Crescimento de compras online impacta na segurança dos condomínios

Por Marco Antônio Barbosa

A pandemia transformou a experiência de compra dos brasileiros e fez com que as pessoas embarcassem de vez no comércio on-line. Segundo levantamento da Neotrust, empresa responsável pelo monitoramento do e-commerce no país, cerca de 13 milhões fizeram a sua primeira compra pela internet em 2020. Essa mudança de hábito gerou um ciclo que impactou não só os comércios, mas toda a cadeia necessária para entregas e a forma como a segurança é pensada em condomínios e residências.

Em 2021, as vendas on-line registraram faturamento recorde de R$ 161 bilhões, um aumento de 16,9% em relação ao ano anterior. Outro dado importante é que, nesse período, foram feitas 353 milhões de entregas. Porém, como fazer com que essas compras cheguem ao destinatário de forma segura, mesmo com o aumento das portarias remotas, em que não há um porteiro para receber as encomendas?

Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese), quatro mil edifícios já possuem este serviço de portaria remota no Brasil, um crescimento de 86% desde 2018. Esse mercado deve crescer muito mais nos próximos anos, já que a maioria dos condomínios buscam mais segurança e redução de custo.

Muitas vezes, os horários da entrega, ainda mais com a volta do trabalho presencial, não coincidem com a presença de alguém no local, e isso gera insatisfação dos clientes. Então, como conciliar?

Foi pensando nisso que as empresas de segurança começaram a buscar tecnologias de integração das portarias com os moradores ou até mesmo das soluções de segurança, como portões automáticos, cancelas e catracas, diretamente com o cliente, sem necessidade de um serviço de porteiro. Por meio de aplicativo, o usuário consegue identificar quem está na frente do prédio e liberar a entrega, que pode ser depositada dentro de uma caixa de correio.

Essas possibilidades devem ser ainda mais variadas com a chegada do 5G no Brasil. A internet mais veloz possibilita que o setor de segurança se revolucione para entregar serviços mais eficientes para o público final. Por isso, a Abese já imagina um crescimento de 18% em 2022, maior do que o registrado em 2021, que foi de 14%.

Os gargalos de logística e segurança causados pelo aumento repentino do comercio on-line devem ser um grande foco das empresas, já que essa demanda não vai sumir. Pelo contrário, deve crescer. O setor de e-commerce espera aumentar em 9% este ano, segundo os dados da Neotrust. Mesmo com o retorno das atividades presenciais, os brasileiros se acostumaram com a facilidade de receber tudo em casa, sem ter de enfrentar filas em supermercados e shoppings.

As portarias remotas ou as tecnologias de integração do cliente com a segurança dos condomínios, residências e empresas vão precisar de muita agilidade, qualidade e criatividade na busca de encontrar soluções que facilitem a vida das pessoas e interpretem as necessidades de cada um. A busca por um serviço integrado e personalizado é um cenário que será tendência durante os próximos anos.

Marco Antônio Barbosa
Especialista em segurança e diretor da CAME do Brasil. Possui mestrado em Administração de Empresas, MBA em Finanças e diversas pós-graduações nas áreas de Marketing e Negócios.

Notícias Relacionadas

Artigos

De onde vem essa tal de I.A.?

Por Nicolau Ramalho E essa tal de Inteligência Artificial? Novidade? Tendência? Moda? Será que é passageiro? ChatGPT, WatsonX, Bard. Inteligência…

Destaque

SegurPro investe em eletrificação da frota de veículos operacionais na Unilever

A multinacional de bens de consumo foi a primeira cliente da SegurPro no Brasil a adotar o uso de carros…

Destaque

Lei de Informática: instrumento de política industrial que beneficia produtos nacionais de segurança eletrônica

A Lei de Informática, Lei nº 8248/1991, também conhecida como Lei de TICs, é uma política que desde a década…