Expandindo serviços de segurança: monitoramento de salas técnicas e data centers

Com uma solução inovadora para operações críticas, a Specto busca ampliar a sua presença no mercado de segurança

Por Fernanda Ferreira

A Specto, que está há três décadas no mercado de soluções tecnológicas, recentemente voltou seus olhos para o mercado de segurança, fornecendo serviços inovadores para empresas de monitoramento.

Em uma entrevista exclusiva para a Revista Segurança Eletrônica, Leônidas Vieira Junior, presidente da Specto, e os vice-presidentes Carlos Schwochow e Paulo Schwochow, também sócios da companhia, compartilharam insights sobre como a empresa está introduzindo soluções avançadas para o monitoramento remoto de salas técnicas e data centers.

Revista Segurança Eletrônica: O que é a empresa? Quais soluções vocês trabalham?

Leônidas Vieira Junior: A Specto é uma empresa de base tecnológica, que nasceu dentro da Universidade Federal de Santa Catarina, em um programa de mestrado. Eu e mais outros colegas saímos de lá e fundamos a empresa, e de lá para cá nós trabalhamos em duas áreas principais: área de gestão de atendimento, também conhecida como gestão de filas, para administrar filas presenciais, e a área de gestão de data centers, em que o nosso foco é a infraestrutura do data center, mas também trabalhando junto com a parte da TI, gerenciando os servidores e tudo que existe dentro do data center. Temos uma atuação nacional, a empresa sempre teve um DNA de ter projetos com grandes corporações, como o Banco Santander, Banco do Brasil, Caixa Econômica, Embraer, Câmara dos Deputados, Banrisul, entre outros.

Revista Segurança Eletrônica: A Specto agora está olhando para o mercado de segurança. Como está esse trabalho voltado para o nosso segmento?

Carlos Schwochow: Nós vimos o que pode ser uma grande oportunidade para as empresas de monitoramento oferecerem um novo serviço, uma vez que ela já possui uma central 24 horas, com todo o sistema de monitoramento de alarmes e eventos, seja Sigma, Situator, Moni ou outro sistema. Então estamos fazendo integrações com o DATAFAZ, nosso sistema de gerenciamento de data centers, para que essas empresas de segurança possam monitorar também o data center à distância. Conseguimos monitorar temperatura, umidade, presença, verificar se tem vazamento de líquidos, se tem fumaça, integrar com todos os equipamentos de ar condicionado, geradores, no-breaks e UDPs do data center para melhorar a eficiência energética e gerar economia, além de integração com controle de acesso e CFTV.

Com a nossa solução, a empresa parceira consegue oferecer um novo serviço de monitoramento de salas técnicas e data centers. Qualquer problema que surja em uma sala de missão crítica, sala de TI de uma grande empresa ou grandes data centers, a nossa solução irá enviar eventos para o sistema de alarmes da empresa de monitoramento e os operadores poderão atuar diretamente neste data center, realizando os procedimentos necessários para resolver a situação.

Por exemplo, caso seja verificado que a temperatura do datacenter em determinada área aumentou mais do que o recomendado, automaticamente nosso sistema irá ligar o ar-condicionado de backup, diminuir a temperatura e gerar um alerta para a central. O mesmo ocorre para outros eventos, como diminuição do nível de bateria do nobreak, ou falta de diesel para o gerador. A solução possui vários recursos avançados, como termográficos em 3D, dashboards personalizados, gerenciador de ativos, além de termos toda a solução de ordem de serviços integrada, caso seja necessário chamar um técnico para ir até o local.

Revista Segurança Eletrônica: Como funciona isso dentro do nosso mercado? Hoje o trabalho vai ser feito via integradores?

Carlos Schwochow: Nós estamos fazendo parcerias, homologando as empresas de segurança que estão interessadas, e fazendo um trabalho com elas, instalando o nosso software, tudo em nuvem. Essas empresas então se tornam uma central de monitoramento aptas a prestar mais um serviço de monitoramento, aumentando assim seu leque de serviços oferecidos.

Paulo Schwochow: As empresas de monitoramento recebem um kit com nosso appliance, que chamamos de DATAFAZ Edge,  e um conjunto de sensores (temperatura, umidade, fumaça, inundação e outros)  para instalar em seu data center ou na sala de TI. Junto com o kit físico, eles recebem acesso ao software DATAFAZ DCIM CLOUD, com todas as suas funcionalidades, como o monitoramento propriamente dito, além do gerenciamento de ativos, chamados técnicos, mapas de calor, gráficos de energia, entre outras funcionalidades avançadas. Com este software, as empresas poderão monitorar o seu data center e também conseguirão oferecer o serviço de monitoramento para todos os seus clientes. Cada novo cliente receberá um kit da Specto para instalação na sua unidade e, a partir daí, estará apto para ser monitorado pela empresa de segurança parceira.

