Inteligência Artificial e Segurança na Indústria Moderna
Por Bruno Gouvea
Nas indústrias modernas, a proteção de ativos críticos, como maquinários de alto valor, estoques e informações sensíveis, é uma prioridade incontestável. Tradicionalmente, essa segurança tem sido assegurada por sistemas que combinam câmeras sem inteligência e sensores de movimento. Contudo, são marcados por suas limitações substanciais.
A primeira grande falha dos sistemas tradicionais reside na sua reatividade. Câmeras sem inteligência e sensores de movimento são eficazes para registrar ocorrências, mas não para preveni-las. Eles dependem de uma infraestrutura que não distingue entre eventos rotineiros e atividades suspeitas, resultando em uma alta incidência de falsos alarmes, os quais não só desperdiçam recursos como também desviam a atenção de verdadeiras ameaças, retardando as respostas a incidentes reais.
Além disso, a natureza passiva destes sistemas significa que eles frequentemente só alertam os operadores de segurança após o início de um incidente. Isso é particularmente problemático em contextos industriais onde a rapidez na resposta de intrusões pode significar a diferença entre prejuízos insignificantes e catástrofes operacionais ou financeiras.
A realidade é que as ameaças à segurança industrial são diversificadas e complexas, abrangendo desde o furto de pequenos itens até o roubo de equipamentos e produtos caros, o roubo físico pode resultar em perdas significativas para as empresas; a exposição ou roubo de propriedade intelectual e dados confidenciais pode comprometer a competitividade e a viabilidade comercial de uma indústria; atos de vandalismo ou sabotagem intencional podem danificar equipamentos vitais, causando paralisações prolongadas e dispendiosas; e com a crescente digitalização industrial, os sistemas de segurança que carecem de defesas cibernéticas robustas são vulneráveis a ataques que podem paralisar a produção.
No modelo de segurança vigente, o foco tende a ser mais punitivo e menos preventivo. Isso é evidenciado pelo uso predominante de câmeras que servem principalmente para investigação post-mortem de incidentes, não para sua prevenção. A dependência de tecnologias obsoletas e a falta de integração entre sistemas de monitoramento físico e cibernético apenas exacerbam as vulnerabilidades industriais, tornando as instalações fabris alvos fáceis para criminosos sofisticados e oportunistas.
Dessa forma, é evidente que o paradigma de segurança nas indústrias precisa evoluir. A adoção de tecnologias avançadas, como a inteligência artificial (IA) em sistemas de videomonitoramento, promete transformar esse cenário, oferecendo não só uma fiscalização mais eficaz, mas também proativa e adaptativa. Essa tecnologia emergente tem o potencial para identificar padrões anormais de comportamento, prever possíveis incidentes antes que eles ocorram e proporcionar uma resposta rápida e precisa, minimizando riscos e maximizando a segurança de ativos valiosos.
Enquanto os métodos convencionais de segurança frequentemente deixam lacunas significativas, a inteligência artificial oferece uma abordagem robusta e transformadora, substituindo a reatividade pela proatividade. Para as indústrias modernas, adaptar-se a essa nova era de soluções de segurança não é apenas uma medida de proteção, mas um investimento estratégico que pode definir sua sustentabilidade e sucesso a longo prazo.
Bruno Gouvea é sócio e COO da Monuv, um software de videomonitoramento (VMS) que torna centrais de segurança mais eficientes aplicando inteligência artificial ”as a service”, e possui 20 anos de experiência na indústria de eletroeletrônicos e metalúrgica, ministrou painéis da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e já executou projetos de inovação junto ao SENAI.
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