Dos céus o modal ferroviário mais seguro

Por Renato Mugnaini

Manter a fluidez e assim evitar perdas. Logística é isso. No modal ferroviário não é diferente. O Brasil possui vastas redes de trilhos como um componente vital de sua infraestrutura. Para se ter uma pequena dimensão, a maior operadora de logística ferroviária independente opera quase 14 mil km de linhas, ligando as principais regiões produtoras aos portos. Garantir o bom estado de funcionamento e impedir que pessoas entrem em áreas proibidas ao longo dos trilhos ou nos locais de trabalho é o intenso cotidiano desse tipo de operação que movimenta grandes volumes de ferro, grãos, carne, açúcar, celulose e outras matérias-primas tentadoras para ladrões e para o crime organizado.

Só no ano passado, ao menos 110 ocorrências no modal ferroviário foram registradas em delegacias da Baixada Santista. Segundo pesquisa divulgada pela Associação Nacional de Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), de 2020 a 2021 houve um crescimento – considerando-se todos os modais – de 1,7% , passando de 14.150 para 14.400 ocorrências.

Tal cenário acarreta em contratação de seguros mais caros, demora que gera um excesso de estoque na casa dos bilhões e, em última instância, eleva o preço que pagamos nos produtos. Faz-se necessário o desenvolvimento de um projeto integrado de segurança para proteção e fornecimento de evidências contra intrusos, ladrões e vândalos que os acessem.

Uma combinação de área de inteligência, equipes especializadas e equipamentos de alta eficiência. Dentre esses últimos a necessidade de sistemas de câmeras fixas, que os criminosos podem evitar, combinadas com câmeras móveis e voadoras. Drones!

A aplicação é capaz de acompanhar as composições em tempo real, facilitando a identificação de possíveis ameaças na circulação dos trens e proporcionando diminuição do valor total de bens roubados.

Os cuidados necessários para garantir a segurança podem ser mitigados com o uso de drones que não ocupam o mesmo espaço que os trens voando bem acima da atividade em solo.

Monitorando grandes pátios de abastecimento ou quilômetros de vagões estacionados, com mais segurança e eficiência do que uma equipe a pé ou de carro enxergando apenas um dos lados da composição.

Inovações como drone-in-a-box são capazes de monitorar uma instalação de forma autônoma, ou ainda serem acopladas ao teto de um vagão. Essas soluções autônomas de drones detectam ladrões em potencial e enviam vídeo em tempo real para os centros de comando, alertando as forças de segurança para uma pronta resposta.

Em uma situação mais crítica, o drone pode sobrevoar um possível local de tocaia ou esconderijo de criminosos, indicando à Polícia sua posição exata. De forma discreta e com boa resolução de imagem, dia e noite.

Mas as perdas também se referem ao tempo. Trem parado é prejuízo. Dessa forma, em outra linha de atuação, novas técnicas com sistemas autônomos e inteligência artificial auxiliam em situações antes impossíveis. Inspeções de trilhos e bloqueios para inspeção de via sempre exigiam sua ocupação, ou seja, o equipamento de inspeção deveria ocupar ou estar “na via”. Imóveis e objetos muito próximos à linha também são vistos de cima e com antecedência.

Enfim, muitas possibilidades pela frente. E como diz Marcelo Musselli, fundador da Aeroscan, “I believe in drones!”.

Renato Mugnaini
Diretor Comercial e Marketing da Aeroscan. Formado em administração de empresas pelo Mackenzie, com MBA em Marketing e Vendas pela FGV. Atuou em indústrias e agências de propaganda liderando as áreas de vendas e marketing.

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