As notificações de alarme nos data centers próprios e de clientes serão exibidas no sistema que a empresa  já utiliza em suas operações. É um serviço a mais, que não precisa de mais operadores. São mais serviços que podem ser oferecidos para os clientes.

Leonidas Vieira Junior: As ferramentas de mercado, no Brasil, concorrentes do DataFaz são de multinacionais, com hardware importado, sem equipes de engenharia especializadas localmente e foram concebidas de baixo para cima (ou seja, por exemplo, um supervisório de sistema de refrigeração foi agregando módulos de monitoramento de energia, parte de telas de software de terceiros, etc., um verdadeiro Frankenstein). As vantagens do DataFaz vão desde uma visão Top-Down (integradora), passando por uma tecnologia inteiramente nacional e equipes altamente especializadas no Brasil.  Desta forma, podemos apresentar todas as grandezas importantes dos subsistemas presentes no Data Center em um único software, integrando moto geradores, sistemas de refrigeração, réguas inteligentes de tomadas (PDU), sensoriamento ambiental (temperatura, umidade, presença de líquidos/fumaça, abertura de portas, presença, etc.), além de gerir acessos ao ambiente, monitorar CFTV, inventariar e gerir ativos de TI (servidores, switches, storages) e, através desta visão holística monitorar e aumentar a eficiência energética no data center.

Carlos Schwochow: A ponte com o mercado de segurança é exatamente essa. A solução vai prover segurança ao data center ou em uma sala técnica, vai garantir que o negócio não pare.  É um produto novo para um mercado já consolidado.

Revista Segurança Eletrônica: Para o integrador, existe algum tipo de certificação para fazer essa instalação?

Carlos Schwochow: Sim, temos treinamentos e certificações. Assim que a empresa se torna uma parceira, nós fornecemos um treinamento inicial online, fazemos a certificação dos técnicos e instalamos as primeiras soluções em conjunto, até que a empresa esteja apta a instalar os equipamentos sozinha.

Revista Segurança Eletrônica: Como a empresa de monitoramento pode se tornar uma parceira da Specto?

Carlos Schwochow: Precisa apenas entrar em contato conosco. Nós explicamos como funciona a parceria e firmamos um contrato para começarmos essa jornada juntos.

Revista Segurança Eletrônica: Além da parte de data center, onde tem mais oportunidades para o integrador colocar uma solução como essa?

Carlos Schwochow: Nós chamamos de salas de missão crítica. Qualquer sala que precise de um controle maior, seja controle de temperatura ou umidade, como frigoríficos, por exemplo, ou salas refrigeradas de supermercados, um hospital que tem sala de medicamentos, etc. Qualquer área que você precise controlar e monitorar equipamentos através de sensores e integrações está apta a utilizar a nossa solução. Podemos integrar a solução com vários aparelhos de ar-condicionado, controlar o consumo de energia de certos locais, laboratórios de análises clínicas, certas áreas de supermercados, entre outros.

Revista Segurança Eletrônica: Hoje o Specto está integrado com quais parceiros?

Paulo Schwochow: Atualmente estamos integrados com o sistema de monitoramento de alarmes Sigma e estamos integrando outros sistemas. Na parte de eficiência energética, integramos com inúmeros equipamentos de várias marcas, e na segurança física do data center obtemos as imagens dos sistemas de monitoramento D-Guard e Digifort, e acesso dos controladores de Control Id e Intelbras.

Revista Segurança Eletrônica: Gostaria de deixar um recado final para os nossos leitores?

Carlos Schwochow: A Specto já tem 30 anos de mercado, é uma empresa consolidada. Contamos com suporte técnico e assistência em todo o Brasil, temos grandes cases e clientes, e estamos entrando agora para pulverizar e fazer acontecer no setor de segurança.

Leonidas Vieira Junior: A Specto sempre trabalhou mais com grandes clientes, nunca teve essa questão de integradores. A sociedade com o Paulo e o Carlos vem no sentido de que há muito tempo nós queremos expandir a nossa solução também para clientes de pequeno e médio porte. Queremos atingir o mercado via canais, principalmente na área de data centers.

Paulo Schwochow: Esperamos contar com a confiança do mercado de segurança eletrônica para mais este desafio. Acreditamos que este novo serviço é um oceano azul, como já observado pelos primeiros parceiros neste negócio, e queremos firmar parcerias com empresas do Brasil inteiro.

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