Drones importados eram utilizados para ‘delivery’ de drogas em prisão no RS

Grupo criminoso teria começado a atuar com tecnologia aérea em meados de 2023; megaoperação em sete estados resultou em quatro prisões e 63 contas de “laranjas” bloqueadas


Um grupo criminoso, investigado por movimentar R$ 18 milhões por meios ilegais, usava drones importados do Paraguai e de sites da China para levar drogas e celulares para dentro da PASC (Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas) no Rio Grande do Sul, de acordo com a Polícia Civil.

A descoberta faz parte das investigações da Operação Mavick, realizada em sete estados. Na ação, quatro pessoas foram presas, além da realização de 70 mandados de busca e apreensão em 32 cidades.

De acordo com o Delegado Cristiano Ritta, responsável pela operação, o grupo importava os drones pela Internet e teria começado a atuar com a tecnologia aérea em meados de 2023.

Segundo ele, o transporte de produtos para dentro da penitenciária era feito por meio de uma adaptação: os aparelhos, incrementados com uma alça, voavam até o pátio do presídio e soltavam as cargas do céu.

Ritta ainda informou que os drones passavam pelas mãos de um operador em Santa Catarina. Ele seria o responsável por programar o software dos equipamentos para que fossem capazes de voar em áreas restritas.

Operação Mavick

As investigações contra o grupo tiveram início em 2023 e já haviam levado ao fechamento de um laboratório de refino de drogas em Bagé, com cinco prisões em flagrante.

Segundo a polícia, a investigação revelou que os principais suspeitos movimentaram milhões de reais sem justificativa legal, inclusive usando drones para levar drogas e celulares para dentro da PASC (Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas) e a participação de um policial penal corrupto, posteriormente afastado e investigado por corrupção.

Além das quatro prisões, foram bloqueadas 63 contas de “laranjas” e apreendidos 20 carros. Houve também o bloqueio de mais de R$18 milhões em bens e contas bancárias.

Veja os alvos da megaoperação:

70 mandados de prisão em 32 cidades de sete estados

• Rio Grande do Sul: Bagé, Canoas, Porto Alegre, São Leopoldo, Lajeado, Campo Bom, Esteio, Charqueadas, Caxias do Sul, São Jerônimo, Pelotas, Montenegro, Uruguaiana;

• Santa Catarina: Itajaí, Navegantes, Joinville, Barra Funda;

• São Paulo: Osvaldo Cruz, São Bernardo do Campo, Cotia;

• Paraná: Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, Maringá, Colombo;

• Bahia: Salvador;

• Rio de Janeiro: Itaboraí;

• Pernambuco: São Lourenço da Mata.

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