Em Foco Camerite: Monitoramento nas nuvens

A Camerite registrou um crescimento exponencial nos últimos anos, principalmente pela sua atuação em projetos de monitoramento colaborativo. Nessa entrevista conversamos com Cristian Aquino, fundador e CEO da Camerite, que falou sobre a plataforma de videomonitoramento e os seus planos para 2018

Por Fernanda Ferreira

Revista Segurança Eletrônica: O que a Camerite faz?
Cristian Aquino: A Camerite é a maior plataforma de videomonitoramento em nuvem da América Latina. Nós conseguimos transforma qualquer câmera DVR ou IP em pontos de monitoramento com recursos avançados e por um baixo custo. Muitas empresas utilizam a nossa ferramenta para fazer monitoramento colaborativo, por exemplo. As câmeras dos moradores são conectadas ao nosso sistema e eles podem acompanhar as imagens em tempo real, além de consultar as gravações e trocar mensagens com os vizinhos quando achar que há algo suspeito no bairro. É uma forma de deixar a cidade mais vigiada e segura. Com a nossa plataforma também é possível fazer ronda virtual, criar mosaicos com as câmeras disponíveis para poder acessar quando e onde quiser, acompanhar as imagens ao vivo e verificar as gravações anteriores através do recurso de linha do tempo, além de oferecer um ‘botão de alerta’, que ao acionar, notifica a central de monitoramento em tempo real.

Revista Segurança Eletrônica: Hoje a plataforma da Camerite monitora quantas câmeras?
Cristian Aquino: Atualmente estamos com milhares de câmeras conectadas a plataforma, no Brasil e na América Latina, com aplicação de inteligência artificial. As câmeras são utilizadas por empresas, governos, Polícia Militar e Civil. Revista Segurança Eletrônica: Os profissionais de segurança que atuam em regiões remotas, com acesso a uma internet mais limitada, conseguem trabalhar com a plataforma da Camerite? Cristian Aquino: Nós estamos preocupados com escalabilidade, por isso nossos algoritmos ajudam na compactação de dados e permitem conexão de câmeras em lugares remotos. Com a nossa ferramenta, é possível ter uma imagem muito boa com apenas 500kbps de upload. Muitos parceiros utilizam a nossa plataforma em cidades mais afastadas com uma internet mais básica.

Revista Segurança Eletrônica: A Camerite tem apenas cinco anos de existência e teve uma expansão muito rápida nos dois últimos anos. Qual foi o faturamento de vocês em 2017 e qual a meta de vocês para 2018 em relação a crescimento e faturamento?
Cristian Aquino: Nós tivemos uma enorme receptividade do mercado. Apenas em 2017 crescemos 1.800% e isso não seria possível sem nossos parceiros. Nós estamos expandindo junto com eles. Nosso plano é triplicar o time para esse ano, com isso vamos investir mais na plataforma e em inteligência artificial para continuar entregando mais valor a nossos parceiros de negócio e consequentemente esses parceiros entregam mais valor para a sociedade.

Revista Segurança Eletrônica: Há um ano a Camerite começou a trabalhar com a Prefeitura de São Paulo no projeto City Câmeras. Como tem sido essa experiência?
Cristian Aquino: Tem sido uma experiência extremamente gratificante, pelo valor que entregamos a população. Nosso modelo de negócio é completamente diferente dos tradicionais disponíveis no mercado. Para se ter uma ideia, a ferramenta da Camerite permite que qualquer município de pequeno a grande porte consiga criar uma malha eficiente de câmeras de uma maneira escalável e a um custo extremamente baixo.

Revista Segurança Eletrônica: O monitoramento colaborativo cresceu bastante em 2017. Como você enxerga esse mercado?
Cristian Aquino: É uma área que oferece muita oportunidade para os profissionais de segurança, há muitas regiões disponíveis para atuar e desenvolver um trabalho bacana. Nós precisamos olhar a segurança como um todo, de uma maneira colaborativa. Tentar se proteger individualmente é ineficiente, e o monitoramento colaborativo veio para isso, ajudar a sociedade a se unir e tornar a região onde mora ou trabalha em um lugar mais seguro.

Revista Segurança Eletrônica: A Camerite firmou uma parceria com a Amazon Web Services para o projeto City Câmeras. Essa parceria se estendeu para além dos projetos governamentais?
Cristian Aquino: O projeto City Câmeras foi replicado em vários municípios no Brasil e estamos estruturando para atuar também na América Latina e Europa. Isso pode ser feito em conjunto com outros players, como Microsoft, Google e Amazon, que tem várias iniciativas para cidades inteligentes.

Revista Segurança Eletrônica: Além de uma plataforma de monitoramento, você tem a intenção de embarcar outros recursos a ferramenta, como deep learning e inteligência artificial?
Cristian Aquino: Sim, temos feito grandes investimentos em inteligência artificial. Construímos uma rede neural em nossa plataforma com uma série de recursos, como detecção de movimento, identificação de pessoas, veículos, objetivos, entre outros. As câmeras são apenas os olhos e nós estamos dando o cérebro a elas.

Revista Segurança Eletrônica: Qual será o foco da Camerite em 2018?
Cristian Aquino: Nosso foco continuará sendo entregar valor para os nossos parceiros e no aperfeiçoamento da nossa ferramenta.

Revista Segurança Eletrônica: Planejam expandir a Camerite para outros países? Como está esse projeto?
Cristian Aquino: Sim, com certeza. Estamos entrando no México e começamos a estruturar a nossa operação em diversos países da Europa.

Notícias Relacionadas

Destaque

Como as fechaduras digitais aumentam a segurança em uma casa inteligente

Por Henrique Braz Rossi À medida que as casas inteligentes se tornam cada vez mais populares no Brasil, as inovações…

Cases

Pure Storage ajuda o AC Milan a inovar dentro e fora do campo com IA

A Pure Storage anunciou a modernização da infraestrutura de TI do AC Milan, um dos principais e mais históricos clubes…

Destaque

Tecnologia inteligente busca reduzir acidentes por excesso de peso nas rodovias

O acidente na BR-277, onde um caminhão tombou sobre uma van que levava os atletas de remo de Pelotas (RS),…