Foz do Iguaçu ganha o sistema de segurança na fronteira mais moderno do Brasil

A fronteira de Foz do Iguaçu com Ciudad del Este, no Paraguai – a mais movimentada do Brasil, com a circulação diária de 100 mil pessoas e 40 mil veículos – ganhou, no dia 16 de dezembro, um reforço no combate ao contrabando e ao descaminho. O Fronteira Tech, vinculado à Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), do Ministério da Economia, vai permitir usar a tecnologia, como sistemas de câmeras e inteligência artificial, para ajudar no controle alfandegário.

A cerimônia, na Aduana da Receita Federal, na Ponte Internacional da Amizade, contou com a presença do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Ele havia participado, pela manhã, da inauguração do primeiro Centro Integrado de Operações de Fronteira (Ciof) do País. A estrutura de 600 metros quadrados, no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), recebeu investimentos de R$ 2,9 milhões da Itaipu Binacional. Combinados, Ciof e Fronteira Tech farão do controle fronteiriço em Foz do Iguaçu o mais moderno do País e piloto para outras regiões.

“Este é um projeto instalado aqui, mas que beneficia outras regiões do País, porque Foz do Iguaçu é uma caixa de ressonância para todo o Brasil”, resumiu Sérgio Moro, destacando que, além do controle alfandegário, o sistema inteligente ajudará na segurança pública. O ministro parabenizou, ainda, o empenho da Itaipu no desenvolvimento regional. “Itaipu sempre teve um papel relevante na região. Por isso, é importante destacar a visão da empresa na escolha de bons projetos para o entorno”, concluiu.

Também participaram do evento o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Júnior; o presidente da ABDI, Igor Nogueira Calvet; o subsecretário-geral da Receita Federal do Brasil, Décio Rui Pialarissi; o diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna; o diretor-superintendente do PTI, general Eduardo Castanheira Garrido Alves, entre outras autoridades.

Para Ratinho Junior, a cidade viverá uma grande transformação nos próximos anos e é preciso que as novas tecnologias no combate ao crime organizado e no controle aduaneiro acompanhem este crescimento. “Com o investimento de R$ 460 milhões da Itaipu, já está sendo construída a nova ponte com o Paraguai. Além disso, com a Infraero e Itaipu, estamos ampliando a pista do Aeroporto Internacional, podendo receber aviões da Europa e dos Estados Unidos. Nosso objetivo é quadruplicar o número de turistas nos próximos anos”, listou.

Segundo Silva e Luna, é papel da Itaipu estar sempre presente em ações que melhorem a região da Tríplice Fronteira em todas as áreas. “Este projeto, somado ao Ciof e a outras ações que estamos desenvolvendo em conjunto com o governo do Estado do Paraná e o presidente Bolsonaro buscam melhorar a segurança e a qualidade de vida não somente em Foz do Iguaçu, mas em todo o País, pois a importância estratégica desta fronteira transcende a região.”

O diretor da Itaipu também participou, pela manhã, da inauguração do Ciof, quando avaliou sobre a importância de atacar o crime de forma estratégica, fazendo o primeiro combate já na fronteira, para que ele não avance pelo País.

Fronteira Tech

O sistema envolve um conjunto de 70 câmeras de alta definição colocadas na entrada e na saída da Aduana e ao longo da Ponte da Amizade. Elas têm a capacidade de fazer o reconhecimento facial das pessoas que circulam pela fronteira, além de identificar as placas dos veículos. O software de inteligência artificial identifica padrões e gera dados que ajudarão no combate a crimes como contrabando, descaminho e tráfico de drogas e armas.

Esta nova ferramenta vai multiplicar o número de dados aos quais os auditores e analistas da Receita Federal terão acesso. “Hoje fazemos cerca de 10 mil abordagens, sendo 2 mil efetivas. Com o novo sistema, vamos aumentar o número de abordagens efetivas”, explica Décio Rui. De acordo com ele, a sinergia entre Fronteira Tech, Ciof e as instituições envolvidas – entre elas Itaipu e PTI – é fundamental para o bom funcionamento do projeto.

“A ideia não ficar só em Foz do Iguaçu. Vamos fazer da fronteira um projeto-piloto, para amadurecimento e melhorias e, assim, levar para as outras fronteiras do País”, defende Décio. Segundo ele, é preciso estar “um passo a frente” do crime organizado, para que o combate a ele tenha êxito. “Se o crime é organizado, nós temos que ser mais ainda”, conclui.

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