Como inserir inteligência na Segurança Empresarial e quais os passos?

Por Anderson Hoelbriegel

Doutrinariamente, a inteligência pode ser entendida como o exercício de práticas especializadas focadas na produção de conhecimento necessário às ações de diagnóstico, planejamento, decisão e execução, que fazem parte do escopo das atividades de gestão. Ou seja, a inteligência, em essência, serve ao processo decisório da alta liderança. Portanto, não pode ser compreendida como um processo de “adivinhação” ou mero exercício de “futurologia”, nem tão pouco confundida como métodos e ações de “espionagem”.

É importante contextualizarmos que desde a década de 70 passamos a viver a Revolução da Informação, colocando-a junto ao conhecimento como recursos de suma importância. Além disso, passamos por um fenômeno denominado Sociedade da Informação, que possui três características principais: a informação é um recurso econômico, as pessoas precisam cada vez mais dela e existe uma demanda crescente de infraestrutura tecnológica e de serviços para suportá-la.

Retomando o papel e a finalidade da inteligência, pode-se concluir que a Revolução da Informação ressignificou sua atividade, tornando-a um ativo valioso para as empresas, que estão buscando cada vez mais maximizar os seus resultados financeiros e alcançar inteligência em custos. Por este motivo, empresas em todo mundo têm investido expressivas quantias na mitigação dos seus riscos operacionais para evitar perdas, paralisações e descontinuidade do negócio.

O fato é que as estruturas clássicas de Segurança precisam ir muito além da proteção de bens e pessoas contra furtos, roubos, incêndios e perturbações de ordem social que possam comprometer o progresso e a vida das empresas. A área de Segurança da maioria das empresas não é capaz de produzir conhecimento e manter a operação simultaneamente, pois para isso é necessário um olhar estratégico e focado, baseado em estatísticas, análises e tendências de riscos, ameaças e perigos.

Certamente, nunca foi tão necessário e urgente que as organizações possuam uma estrutura de inteligência em Segurança Empresarial dedicada à produção de conhecimento e vantagem competitiva. Outro ponto que confirma essa tese é que jamais tivemos acesso a tamanha gama de dados, os quais, em sua maioria, são oriundos de desinformação e disseminados velozmente por meio da internet e outros tipos de mídia.

Então, se está claro o contexto da Sociedade da Informação, a definição de inteligência e sua importância para as organizações e altas lideranças, bem como o cenário caótico e confuso causado pela imensa disponibilidade de “informação”, nos resta conhecer como adotá-la e quais os passos para implantá-la dentro de uma organização, como vemos a seguir.

1. Realizar um diagnóstico da função Segurança para entender seu nível de maturidade;

2. Analisar a estrutura de Segurança Empresarial e identificar sinergias e oportunidades procurando separá-la por processos, como, por exemplo, inteligência e gestão de riscos, security, safety e facilities;

3. Criar um plano de gestão de riscos e de segurança;

4. Estabelecer um processo sistêmico e padronizado de análise de riscos;

5. Criar a estrutura de inteligência e prevenção de perdas para fazer a gestão dos seguintes subprocessos: Relações Institucionais (Segurança Pública, lideranças comunitárias e conselhos de segurança); mapeamento da mancha criminal (apoio decisório, foco preventivo, mitigação de riscos); gerenciamento dos riscos operacionais (monitoramento e análise crítica) e gestão e indicadores (produção e análise de indicadores e insights para o negócio).

Este modelo operacional é capaz de trazer redução de ilícitos acima dos 95%, com mitigação do risco aos colaboradores e melhora na imagem das marcas, além de permitir também o redirecionamento dos recursos operacionais, trazendo redução dos custos e dos investimentos envolvidos, em média, de 25,3% ao ano e o aumento do market share, com expansão de vendas de 15,2% ao ano da base de atendimento.

Certamente, ao dividir corretamente os processos da Segurança, ela estará melhor direcionada a questões essenciais, tais como a utilização estratégica dos indicadores, a análise de dados aliada à inteligência em custos para alcançar maior nível de eficiência, a identificação e o tratamento de vulnerabilidades para escalabilidade e a otimização de custos e a implantação de uma mentalidade de Segurança Exponencial, ou seja, do enfoque corretivo e reativo para um modelo proativo e preventivo, que é o equilíbrio entre os pilares de Segurança e a utilização de tecnologia como ferramenta de prevenção de perdas, monitoramento constante dos riscos e vulnerabilidades.

E, por fim, mas não menos importante, é preciso ser capaz de realizar uma gestão estratégica da área com foco em relações institucionais, inteligência (BI), prevenção de perdas e apuração de Ilícitos, transitando pelas demais áreas da empresa e gerando insights valiosos para o negócio.

*Anderson Hoelbriegel é gerente de Segurança Empresarial na ICTS Security, empresa de origem israelense que atua com consultoria e gerenciamento de operações em segurança.

Notícias Relacionadas

Destaque

PositivoSEG orienta empresas que pretendem investir em segurança eletrônica e não sabem por onde começar

Diretor de IoT, José Ricardo Tobias elenca cinco passos iniciais que vão garantir uma escolha inteligente para proteger os ativos…

Destaque

LogPlace inicia transporte de cargas de alto valor em parceria com a TBForte

O lançamento do serviço foi marcado por uma homenagem ao piloto Ayrton Senna com transporte do capacete utilizado em 1988…

Cases

Lotérica reduz custo na gestão de numerário e zera perdas com cofre inteligente

Cansado de assaltos e de perder horas do dia fazendo a contagem das cédulas, o empresário José Eduardo Nogueira de…