Inteligência Artificial muda o conceito de segurança na América Latina

Por Cristian Aquino

O mercado de segurança eletrônica faturou cerca de R$ 6 bilhões no Brasil em 2017. O crescimento do setor anda de mãos dadas com a adesão de novas tecnologias. A inteligência artificial, por exemplo, permite funcionalidades como leitura de placas, identificação de situações de perigo, cruzamento de dados em tempo real, reconhecimento facial e de características físicas.

O uso de sistemas inteligentes é a principal aposta do mercado de segurança na América Latina. Na Expo Seguridad, realizada no México, em abril, as principais inovações apresentadas caminham nesse sentido. Os destaques dentro da feira foram as soluções que permitem a contagem automatizada de pessoas por meio de sistemas de segurança e a análise facial, que consegue diferenciar os rostos e identificá-los em meio a vários outros.

Já na Exposec, que aconteceu em São Paulo, em maio, o cruzamento de dados e a identificação de situações por máquinas foram evidenciados em meio às demais soluções. Esse tipo de automatização contribui para a construção de cidades cada vez mais inteligentes a exemplo da identificação instantânea de situações de perigo, que otimiza o trabalho de agentes da segurança pública e privada.

No lugar de pessoas monitorando diversas imagens capturadas por câmeras distribuídas pela cidade, sistemas inteligentes emitem alertas quando algo fora do comum acontece,  suspeitos são identificados ou quando carros roubados são gravados por equipamentos de segurança. Sendo assim, além de oferecer maior eficiência, a tecnologia ajuda na economia de gastos.

O ponto em comum entre as duas feiras e que reflete o que de mais moderno está sendo construído para o setor na América Latina é que a análise de dados em tempo real é a aposta para diminuir os índices de criminalidade nas cidades. Em um ambiente onde tudo é instantâneo, as tecnologias de identificação — seja de pessoas ou de veículos — precisam acompanhar o ritmo acelerado do transporte e da comunicação. Isso permite traçar rotas mais inteligentes, economizar recursos, e identificar suspeitos diminuindo o tempo em que estes poderiam escapar.

Somado a isso, as empresas estão investindo na interação entre tecnologias, aumentando as possibilidades de segurança. Máquinas que aprendem o comportamento das pessoas (machine learning), cruzamentos de informação (big data), inteligência artificial são só alguns dos recursos que podem ser usados em conjunto para aprimorar as soluções em segurança.

Na Camerite, por exemplo, que desenvolve um software em nuvem de monitoramento de imagens de segurança, além de Cloud, é usado big data, criptografia e inteligência artificial. A combinação permite resultados mais instantâneos, precisos e personalizados.

Pouco a pouco, nas feiras e nas ruas, as tecnologias vão transformando o setor de segurança e contribuindo para que ele transcenda sua função de proteger pessoas e bens, e passe a colaborar com a economia dos governos, a agilidade de processos e para tornar as cidades cada vez mais inteligentes e seguras.

Cristian Aquino é CEO da Camerite.

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