brasileiro volta às ruas ainda cautelosamente. Será que isso tem jeito?
O Rio de Janeiro é um dos estados brasileiros que mais sofrem com a violência. Para se ter uma ideia, mesmo com a intervenção federal – de março a dezembro de 2018, a capital fluminense sofreu com a falta de segurança. Apesar do número de homicídios ter diminuído nesse período, a quantidade de pessoas mortas ainda assusta – 3.686 assassinatos contra 3.919 do mesmo período de 2017. O número de pessoas mortas em operações policiais subiu 38% (1.185). Se somarmos estes dois balanços, o número de mortes violentas aumentou 2%. O número de policiais mortos em operação diminuiu de 134 em 2017, para 94 em 2018. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro e foram divulgados após o encerramento da intervenção, em dezembro de 2018.
Como resolver este grave problema? A solução pode estar na qualificação dos sistemas de vigilância em toda cidade. Vamos utilizar como exemplo a cidade de Petrópolis, no interior do Rio de Janeiro. O segundo maior município do Estado também é considerado o mais seguro do território fluminense. Em pesquisa feita pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em meados de 2018, a cidade apareceu na frente dos outros municípios no quesito segurança e ainda ficou na 28ª posição em um ranking com várias cidades brasileiras.
Uma das medidas implantadas pelo município é o monitoramento por câmeras. Com 56 câmeras espalhadas em 46 localidades da cidade, com capacidade de acompanhar uma imagem em até 1km de distância, o Centro Integrado de Operações de Petrópolis (Ciop) é modelo para os outros municípios, com resultados consideráveis. É o uso da tecnologia aliada à inteligência operacional. A base é comandada pela Guarda Municipal e já evitou vários crimes como, assaltos a residências, furtos, roubo de carga e até tráfico de drogas. A base foi inaugurada em maio de 2018.
Monitoramento inteligente no Carnaval
A ideia de utilizar sistemas de vigilância no combate à violência vem sendo estudada pelo governo carioca. Neste Carnaval, principal evento do Estado, o governo estadual pretende utilizar câmeras inteligentes, que reconhecem as pessoas por identificação facial. Os veículos também poderão ser identificados com muito mais agilidade, o que traz mais tranquilidade para o cidadão que deseja aproveitar a festa com os amigos.
Este novo sistema é bem visto por especialistas da segurança pública, mas já causou polêmica com a população pela invasão de privacidade. O medo do cidadão é ter suas informações vazadas, podendo causar transtornos ainda maiores.
A polícia garante que este sistema de vigilância inteligente servirá para identificar procurados e carros roubados, e ainda coibir crimes no meio da multidão. Já foi informado que apenas o Estado do Rio de Janeiro terá acesso a estas informações.
Este sistema já é bem usado nos países do Oriente e vem solucionando casos com mais rapidez e eficiência. Na China, por exemplo, um procurado pela polícia foi identificado no meio de uma multidão de 50.000 pessoas, durante um show no estádio de Nangchang, capital da Província de Jiangxi, em abril do ano passado.
Sistemas de vigilância já são realidade em São Paulo
Não é necessário ir até o Oriente para conhecer a eficiência do monitoramento inteligente. No estado mais rico do Brasil esse sistema de vigilância já é utilizado em alguns municípios. O Detecta, nome do sistema adotado pelos paulistas, tem ajudado no combate à violência de maneira efetiva. Trata-se de um software que realiza um monitoramento ao vivo e transmite um sinal para as viaturas que estiverem próximas da localidade da ocorrência. Isso é possível porque o sistema está integrado às câmeras de monitoramento espalhadas pela cidade.
Esta tecnologia permite também checar informações pessoais, verificar placas de veículos e identificar suspeitos e foragidos. Hoje, a intenção do governo do estado é espalhar essa tecnologia para cada vez mais municípios. Uma ideia que avança nas tratativas da Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo é a implementação de radares nas estradas estaduais que sejam integrados ao Detecta, dando mais amplitude para o sistema.
Os sistemas de vigilância precisam ser utilizados como uma ferramenta em conjunto com outras ações de inteligência. A segurança pública é hoje a principal questão a ser resolvida pela cidade do Rio de Janeiro. Junto com o monitoramento inteligente, é possível colocar em prática ações prometidas, como o trabalho conjunto das polícias militar, civil e federal, capacitação e aumento da força policial nas ruas e melhor controle das armas de fogo espalhadas pela cidade. Medidas como essas são investimentos que vão impactar positivamente o turismo e a economia da cidade maravilhosa.
Fonte: Diario do Rio
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