De alto alcance e voa à noite: drone é usado no combate ao garimpo ilegal

Um drone feito no interior de São Paulo tem sido usado para monitorar atividades de garimpo. O veículo consegue voar durante a noite e captar com detalhes movimentações.

O que aconteceu

Desenvolvido por empresa de São Carlos (SP). O drone Nauru 500 IC ISR é desenvolvido pela Xmobots, uma empresa de São Carlos (a 231 km de São Paulo).

Do agronegócio ao monitoramento de queimadas. Ele é operado remotamente e conta com uma série de sensores e câmeras para os mais diversos fins, que vão do agronegócio a aplicações de segurança, como monitoramento de áreas na busca por atividades ilícitas, como queimadas ou garimpo.

Pode operar durante a noite. O veículo recebeu uma autorização para poder operar durante a noite —sendo um dos primeiros do ramo possibilitados a fazer isso, segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

O drone pode voar por até 60 km e tem autonomia de 4 horas de voo. Ele usa um sistema híbrido de bateria e combustível. Ele consegue atingir a altitude máxima de 13 mil pés (quase 4 km)m segundo a página da fabricante, e pesa 25 kg.

Consegue detectar pessoas e veículos de dia e de noite. ISR, do nome do drone, significa que é um veículo que suporta aplicações de inteligência, vigilância e reconhecimento (intelligence, surveillance e reconnaissanse, em inglês). Na prática, ele permite o uso de câmeras com estabilizador (gymbal) para, por exemplo, fazer detecção de pessoas, barcos e carros tanto de dia como à noite.

Monitora garimpo ilegal. No Brasil, um dos usos do drone é no monitoramento do garimpo ilegal em Terra Indígena Yanomami. Segundo Raimundo Camargos, coordenador-geral de inteligência do Censipam (Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia), o equipamento tem sido empregado desde o início de julho no monitoramento de terras indígenas e o veículo ajuda no preparo de operações terrestres, pois consegue mapear uma grande área (mais de 60 km) e consegue pousar e decolar na vertical, permitindo que seja acionado de qualquer clareira na região.

“Drones menores anteriormente usados expunham muito o operador em função de terem alcance curto, o que podia comprometer a segurança. Além disso, a grande distância de cobertura [do Nauru] nos dá resultados significativos”, Raimundo Camargos, coordenador-geral de inteligência do Censipam.

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