Mobile e Internet das Coisas são tendências para Segurança na América Latina, segundo CEO da CAME

Enxergar segurança e tecnologia integrada como prevenção é uma nova cultura em desenvolvimento no Brasil e em outros países latinos. Na Europa, esses dispositivos já estão inseridos na vida das pessoas como essenciais para o conforto e segurança preventiva, não como gasto extra ou custo.

É essa a nova visão do Grupo CAME – multinacional italiana com 60 anos de experiência no segmento de dispositivos de controle de acesso, segurança patrimonial e automação. O desafio por aqui será criar atrativos para que a segurança deixe de ser algo posterior ao fato e tenha caráter preventivo, permitindo que os investimentos em segurança deixem de ser realizados após uma invasão, furto ou outro ato violento, e passe se tornar parte do “modo de viver” das pessoas.

Em recente visita ao Brasil, o CEO global da marca, o italiano Andrea Menuzzo, falou sobre a atuação da empresa no país, a expansão para a América Latina e as tendências para o mercado de segurança.

“Hoje, por exemplo, se toca um alarme de sua casa, você ou a empresa de segurança precisam ir até o local fazer uma verificação. A tendência é que, com os nossos sistemas de monitoramento com sensores, câmeras e automação, integrados ao mobile, você possa checar a situação remotamente e só acionar a empresa de segurança ou a polícia se realmente houver a necessidade”, explicou o porta-voz global.

As soluções interligadas pela Internet das Coisas, conectadas a ações possíveis de serem controladas via celular (mobile technologies), já começam a fazer parte da vida cotidiana das pessoas. “Atualmente é possível saber o que não está funcionando em cada equipamento ou parte do sistema. E você recebe uma mensagem precisa sobre o que está ocorrendo e de forma automática. A tecnologia vai ajudar no bem estar dos usuários, cada vez mais, por meio da internet das coisas (IoT) e do mobile, de forma integrada”, afirmou Menuzzo.

CAME Brasil
Apesar da instabilidade político-econômica pela qual passa o Brasil, o Grupo CAME acredita no potencial de mercado do país. Segundo o CEO da marca, o mercado brasileiro ainda tem muito a ser explorado e a empresa tem focado nisso: “Nosso objetivo é oferecer o que o mercado necessita, mas também, prevermos quando o mercado poderá dar um salto. Por isso buscamos sempre trazer valor ao nosso negócio”, completou.

Ele ressaltou que o foco da empresa é disponibilizar soluções completas customizadas às necessidades dos clientes, sempre pautados pelo desenvolvimento de tecnologias de acesso à distância. Segundo ele, a CAME Brasil está levando os colaboradores para serem treinados na Itália, a fim de que a tecnologia e o atendimento caminhem juntos. “O serviço e o produto tem que estar integrados e em pé de igualdade na qualidade. O nosso vendedor é um profissional que compreende o cliente e o que a CAME pode oferecer e, no final, uma equipe técnica com engenheiros faz o desenho do sistema a ser instalado”.

Segundo o diretor da CAME Brasil, Marco Antônio Barbosa, atualmente a marca comercializa cerca de 25 produtos no país, com crescimento de dois dígitos, na contramão da crise. “Nos últimos três anos, crescemos em média cerca de 30% e esperamos manter esse índice, mesmo com as dificuldades econômicas do Brasil e considerando a inclusão da exportação para América Latina. Apesar da crise, segurança é uma questão prioritária e estar presente nesses momentos contribui na percepção da marca”.

Barbosa também explica que o aumento da demanda por dispositivos de segurança no Brasil e em outros países sul-americanos, garante um excelente ambiente mercadológico: “Assim como no Brasil, países latinos também passam por um aumento na procura por dispositivos de segurança, em combate a violência crescente. E isso abre campo para a CAME ampliar seus negócios numa região de grande relevância para o mundo”.

América Latina
Segundo Andrea Menuzzo, atualmente a CAME é líder na Itália e também vende muito bem no Reino Unido, França e na Europa como um todo – que é hoje o principal mercado para a empresa. Também são líderes de mercado na Rússia e no Oriente Médio. O foco global da empresa que, em 2016 faturou €255 milhões é nos próximos três anos consolidar o perfil de uma marca que busca cada vez mais entregar soluções completas. Para acelerar esse processo, a meta é tornarem-se líderes do mercado de segurança e sistemas de controle de acesso de estacionamentos nas ruas e fora delas.

Hoje, os produtos mais vendidos no mercado global pela CAME são as cancelas eletrônicas que, junto com motores para portões, representam cerca de 25% do faturamento da empresa. Outro foco de aumento de vendas para os próximos três anos são os Sistemas com Vídeo que devem ter as vendas incrementadas em 15%, como meta. A empresa investe anualmente 5% do seu faturamento em Pesquisa & Desenvolvimento de novos produtos e sistemas.

Menuzzo explica que a expansão dos negócios para a América Latina tem o objetivo de quebrar paradigmas quanto ao que se entende por segurança e pontua quais serão os países estratégicos para a CAME: “Ainda há uma barreira cultural do consumidor e das empresas na América Latina de investir nesse tipo de tecnologia, conforto e segurança integrados. Vamos centrar num trabalho de geração de negócios na região, claro, com grande foco no Brasil, expandindo daqui para países vizinhos, começando pelo Chile e Peru, mas também para a Argentina, Uruguai, Colômbia e Bolívia”, pontuou.

De acordo com o CEO, a CAME tem investido na América Latina para trazer seu negócio à região, especialmente com escritórios locais, centros de distribuição e fábricas para ampliar sua atuação. “Nossa intenção é crescer muito na América do Sul sempre nos posicionando como uma empresa global, com tecnologia desenvolvida na Itália”.

Segundo Andrea, a logística vai depender do tipo de produto que os clientes destes países irão demandar e que os produtos sempre serão oriundos de onde for mais conveniente para a operação, visando melhor atender o cliente: “Muitas coisas serão enviadas do Brasil e outras virão direto da matriz”.

O futuro dos negócios de segurança
Mais do que se inspirar em concorrentes diretos, a marca italiana se espelha em grandes players como Apple, Samsung e Google, pelo modo que estão inseridos no mercado, como inspiradores de cultura dentro da sociedade.

Diante desse objetivo, o foco da marca é entregar a solução que o cliente necessita em automação e segurança, contrapondo a posição de mera fornecedora de produtos e serviços. “É importante o cliente perceber que comprando a solução completa ele terá um resultado muito melhor, porque nós temos equipamentos que conversam entre si, tem o mesmo software e podemos fazer tudo de forma personalizada para a necessidade dele”. Menuzzo explica que soluções completas evitarão problemas de sincronização ou comunicação – já que muitos clientes utilizam fornecedores distintos.

Com isso, o usuário poderá verificar se há alguém dentro da sua casa ou se foi apenas uma falha do sistema, tudo sem precisar ir até lá. Segundo Andrea, essas falhas acabam custando caro para as empresas e para os usuários, portanto, pensar nestes detalhes beneficiará ambos.

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